Não
sei escrever como Cecília Meireles
Nem
chego aos pés de Mário Quintana
E
quem me dera à sombra de Drummond
Vejo
de binóculos a complexa simplicidade de Ferreira Gullar
Para
quem sabe um dia poder tocá-la
Navego
no mar de Fernando Pessoa
Na
esperança de ser pego nas redes tristes de Pablo Neruda
Não
sei escrever com a loucura divina de Edgar Allan Poe
Nem
consigo avistar a torre mais alta de Dylan Thomas
E
talvez não seja tão intenso quanto Federico García Lorca
Mas
uma coisa é certa
Leio
toda a palavra transformada em dias
Aprendo
com cada movimento do corpo que a alma transcende
E
escrevo com cada lágrima ou cada sorriso que jogo ao vento
Pois
não quero ser nunca nem um desses maravilhosos escritores
Apenas
quero continua admirando esses que para mim são mestres
E
vou assim seguindo a vida e escrevendo a poesia
Tão
minha, tão sua, tão dia-a-dia...
E
já dizia o poeta Manoel de Barros:
“Entender
é parede”
Por
isso procuro ser árvore.
E
não tenho medo da minha loucura
Pois
ela é companheira que se junta à solidão
Dentro
dessa realidade insólita
Minha
alma me acalma enquanto o corpo está nu
Meu
corpo sangra no asfalto enquanto a alma sente o frio
Como
se toda vida fosse uma tragédia grega
Mas
saiba que todo dia é uma surpresa
Ver
o sol platonicamente apaixonado pela lua num romance lúdico
Eu
não sei escreve...
...Apenas
deliro.
MAURO
ROCHA 06/09/12
Um comentário:
...não sabe escrever, né?
imagina se soubesse!!
bjs, alma linda!
obrigada pelo carinho!
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