domingo, 13 de maio de 2012

(...) OBSERVANDO DA TORRE


A lua imaginária alimenta o romance
As manhãs acordam o sol
Teu olhar cintilante
Convida para fazer amor...

As sementes germinam pela calçada
Há momentos kafkianos
Tua boca vermelha
Convida para fazer amor...

Na tela do cinema
A lua imaginária alimenta o romance
Estou aqui diante do outono
Regando o jardim de tua primavera

Como um poema sem nexo
Ando no deserto da noite
Compondo melodias diante da nudez
Do mundo e suas jogadas de xadrez...

As manhãs acordam o sol
Vozes sussuram no vento
Há momentos Drummonianos
A minha realidade é um espetáculo

Nas cores da tv
Na mira do atirador de facas
Na solidão que me habita
Na minha alma de artista

Que pinta teu rosto nas luzes da cidade
Quando explode de felicidade minha saudade
Coberta de paixão
Quando fecho os olhos e sinto você nas batidas do meu coração...

Como um poema sem nexo
Ando na chuva do dia
Minha alma atravessada na tempestade
Diante de tua nudez...

Caio num abismo de sonhos profanos
Há momentos rodriguianos
Meu anjo sem asas
Fecho teus olhos amante e sinto tua respiração...

Como num poema sem nexo
A noite anda na chuva do deserto
Perplexo!
O papel amassa na mão...

As linhas do destino estão ligadas...
Um sorriso felino e o suspiro da amada
Desejos desaguam no prazer noturno
O mundo gira no cumplice silêncio do descanço...

Há momentos quintanares
Há rios e mares
Na relva de teu jardim
No encontro dos olhos... Orvalhos e jasmins...

A tarde promete um pôr de sol cheio de beleza
Teus movimentos sutis lembram uma gueixa
Tatuado em teu corpo o amor é traduzido
De várias maneiras num doce romance...
Como num poema sem nexo...