segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CHEIRO VERDE




Te amo!
E porque não dizer: te amo!
No começo
Ou no fim do ano?

Quem somos?
Movimentos circulares
Corpos celestes
 Lógica sem lógica
Calmaria
Deitados na rede
Olhando lagartixas pintando a parede

Te amo!
Feito poema que vira cantiga
Noite fria. Frio n barriga
Sorriso espontâneo
Passa dia, passa noite, entra ano.

Dias lunares noites solares
Marcado no calendário
Nosso retrato
Que sai da parede e é postado
Modernidade
Misturado com a simplicidade
Tímida da cidade...

Nosso coração
Tão normal dentro do corpo
Tão grande num olhar exposto
Que acelera no meio da cama
Que dispara quando se ama

E gira tudo
Gira o mundo
Anda a pé
Anda de ônibus
Anda junto
Misturado, temperado
Cada sentimento
Com uma pitada de sal
Um toque especial
Que tal um cheiro verde?

É amor!
Pode vir com qualquer sabor.
Com qualquer olhar
É amar!

Te amo!      

29/10/12  MAURO ROCHA

sábado, 27 de outubro de 2012

DO PÃO DE AÇUCAR





Bonde
Bondinho
Bonzinho
Deixa-me ver a cidade
E o quintal do vizinho...

27/10/12  Mauro Rocha

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CARAMUJO




Entre o amor e morte
Existe a sorte
Existe?
Não sei!
Sei que vivo
Contemplando as luas de marte.

MAURO ROCHA  01/10/2012

sábado, 13 de outubro de 2012

PEGADAS NO UNIVERSO



Em algum lugar nasce a grama
Em algum lugar desabrocha a flor
Em algum lugar o mundo gira
Em algum lugar cria-se o amor.

Sentado numa cadeira de balanço na varanda
Observo o vento varrer as folhas de outono
Pássaros conversam sem falar seus nomes
Num traço poético da natureza

Em algum lugar a onda chega à praia
Em algum lugar o sorriso quebra o gelo
Em algum lugar o galo canta
Em algum lugar alguém diz: Eu te amo!

Em pé dentro do ônibus lotado
Observo a chuva trafegar o caminho
Pessoas revoltadas, pessoas nostálgicas, nuvem solitária.
E o cheiro de terra molhada traz sentimentos criança.

Em algum lugar alguém lê Gullar
Em algum lugar alguém desiste de viajar
Em algum lugar alguém morre de frio
Em algum lugar alguém se encontra vazio.

Sentado a beira da piscina olho a água parada
O dia parado, o corpo parado, o olhar no tempo.
O almoço espera, a janta espera, a fome desespera.
E tudo sangra, e tudo desanda, tarde de domingo.

Em algum lugar alguém faz guerra
Em algum lugar alguém estende a mão
Em algum lugar alguém tem pressa
Em algum lugar alguém fica sem chão.

Andando nas praças com meus fantasmas, fecho os olhos...
Sentimentos alados dentro da cidade e seus farrapos.
Vejo a vida escrita na urgência de amar
Sinto o frio da água que o poema transforma em mar

Em algum lugar alguém vive em paz
Em algum lugar alguém guardou uns réis
Em algum lugar alguém “aqui jaz”
Em algum lugar alguém come pastéis

E os traços patéticos da modernidade
Faze-me pular em teus braços
Meus passos, na chuva breve...
Nosso amor que caminha por montanhas e faz florir desertos...
...Em algum lugar...

MAURO ROCHA 02/10/2012

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

UM DIA EM TODOS OS DIAS



Ser criança
É não ter consciência
É ter inocência
É transmitir esperança...

Às vezes os dias são árduos
Ás vezes as noites são fardos
Mas tudo se quebra
No sorriso de uma criança

Por isso não perca a esperança
Por mais adulto que você seja
Olhe para seus filhos e agradeça
Se não tiver filhos olhe para você e se reconheça

Na criança que mora em você
Na criança esquecida, na verdade escondida.
Feche os olhos por um minuto e veja
Suas brincadeiras na rua

Ou mesmo no quintal
A bola jogada no vizinho
O pique-esconde, a salada de fruta,
As subidas em árvores, as traquinagens com os gatos...

Ser criança
É não ter vergonha de ser feliz
É não saber para onde aponta o nariz
É pintar os dias com todas as cores
É ter amor sem se preocupar com amores

Ser criança
É não saber o que é ser criança querendo ser adulto
E quando adulto, ser criança em todas as lembranças.
Por isso não perca a esperança e seja sempre criança.

MAURO ROCHA 12/10/2012