Sobrevivo e vivo no dia
Nas paisagens que o ônibus traz
No trabalho que às vezes desejo ser fugaz
Sobrevivo e vivo no dia
Sobrevivo
E vivo na poesia
Que alimenta o vazio
Da alma telúrica
E tudo se resume ao nada
A noite se estende na madrugada
Sobrevivo e vivo
Na cidade variada e cheia de desejo
Folhas secas
Faz barulho o amor
Bebo a palavra, lágrimas e poemas...
A cidade variada em cor
Sobrevivo e vivo
Na matemática das finanças
Vou dançando e variando as músicas
Tem dia que é rock, tem dia que é tango...
Sobrevivo e vivo no dia
Nas paisagens de teus olhos
Escutando as vozes dos ventos
Acordo com os pingos da chuva
Sobrevivo e vivo
Construindo o destino
Abrindo portas, fechando janelas,
Chorando nas noites, sorrindo com as estrelas...
Uma pessoa comum
Diante do espelho do mundo nu
Sobrevive e vive no começo da manhã
No beijo um gosto de hortelã, no dia um gosto de maçã...
Sobrevivo e vivo nas linhas do poema
Leio os mestres, grito os sentimentos,
Navego no desejo do corpo da amada
Na cidade a palavra ocre e o céu cheio de signos
Folhas secas
E os sentimentos da estação
Bebo a palavra, lágrimas e poemas...
Na cidade que muitas vezes não tem coração...
MAURO ROCHA 08/10/2010
Um comentário:
Oi Mauro,
Adorei esse poema.
Hoje sobrevivemos e vivemos nessa vida louca. E vc descreveu de uma maneira gostosa esse viver.
E as vezes não é só a cidade que não tem coração...
Sempre uma honra te ver la no esconderijo.
Um beijo e que a noite traga inspiração, poemas e coração.
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