Em
algum lugar nasce a grama
Em
algum lugar desabrocha a flor
Em
algum lugar o mundo gira
Em
algum lugar cria-se o amor.
Sentado
numa cadeira de balanço na varanda
Observo
o vento varrer as folhas de outono
Pássaros
conversam sem falar seus nomes
Num
traço poético da natureza
Em
algum lugar a onda chega à praia
Em
algum lugar o sorriso quebra o gelo
Em
algum lugar o galo canta
Em
algum lugar alguém diz: Eu te amo!
Em
pé dentro do ônibus lotado
Observo
a chuva trafegar o caminho
Pessoas
revoltadas, pessoas nostálgicas, nuvem solitária.
E
o cheiro de terra molhada traz sentimentos criança.
Em
algum lugar alguém lê Gullar
Em
algum lugar alguém desiste de viajar
Em
algum lugar alguém morre de frio
Em
algum lugar alguém se encontra vazio.
Sentado
a beira da piscina olho a água parada
O
dia parado, o corpo parado, o olhar no tempo.
O
almoço espera, a janta espera, a fome desespera.
E
tudo sangra, e tudo desanda, tarde de domingo.
Em
algum lugar alguém faz guerra
Em
algum lugar alguém estende a mão
Em
algum lugar alguém tem pressa
Em
algum lugar alguém fica sem chão.
Andando
nas praças com meus fantasmas, fecho os olhos...
Sentimentos
alados dentro da cidade e seus farrapos.
Vejo
a vida escrita na urgência de amar
Sinto
o frio da água que o poema transforma em mar
Em
algum lugar alguém vive em paz
Em
algum lugar alguém guardou uns réis
Em
algum lugar alguém “aqui jaz”
Em
algum lugar alguém come pastéis
E
os traços patéticos da modernidade
Faze-me
pular em teus braços
Meus
passos, na chuva breve...
Nosso
amor que caminha por montanhas e faz florir desertos...
...Em
algum lugar...
MAURO
ROCHA 02/10/2012
Um comentário:
Muito bonito!
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