sexta-feira, 25 de junho de 2010

DISTANTES OLHOS DISTANTES

Ando
Às vezes corro
Vivo
Às vezes morro

Moro no planalto central
Tão comum como a aurora boreal
De manias inofensivas
De um olhar quadriculado nas despedidas

Ando
Às vezes paro
Silêncio
Às vezes falo

Colho versos em teu corpo frutífero
Deito em abismos e contemplo a tempestade
De um jeito tímido
Vou contemplando à tarde

Ando
Pela cidade e suas curvas
Vivo
Dos dias de lua e das noites nuas

Às vezes corro
Para ficar em dia
Às vezes morro
No tédio da mídia vazia

Às vezes paro
Diante de tua beleza estonteante
Às vezes falo
Dos jardins raros com borboletas e copo de leite

Escrevo
Às vezes rabisco
Leio
Às vezes assisto

E a lua contempla minha loucura
E eu contemplo tua nudez
Nos delírios da madrugada
Invento palavras para saciar minha timidez

E a poesia se faz no olhar
E do beijo se faz o amar
E do mar vem às estrelas
E no horizonte um mundo de riquezas...


MAURO ROCHA 25/06/2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CIRCULANDO

Parado no tempo...
Bibliotecas
Livros abertos
Palavras certas

Sir Lancelot
Ser Romeu
Ser Dom Quixote
Quem sou eu?

E a poesia abre as portas do dia
Brinco com minha sopa de letrinhas
Escrevo sem a hora certa
Espero as estações observando as entrelinhas

Entre batalhas e heroísmo
Entre dragões e donzelas em perigo
Às vezes fico com “Crime e Castigo”
Ou vejo “A Rosa do Povo”

E a poesia bate suas asas
Nos “Cem Anos de Solidão”
Viajando no tempo vai minha imaginação
Ícaro, cuidado que o sol derrete suas asas!

Parado no tempo
Esperando o vento
Numa nuvem Altostratus
Para meu passeio matinal...

MAURO ROCHA 23/06/2010

sábado, 19 de junho de 2010

OLHAR FEMININO

Atento a tudo
Enquanto gira o mundo
Sem deixar de ser sensual
Muitas vezes até fatal...

O olhar feminino...
É um vasto campo desconhecido
Mergulha cego na paixão
Indecisos momentos em solidão

O olhar feminino é claro
É objetivo
É menina doce
É sempre mulher...

O olhar feminino...
É pura sedução
Sonhos de algodão
É o mesmo que está perdido no espaço...

O olhar feminino
Define o indefinido
Às vezes é tímido
Mas nunca deixa de ser um fascínio...


MAURO ROCHA 19/06/2009

quinta-feira, 17 de junho de 2010

DOIS BALÕES

Lancei meus olhos no espaço
Vi estrelas do mar
Abri os braços na velocidade do vento
Por um instante quis te abraçar...

Quantas equações tenho que resolver?
Quantos anjos vão te proteger?
Você sussurra ao vento meu nome
Ou isso foi apenas um truque?

Viajei sete léguas
Entre o paraíso e o inferno
Para beijar teus lábios em movimento
Por um instante acordei em lágrimas...

No vapor da cidade ardo
Entre a multidão grito meu silêncio
Assino a sentença de minhas promessas
Minhas asas no chão, meu coração estancado

Lancei meus olhos nos teus olhos
Vi as ondas do mar
Abri os braços na velocidade do tempo
Por um instante quis te beijar...

Na escuridão da noite procuro passos
Perdidos na tempestade entre as montanhas
Não preciso me lançar entre abismos
Apenas deitar na neve e deixar apagar minhas chamas...


Lancei meus olhos no espaço
Vi estrelas do mar
Por um instante quis te abraçar...
Por um instante quis te beijar...


MAURO ROCHA 17/06/2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

CONTROLE REMOTO

Palavras imperfeitas não rimam com nada
No mês da copa esperamos goleada
E para completar o circo e o pão
Ainda temos eleição.

O jornal que leio pouco me diz
O cotidiano que vivo vive por um triz
Agora tem sol, mas a noite tá frio
A moda é o futebol então vamos na onda do verde e amarelo...

É o momento do espírito patriota
No ônibus, no trabalho, nas lojas
Pois somos de uma pátria amada
Salve, salve nossas noites estreladas...

Entre o jornal, revistas e a seleção
O país canta a mesma canção
Meus olhos verdes combinam com tua blusa amarela
A poesia pode vir até do som das goguzelas...

Hoje é quarta e estou disposto
A semana cortada
O beijo no rosto
E a poesia cantada...


Mauro Rocha 16/06/2010

sábado, 12 de junho de 2010

MEU JEITO DE DIZER QUE EU TE AMO

Meu jeito de dizer que eu te amo
Nem sempre está nos planos
Acontece até nos enganos...

E na imensa cidade
Planto cotidianos em dias sem fim
Colho flores em teu jardim...

Meu jeito de dizer que eu te amo
Vai além do cotidiano
Vai no simples sorriso...

Vai nos recados da geladeira
Nos momentos entre as nuvens
No beijo de incentivo para começar a segunda-feira...


Meu jeito de dizer que eu te amo
Tem a contribuição da chuva
Tem filme, tem vinho, tem lua e estrela


Tem mil maneiras e mais uma
Meu jeito de dizer que eu te amo
Vai do até o boa noite ao dizer bom dia...


Meu jeito de dizer que eu te amo
É assim...
No início, no meio, e no fim...

MAURO ROCHA 12/06/2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FRATERNIDADE

O cosmo
Dois corpos
Olhares em fusão...

Os traços
Os abraços
O tocar de mãos...

As ruas imundas, os olhares fixos
Os trocados bem-vindos para juntar migalhas
Milhões e a esperança no ar...

Diante do espelho o corpo
Diante do desejo o rosto
Os traços, os braços, os irmãos...


MAURO ROCHA 11/06/2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

IGUALDADE

A lua deseja o sol
A praia molhada pensa no mar
E com sorte vejo uma estela cadente...

Não desejo a lua, mas a vejo em seus olhos
Com sorte vejo tua silhueta nua
Nos passos que dou na rua, nas mais loucas horas...

Sempre que te vejo pulo no abismo
De tantos desejos e sentimentos puros
Mas quando percebo já se quebrou o espelho

E os cortes são feitos raios solares
Dia-amantes imperfeitos de muitos olhares
Até chegar a superfície e respirar outros ares...

O sol deseja a lua
O mar vem e vai salgado
Uma estrela cadente... Com sorte eu vejo...


MAURO ROCHA 10/06/2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

LIBERDADE

O vinho a mesa
A solidão de sobremesa
O tempo parado diante dos olhos...

O que me acompanha?
São as lágrimas
Deixada pela saudade dos dias longos...

MAURO ROCHA 01/06/2010