Hoje face do amanhã corpo lisérgico noite sem analgésico
Sinto-me bem, sinto-me além dos pássaros noturnos.
E vejo graça na vida que passa navalha que marca o tempo
cego
E vejo a cidade na moderna desgraça perambulada por zumbis anônimos.
Hoje luz do amanhã esperança cristã cirandas e pedras
Caminho na selva que celebra a vida ao mesmo tempo em que
assiste a morte
Caminho por uma estrada hibrida sem asas, sem páginas, sem
máscaras.
Incêndio no papel no céu da cidade um infinito e belo
horizonte, sem montes, note.
Hoje somente hoje vou crivar na mão o dor do espinho que não
sente a rosa
Sinto-me cidade sinto-me saudade e caio na gargalhada do
cotidiano
Sinto-me espelho sinto-me janeiro e vejo fevereiro cair no
samba
Vejo tudo com os olhos vendados vejo a noite ao teu lado
Hoje corpo simétrico na linha do dia prego convicções
Atravesso o lago que às vezes é fundo, às vezes é raso, limítrofe
de paixões.
Atravesso à tarde descanso na noite observo estrelas
inclinadas no Arpoador
E vejo graça na vida que passa navalha que marca o tempo do
amor
Incêndio no papel, edifício de letras deposito de ideias.
Incêndio de ideias, cadê o papel? Pela janela fogem letras
Hoje somente hoje te quero crua, nua, minha...
Hoje somente hoje te quero loucura, pura, poesia...
Hoje face do amanhã corpo dormente noite com febre
Sinto-me bem, sinto-me num abismo beijo e solidão.
E vejo janelas abertas e vejo pássaros a beça minha mente
meu coração
E vejo a cidade deserta a lua avessa no espelho a face da
noite...
Somente hoje...
MAURO ROCHA 22/01/13
Um comentário:
Ola Mauro,
"incêndio no papel, edifício de letras deposito de ideias.
Incêndio de ideias, cadê o papel? Pela janela fogem letras"
Intenso, tenso.. mas nunca deixe que suas letras e ideias virem um incêndio que não seja no papel.
Beijos , luz e paz
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