sexta-feira, 29 de outubro de 2010

MARGENS E RIOS


Aqui me despeço
Diante de algumas folhas em branco
Sem desenhos nem castelos
Apenas algumas letras e rabiscos

Nesse mundo vi no espelho a loucura
Entre labirintos procurei a estrada
E sempre me vesti de acordo com a estação
E sempre que posso estendo a mão

Mas hoje aqui me despeço
Do vento que brinca com a praça
Da moça que anda com pressa


E aqui me despeço
Da música que não ouvi
Da noite que não vivi

Mas digo uma coisa
Antes de tudo
Antes de ficar mudo

Que algumas flores eu plantei
Que algumas cores eu pintei
Mas nem todas as flores vingaram
Algumas tintas eram guache

E aqui me despeço
Para o minuto seguinte
Para um sorriso minguante
E assim acabo...

Flutuando...

MAURO ROCHA 04/10/2010







terça-feira, 19 de outubro de 2010

PRÊMIOS LITERÁRIOS


A Editora Letteris (http://www.litteris.com.br/index.htm) organizou o seguinte Prêmio Literário " Prêmio Noel Rosa de Poesia" onde tive o prazer em participar e ficar em

3º LUGAR – (Carlos Mauroda Rocha) Poeta Mauro Rocha com o poema – QUANTA SAUDADE – que prometo publicar nesse espaço depois que concluirem o concurso e entregarem os prêmios.Esse prêmio eu dedico a todos que acreditam no meu trabalho literário e a todos que acompanham, visitam, comentam, enfim a todos vocês que gostam de poesia.

Um grande abraço a todos e obrigado por estarem aqui.

MAURO ROCHA 19/10/2010

domingo, 10 de outubro de 2010

FOLHAS SECAS

Sobrevivo e vivo no dia
Nas paisagens que o ônibus traz
No trabalho que às vezes desejo ser fugaz
Sobrevivo e vivo no dia

Sobrevivo
E vivo na poesia
Que alimenta o vazio
Da alma telúrica

E tudo se resume ao nada
A noite se estende na madrugada
Sobrevivo e vivo
Na cidade variada e cheia de desejo

Folhas secas
Faz barulho o amor
Bebo a palavra, lágrimas e poemas
A cidade variada em cor

Sobrevivo e vivo
Na matemática das finanças
Vou dançando e variando as músicas
Tem dia que é rock, tem dia que é tango

Sobrevivo e vivo no dia
Nas paisagens de teus olhos
Escutando as vozes dos ventos
Acordo com os pingos da chuva

Sobrevivo e vivo
Construindo o destino
Abrindo portas, fechando janelas
Chorando nas noites, sorrindo com as estrelas

Uma pessoa comum
Diante do espelho do mundo nu
Sobrevive e vive no começo da manhã
No beijo um gosto de hortelã, no dia um gosto de maçã

Sobrevivo e vivo nas linhas do poema
Leio os mestres, grito os sentimentos
Navego no desejo do corpo da amada
Na cidade a palavra ocre e o céu cheio de signos

Folhas secas
E os sentimentos da estação
Bebo a palavra, lágrimas e poemas
Na cidade que muitas vezes não tem coração...


MAURO ROCHA 08/10/2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

FOLHETIM

Poesia
Quem és tu?
Que não és minha

Poesia
Vejo-me na rua
Vejo-te na lua

Poesia
Devora as folhas brancas
Sobe nas tamancas

Poesia
Teu corpo poema é música
Teu poema corpo é dança

Poesia, poesia, poesia
Quem sou eu?
Sem você no dia-a-dia...

MAURO ROCHA 08/10/2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

UM EM DOIS EM UM

Do fogo as cinzas
As cinzas no ar
No ar parecem nuvens
Nuvens que cedo ou tarde vão molhar...

Da chuva o verde
O verde reflete nos olhos
Os olhos no horizonte
O horizonte... Olhar o horizonte é navegar...

Nos remos segue a vida
A vida planeja e o destino brinca
Brinco de pérolas e estrelas
Lua e estrela e a cidade de pernas pró ar...

Ar e água mergulho no mar
Diante do espelho teu corpo
Corpo, pulsação
Tudo acelerado... Haja coração...

Coração.. Um em dois
Feijão com arroz
Alimento
Fogo...

Gozo... Que inicia tudo
Tudo fica por um instante mudo
Olhos no horizonte
Que encontra olhos no horizonte...

E a cidade de pernas pró ar
Nos remos da vida
Brinca o destino
Brinco de pérolas e teu corpo no espelho...

MAURO ROCHA 05/10/2010

sábado, 2 de outubro de 2010

PERFORMANCE

Chegou outubro
E não rimo nada
E já é tarde, quase madrugada

A palavra dorme
Meus olhos fixos na cidade
Da TV que continua ligada

Mas de repente vem uma sensação
Uma vontade de escrever na mão
Tudo em quatro letras

E o vento entra pela janela
Trazendo perfumes da noite
E eu aqui mordendo um biscoito

Será que rimo tudo isso com oito?
Ou saboreio a madrugada em chamas...
Para rimar com a palavra cama

Mas tudo parece tão óbvio
Ou serão óvnis aquelas estrelas?
Que a madrugada presenteia...

Não sei, não sei, não sei
Tudo o que acontece
Realmente não sei

Apenas sei dizer
Que tudo se resume
Em quatro letras

Pense, pense, pense
Vamos lá
Começa com A

E é como navegar
Ou seria flutuar?
Ou apenas sonhar...

Depois vem o M
E dá um treme-treme
E tem hora que sua frio
Mas é tão gostosinho...

E não se esqueça do O
E tudo vem como ondas
Parece que tudo está no ar
É como navegar...

E o grand finale vem com R
Risos, rios, raios de sol
E a noite rima com lençol...

MAURO ROCHA 02/10/10