sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

HORIZONTES E AMPLIDÕES

Abro a porta...
Janeiro de dois mil e oito
O ano começa com expectativas e normalidades
Fevereiro encontra-se em festa
Mistura carnal
Março deságua em planos
Faz-se presente o ano
Abril não é mentira
Maio é decisivo:
Casar ou comprar uma bicicleta??
Junho começa o frio e o ano passa fervendo
Julho férias, férias e o que eu fiz mesmo??
Agosto e seus gostos e desgostos
E seus desejos loucos
Setembro vem com a chuva fina
E tudo que fiz foi amar...menina!!
Outubro...bem.. outubro...
Vem com suas lágrimas em folhas
Suas mudanças, suas escolhas...
Novembro tatua escorpião
Traçados os destinos, o passado risca a mão,
O futuro forma-se com os olhos fechados...
Dezembro inicia-se como um fim esperado
Os desejos renovados
Os votos de felicidade
E mais uma porta fechada...
Com uma chave na mão para abri outras portas...

MAURO ROCHA 02/12/2008



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

FECHE OS OLHOS, O CÉU ESTÁ AQUI....

Desejo tanto e quanto e a vida
E teus olhos fechados
E a sedução de se sentir desejado
E não entendo tudo e quando e a vida
E meus sentimentos transbordados
Em copos d’água e furações
Olho para o dia desejando a noite
Olho a cidade no vazio
Meu coração batalha com a razão
Mas nunca há um ganhador
E ninguém vê minhas lágrimas
Ninguém entende minhas migalhas
O mundo gira transeunte
O amor está presente
O desejo também
Mas nem sempre os dois descem o mesmo rio
Desejo tanto e quanto e a vida
E muitas vezes entrelaço os dedos
Interfaces da fantasia...
E a vida vive perambulando
O tempo guarda as lembranças
E meus olhos fechados
Olha para a noite e deseja o dia...


MAURO ROCHA 02/12/2008


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ANÔNIMO

Escrevi meu nome no muro
Que com o tempo caiu
Hoje é outro mundo
Que destrói e camufla o rio
Hoje é outro mundo
Visto da palma da mão
Anônimo
Mato
Vivemos no anonimato
Morro ou mato
O surrealismo virtual
Portas abertas
Felicidades reais
Tristezas reais
Desejos carnais
Fantasias tecladas
Anônimos ou não
Segredos
Mentiras
Verdades vividas
Hoje
Agora
O mundo é outro
Que com o tempo surgiu...na ampulheta
Conheça minhas letras
Dentro do mundo quadrado
Coloque sua mão no monitor
Feche os olhos
Vamos ficar mais ligados
No surrealismo virtual
Escute a música
Leia o livro
Veja o filme
Dê-me um beijo...real
Para eu não esquecer
Que meu nome está escrito no muro...
...imaginário...

MAURO ROCHA 01/12/2008


DEZEMBRO

Rooouuu,Rooouuu,Rooou,Roouuou,Rooouuu...
Dezembro chegou
Mas o natal não é só isso
Há paixão
Há solidariedade
Revisão
O maior presente é a vida
E o gesto mais simples é agradecer...

Dezembro...

MAURO ROCHA 01/12/2008

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

NOITES...

Olhos néon
Cidade fosforescente
Desejo?
Talvez
Vontade?
Sempre...

Olhos envolventes
Cidade néon
Estrela cadente
Cai em minha mente
Os desejos
As vontades
Escritas em tablóides
Estampadas no corpo
Fosforescente...

Noites...
Espaço vazio
Senil
E o Brasil
Serviu
E quem não viu
O beijo na madrugada
Néon...

Parte
Pedaços de mim
Meu coração
É seu
E as imagens
Nas mãos de Deus...

Noites...

MAURO ROCHA 28/11/2008

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

MAQUINISTA

Queria todos os dias querer
Vou acordar um dia
Podia todos os dias poder
Das noites vazias
Seria todos os dias ser
Colher as flores pequenas
Mas não era nada
Dos dias serenos
Na face que espelho
Vivo do nada
Vejo a água turva
Pois nada tinha
No rio escuro
As lágrimas das nuvens
E de seus olhos transbordava felicidades
No sol noturno
Na complexidade da vida
Vejo a vida
Vejo sempre a simplicidade
De ter tudo no nada
E a solidão que invade
Fecho os olhos de saudade
Postado na parede
O horizonte se perde
Meu mundo é verdadeiro
De mãos dadas...


MAURO ROCHA 18/11/2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

CONSCIÊNCIA NEGRA

A cor de tua pele
Nem sempre traduz
A força de tua alma
A beleza e o poder de tua palavra...

Teu passado foi escravo
Teu presente livre
Teu futuro consciente...

A cor de tua pele
É uma dádiva dos deuses
Daqueles presentes que provoca,
Fascina, dá medo

Pelo desconhecido
Que guarda tantos segredos
E tem tanto para mostrar

Tua pele é Negra
E teu orgulho é ser
E não estar.

MAURO ROCHA

terça-feira, 18 de novembro de 2008

HORIZONTE EXPOSTO

Puro desejo
E o que vem primeiro
Falas de sexo, falo de amor
Falo de amor, falas de sexo
E nesta loucura
Louco é o amor
Insano desejo
Seja como for
Tudo está ligado
A luxúria, a gula,
A caixa aberta de Pandora
Os dias
As horas
A porta aberta
O horizonte exposto
A relva
As curvas
O desejo...
Puro...

MAURO ROCHA 12/11/2008

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

LINHAS NÃO RETAS

Sentado a beira do abismo
Olho para trás e vejo a vida
Tudo se passa
Tudo já passou
Os sorrisos eu guardo
As lágrimas eu esqueço
O destino eu traço
Nas portas que escolho
Sentado a beira do abismo
Para seguir um novo horizonte...

Hoje inicia um novo ciclo
Hoje eu nasci...

MAURO ROCHA 14/11/2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ESTAÇÃO, SAMBA E VIOLÃO

Não te conheço
Nunca te vi
Mas reconheço
O que fazes a mim

Teu esplendor
Tua dedicação
Teus mestres
Sambas e violão

Não te conheço
De perto assim
Mas admiro
Teu verde e rosa daqui

Teu esplendor
Cartola estendia com a mão
Teus mestres
Sambas e violão


MAURO ROCHA 07/11/2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ESPARSO

A esperança molha o solo
E com ela deito e rolo
Em meus sonhos esparsos
O espaço delimita a realidade
Tenho a saudade ao meu favor
E as palavras que encantam
Estão guardadas na estante...

Dentro do céu de nuvens negras
Vejo o dia surgir
Nos goles de café
Penso o que vem a mim

O tempo não espera
Os dias só completam
As noites escuras

A esperança molha o solo
A fertilidade está nos olhos
As mãos, o abraço, o arado
Misturas, libido, ao teu lado
Tenho a saudade ao meu favor...

A esperança molha o solo
Do rosto ressecado
Do corpo cansado
Dos dias completos
Das noites...minhas
...Tão tuas...

MAURO ROCHA 04/11/2008



...E OUTRAS COISAS

E o mundo roda
Gira e acorda
Tantas voltas
Muda
Retas
Quedas
Hitler
Caos
Muro de Berlin
Esperança
História
Chama
Luther king
Clama
Barack Obama
E o mundo...

MAURO ROCHA 04/11/2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

MORDIDA

Profundo feito um abismo
Caio em seus olhos melancólicos
Para descobrir as tristezas mundanas
Para me disfarçar com suas faces
E desaguar em teu mar repleto de afluentes...

Crio frases de efeito
Para esconder os defeitos
Navego entre rimas e sorrisos
Para observar estrelas cadentes
Teus olhos revelam o mundo
Teu mar é turbulento...

O deus dos ventos não segue destinos
Muda a rota em jogos de dados
Meu mapa é repleto de desertos
Sou um camaleão revertido de adjetivos...

Profundo é o amor
Que teus lábios semeiam
Em verbos defectivos
Teu mapa é repleto de desvios
Desconfio das placas de contra-mão...

O deus da água brinca de movimentos
Mas não se iluda com sua sedução,
Como o deus dos ventos, ele joga dados
E sua ira traduz-se: destruição.

Profundo feito abismo
Atravesso teus olhos noturnos
Na ânsia de um beijo demorado
Anjos dançam em cima de estrelas mortas
Enquanto gatos miam assustados...

...Nossos gritos de prazer ecoaram pela madrugada
A tempestade abafa nossos gemidos
Teu abismo é cheio de surpresas
Sou apenas um rato sendo observado pela serpente...

Crio defeitos
Para esconder os efeitos de tua sedução
O amor é uma mordida
Quem sente sabe que atinge a alma...

Profundo é o abismo
Que esconde os pecados
Na ânsia da primeira mordida...

MAURO ROCHA 28/06/2007







NOVEMBRO

Novembro que vem...
Dos escorpiões
Da chuva também
Dos trinta dias
Do penúltimo mês
Para o ano que vem
Novembro...

MAURO ROCHA 04/11/2008

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

UM

Abro os braços no Redentor
Caio nas ondas do ar
Vejo os olhos dentro do fogo
Ajoelho ao chegar

Por favor...
Dei-me sua mão para eu me guiar
Por favor...
Dei-me seus olhos, pois os meus não vêem o luar

Fecho os braços no Arpoador
Ando sem andar
Vejo os olhos dentro do fogo
Vivo alma a vagar

Por favor...
Dei-me seus dias sem as horas
Por favor...
Dei-me seus olhos para nas estrelas eu chegar

MAURO ROCHA 31/10/2008








quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MOMENTOS HIATOS

O sol brilha em sua direção, a manhã levanta-se despretensiosa
Os carros estacionam, jovens se apaixonam, jovens quebram o coração
Em momentos hiatos, morro, vegeto, deleto o texto sem direção
As ruas estão cobertas de pegadas, as xícaras estão apostas, o chá será servido!

O livro da estante resume as frases, é permitido viver noites profanas
Da minha janela vejo a soberana lua, o mundo têm fome, um prato e um livro não basta,
O povo tem que saber que o pensamento é livre, e o que faz a diferença é a consciência...
viva!

Jogo a maçã, morda com todo o gosto, do pecado ao veneno, do prazer ao gozo...
Estamparam rostos similares, muitos marcham para lugar algum, espero na esquina.
Guarde seus sonhos, suas roupas desfila em becos sujos, cartazes anunciam-se a tua procura
Guarde seus pesadelos, a televisão abstrai teus pensamentos, caixões anunciam tua morte.

O sol brilha em todas as direções, a lua reflete a solidão do dia
Corra, pule, brinque, abra a porta do futuro, teus sonhos estão lá
A noite nunca foi tão escura, sons de violinos confundem o vento
Só queria dizer em seus doces anos que o mundo acaba, hoje!
Hoje eu abro a cortina e vejo um jardim florido
Teu perfume seduz os coiotes famintos, está na hora do jantar

O ano é do javali, tragédias são esperadas, os urubus ficam atentos
O mundo é outro, o rádio confessa dores e tristezas vividas no sertão
O sorriso tímido da noite é meu novo disfarce
Estendo a mão, morreram mais duzentos no Iraque
Missão impossível: a nova ordem é a paz!
A televisão lança suas futilidades, o povo consome a voracidade fugaz...

Hoje tem sol, amanhã tem lua, domingo não tem nada
Segunda eu trabalho, tenho que consertar as estrelas
Momentos hiatos parados na construção
Escreva seu nome em hebraico
Que eu te dou meu coração mosaico...

O sol brilha em sua direção, borboletas enfeitam os jardins
O que eu quero do mundo é esse teu sorriso tímido
Caixas em formato de coração e noites para dormir
Sonhar com os anjos e acordar ao teu lado
Para que os dias não tenham fim...
MAURO ROCHA 20/08/2007





terça-feira, 28 de outubro de 2008

BLUES

Hoje seria como ontem se não fosse o amanhã
O amanhã seria como hoje se não fosse ontem
Ontem derreti de calor
Hoje a chuva chegou
Amanhã quem sabe não é o amor...


MAURO ROCHA 28/10/2008

sábado, 25 de outubro de 2008

A METADE DO INTEIRO

Conhecer e ser conhecido
Mistérios não resolvidos
E esta face diante do espelho?
Quero me refletir por inteiro.

Quero pegar os dias de solidão
Quero entrar no meio da multidão
Quero entender os traços de minha mão
Me conhecer por inteiro, com razão.

Quero os sentimentos desembaraçados
Quero os movimentos direcionados
Quero entender o “eu” e o “eu” calado
E essa vontade de ficar só, e ficar ao teu lado.

Conhecer e ser conhecido
Mistérios não resolvidos
E esta face diante do espelho
Será o “eu” ou a metade do inteiro?

MAURO ROCHA 08/04/99

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

VIAGEM INSÓLITA

Será hoje a manhã perdida?
Será hoje a minha despedida?
Quantas vezes deixei-me levar?
Quantas vezes deixei pra lá?

Será hoje e não amanhã?
Será o beijo com gosto de hortelã?
Hoje acordei com a mesma sensação
De que tudo acabou

Mas eu me via no espelho
Estilhaçado no chão
Os pedaços eram verdadeiros
Reflexos sem coração...

-Bom dia!! O café está na mesa
-Bom dia!! Tive um sonho
-Sobre o que?
-Eu estava morto!!
-Morto!? Ou em outro mundo?
-É?... Isso mesmo!!!
-Calma que daqui a pouco você vai nascer...

...Será hoje?


MAURO ROCHA 24/10/2008

NU E SEM SEGREDO

...Vou andar pelo deserto
deste coração disperso
fazer chover palavras
ficar nu e sem segredo
gritar teu nome
te dar um codinome
enquanto teus seios
estão em minhas mãos...

...Vou andar pelos jardins
desses olhos frenéticos
jogar pela janela os verbos
te dar um adjetivo
te fazer um substantivo
tudo com razão
grita teu nome
te dar um codinome
enquanto meus lábios
beijam teu sexo...


MAURO ROCHA

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ESTAMPADO NO CHÃO

Ando na rua de cabeça baixa, as lágrimas cristalizam antes de chegar ao chão.
Pergunto-me se vale a pena continuar sonhando? Ou procuro abismos!
Meninas escrevem em diários suas angústias, sonhos e paixões
O trem está lotado de mentes cansadas do dia-a-dia
Preciso chorar a solidão que me assola
Preciso ir embora, o corpo padece, a alma consola...

Prego... os pregos em paredes amarelas
O som do oceano me acalma, o som de tua voz arrepia a alma
Somos gêmeos dessa mistura cósmica
Sou o anjo da asa quebrada
Lembra? Teu sorriso continua estampado na lua...

Abstraio pensamentos loucos diante de imagens surrealistas
Indico o caminho dos pássaros, mergulhado em livros, procuro respostas.
Os dias estão secos, os parques queimam, tuas mãos estão geladas!
Dou um giro de cento e oitenta graus depois daquele beijo
Minhas sandálias estão na escada, minhas pegadas estão espalhadas...

Ando na rua com a cabeça erguida, o horizonte perde-se no infinito
Grito para que o eco atravesse os vidros, procuro abismos...
Tatuo pergaminhos nas sequóias para decifrar novos segredos
Decifra-me ou morrerá de curiosidade...
Decifro-te para ter a eternidade...

Procuro abismos, corro para teus braços
O amor é vício, as respostas estão no coração
Os sinais são claros, as lágrimas evaporam antes de chegar ao chão
Sou o anjo da nuvem negra
Lembra? Te dei minha alma embrulhada de paixão...


Lembra? Teu sorriso continua estampado na lua...



MAURO ROCHA 23/08/2007





quarta-feira, 22 de outubro de 2008

QUINTO ATO

PRIMEIRO ATO

- Quero você!
- Por quanto tempo?
- Até morrer.

SEGUNDO ATO

- Quero morrer!
- Qual o motivo?
- Acabei de te perder.

TERCEIRO ATO

- Vamos começar.Apenas começar!!!
- Começar o quê?
- A viver, a amar.

QUARTO ATO

- E o mundo!E o tempo!
- Esquece tudo, segura a minha mão...
- Esquecer tudo!? É dizer perdão!?!?!?

QUINTO ATO

- É dizer amor, é dizer paixão!
- Então! É dizer coisas bonitas, e falar com o coração!?!?!
- É eu te dizer: Te amo.E o tempo acordar, o mundo aplaudir.
- Ser feliz então...


MAURO ROCHA – 14/05/03

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

PAISAGISMO

Teus pêlos pubianos
Comparo-os a um jardim
Aparados
Da vontade de deitar
Da vontade de dormir...

Grandes
Da vontade de explorar
Da vontade de se esconder

Desenhados
Da vontade de pintar
Da vontade de fotografar

Raspados
Da vontade de morder
Da vontade de beijar

Teus pêlos pubianos
Comparo-os a um jardim
Arquitetura perfeita
Dessa bela estrutura
Que é teu corpo
Desenhado em curvas...



28/08/02 MAURO ROCHA

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

RELEVO AGRESTE

Era profundo...Seus olhos
Janelas incandescentes
Era minha alma
E um desejo único...

MAURO ROCHA 16/10/2008

HOMENS E MULHERES, MULHERES E HOMENS

Homens e mulheres
Qual mesmo o nome?
Mulheres e homens
Olham-se
Comem-se
Amam-se?
Ou se amam?
Talvez sim
Talvez não
Misturam sentimentos
Misturam momentos
Desejam
Cheiram
Entre beijos
E corpos suados
São tímidos
São tarados
São homens
São mulheres
São juntos
São separados
Olhos para todos os lados
Tato, paladar, audição,
Sofrem de amor
Morrem de paixão
Escrevem poemas
Anda na contra-mão
Homens e mulheres
Mulheres e homens
Não há explicação
Não há razão
Há apenas coração...

MAURO ROCHA 15/10/08


terça-feira, 14 de outubro de 2008

UM MERGULHO NA LAGOA PARA ENCONTRAR O MAR

Os sinos da igreja tocam
Ao som dos ventos, tempos...
Abri a porta
Entrei nas ondas, subi o rio
Conheci cidades, pessoas...
Abri outra porta
Pulei em teus olhos, flutuei em teu sangue
Parei em teu coração, então a chuva começou
Era estrela para todo lado...
Saí da janela
Descobri o horizonte num dos teus desejos
Acordei no meio da noite cercado de anjos
Nem parecia que eu tinha andado no deserto
Com os meus demônios...
Encontrei mais uma porta
O único refúgio, a última oração,
Então possuí teu corpo, com aquele sorriso sacana...
Bebi tua alma, dancei em tua palma
Fechei a porta
Saí de mansinho, fiquei na escada
Escutando os sinos da igreja...


MAURO ROCHA

domingo, 12 de outubro de 2008

DIA DAS CRIANÇAS

Ser criança é imaginar...
E mesmo sendo adulto
É nunca perder a habilidade
de sonhar...

MAURO ROCHA 12/10/2008

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

VÍRGULAS

Tanto quanto vejo, ando
na realidade que chove, danço
pela sombra noturna, finjo
no sorriso do lagarto, brinco
no beijo suave, deito
nos braços do rio, vago
no segredo baixinho, calo
no sol que nasce, desejo
nas folhas que caem, me vejo
no mar que vai, naufrago
no livro aberto, escrevo
no trem azul, trilho
no vento norte, fico
na cidade riscada, edifico
nos teus olhos, viajo
no teu corpo, sentimentalismo
no meu corpo, absolutismo
dentro do contexto, amo...

tanto quanto vejo, você...


MAURO ROCHA 08/02/02



terça-feira, 7 de outubro de 2008

...DA IMAGINAÇÃO...

Vi uma pergunta interessante no blog da CLARICE NA JANELA , ai fui no embalo e fiz esse poema.




Asas para que te quero??
Aonde me levas??
Por léguas e léguas
Minha imaginação
Asas do desejo
Do sim e do não
E pelos córregos e rios
Encontro o mar
E pelas montanhas e continentes
Um lugar para pousar
E minhas asas atravessam o horizonte
E essas asas...Tenho aos montes
Asas de paixão
Asas que guardam segredos
Asas sem medos
Asas da imaginação
Asas do amor
Que guardo no coração...
Ai vem à pergunta:
-Com que asas eu vou??


MAURO ROCHA 07/10/2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

PILARES

Segunda...
Abro a janela e vejo o sol brilhar
Tudo parece normal
Tudo parece igual
Mas, porém, contudo,
Todavia...
De repente
A estação muda
O cheiro da chuva
As faixas pintadas
E a segunda que não parecia nada
Chega com uma risada
Com um bom dia!!
Da periferia ao centro
Cortando o Planalto Central
Olho o mundo
O mundo me olha...
Abro a janela e vejo o sol brilhar

Segunda...

MAURO ROCHA 06/10/2008

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BREVE

Logo...
A folha branca cria imagens
Sonhos ou lembranças
Desejos ou esperanças
Numa primavera
Que deixa um outono de folhas caídas
Num verão
Que derrete o inverno de emoção
Num simples sorriso
Que estende a mão
Logo...
O dia passa despercebido
A noite chega seduzindo
E o ano acaba
Entre rabiscos e tatuagens
Registros e espelhos
Desejo o teu desejo
E mais um ano
De altos e baixos
O lucro
Logo...
A folha branca
Completa a saudade...


MAURO ROCHA 01/10/2008

OUTUBRO

Outubro
Rima com outono
Fantasiado de primavera
dedicado a você...
Que abre a porta e não tem medo de viver...

MAURO ROCHA 01/10/2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

TEMPORADA DE TEMPESTADES

Sempre que vejo
A lua, as estrelas, o dia...
Entre tantas coisas, o espelho...
Entre tantas coisas, o que mais seria...

As pedras no abismo?
Não!
Apenas fantasias?
Não!
O livro aberto?
Talvez!
Seriam poesias?
Talvez!

Entre tantas coisas...

Vejo...

Você...

Passar na linha do horizonte
Entre o desejo e o querer...
...A ponte...
Que atravessa
A temporada de tempestades...


MAURO ROCHA 29/09/2008

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

POEMA ADOLESCENTE

E ela ria de minha poesia
E eu ridiculamente vermelho me sentia
Devia ter deixado guardado
Tais rabiscos adolescentes
E quem sabe vinte anos depois
Eu mesmo abriria a gaveta e riria
Das espinhas e da timidez
Que aquele texto dizia...

Mas ela ria da minha poesia...

MAURO ROCHA 26/09/2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

TEORIA DA EVOLUÇÃO

Os anjos estão do lado de fora
Esperando eu criar asas
Nunca pensei nisto
A morte me olha com um sorriso
Mas será que vou criar asas
Ou apenas cair no abismo?

As pessoas têm medo
As pessoas choram
As pessoas...

A morte olha com um sorriso...


25/09/2008

terça-feira, 23 de setembro de 2008

NA QUINA... ESQUINAS...

Quem és tu
Capitu?
O canto da sereia?
O pensamento que nos rodeia?
A lua de cara cheia?
Ou apenas teus olhos
Que nos deixa perdido
Nesta vida
Que te deixa linda...
Nua...

MAURO ROCHA 09/09/2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

TEU NOME

Dedicado a minha amada Janaína F. Sousa

Os dias e as noites da cidade que parece um deserto
O calor que ensaia a chuva que não vem
Ipês se destacam na paisagem cinza
Grito dentro do silêncio anunciado
Teu nome, teu nome, teu nome...
Dos meus lábios são sussurrados
E levado pelo vento
Nos dias saudosos
Nas noites geladas
Bebo a água
Farto-me
Mas o que sacia minha sede
O que sacia minha fome
Teu nome, teu nome, teu nome...
Que dos meus lábios são sussurrados
E é levado pelo vento...
Chega até você
Como carta-depoimento
Registro vivo
Do amor que por ti sinto...
Nos dias e as noites da cidade que parece um deserto...

MAURO ROCHA 19/09/2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

FICÇÃO INÉDITA

Na casa...
Papel de parede
Na rua...
Tela de fundo

Os dias passam entre Romeu & Julieta
As noites passam feito cometa...

Escritos desenhados nos cafés
Músicas e sonhos dividem os canapés...

Hoje eu não vi a solidão
Acordei com a caricia da tua mão...

Teatro, cinema, tv
Registros de um mundo teclados por quem vê...

Vejo o espelho que descreve a alma
Sou o escritor que as folhas o vento espalha...

Vinicius, Bandeira, Drummond
Quintana, Cecília, e o café da manhã...

O melhor do dia é a noite tranqüila
O melhor da poesia são as palavras que colhemos nos versos do dia-a-dia...

Na parede...
Uma casa desenhada
No fundo...
O desejo dos anjos numa conversa animada...

Ficção ou realidade?
O que fazes da vida além de morar na cidade...

MAURO ROCHA 16/09/2008







sexta-feira, 12 de setembro de 2008

METAPOESIA

Quando o silêncio quebra os vidros
É porque a dor ultrapassou os olhos
Numa dessas cenas de cinema
Numa dessas horas atrás da porta

Hoje eu acordei com uma flor na mão
Na verdade nem acordei, atravessei na contra-mão
O destino que a mim foi traçado
O destino que a mim foi dado num beijo malogrado

Hoje eu acordei com uma flor na mão
Hoje eu tive uma visão
Hoje eu tenho certeza da poesia
Hoje eu tenho certeza do amor que te oferto, noite e dia

Quando o silêncio se faz deserto
É porque o coração une-se ao pensamento
Na chegada de uma nova estação
De sentimentos misturados, paixão

Numa dessas cenas de cinema
Numa dessas horas que se bate à porta
Do destino traçado que grito
Do destino que te falo, que te amo...

MAURO ROCHA 12/09/2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

COMEÇO DE ESTAÇÃO

Quinta ou quarta?
Hoje é hoje?
Ou será amanhã?
Ou seria ontem?
Perdidamente apaixonado
O tempo se perde
Na dança do vento
Nas folhas de outono
Nos longos cursos
E discursos do rio
Perdidamente apaixonado
O tempo não passa
Para no horizonte
E contempla as palavras...

MAURO ROCHA 26/08/2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

AH! CIDADE

Caminhando pelo deserto
A mão traça as linhas
Pedras descansam no chão
Carrego os dias
Nos noturnos momentos de solidão
Fito teus olhos
Teus lábios murmuram segredos
A febre se alastra rapidamente
A cidade expõe suas feridas
Tenho fome
Tenho muita fome
Fome de conhecimento
Prazer em conhecer!
Sou a loucura...
E você?

MAURO ROCHA 05/09/2008

terça-feira, 9 de setembro de 2008

SOPRO

Leve, muito leve
Leve-me
De ultra-leve

MAURO ROCHA 07/09/2008

AH!

Não invento
No vento
Acompanho o movimento...



MAURO ROCHA 07/09/2008

!

Haicai, haicai
Mas eu li
Zélia Gattai


MAURO ROCHA 07/09/2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

VESTE

Dormiste
com a loucura esbravejante
numa noite alucinante
do sonho que não tiveras

quimeras
conhecer teu semelhante
e todos os desejos cortantes
que a vida dispusera

quem era
o amante da noite
que se misturava com a lua
em teus sonhos errantes

antes
quisera ser apenas
um anjo de braços abertos
para uma queda livre

vives
dos delírios diurnos
dos anéis de Saturno
que tiveste

sentes
o pulsar de uma vida
o beijo da despedida
na solidão que te esquece

vestes
teu corpo em tua alma
a dor que te acalma
na brisa leste

diz
ao mundo que não foi nada
o amor é uma risada
que com o dia anoitece...

MAURO ROCHA

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ELIPSE LUNAR

De volta as estrelas
A chuva traduz minhas lágrimas
Não há dor nem medo
Apenas a saudade estampada...


MAURO ROCHA 18/08/2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

CONTROLE REMOTO

Estou perdido no horizonte
A tarde cabe na minha mão
Estou no sofá olhando a vitrine
Desse mundo caótico
Estou sem óculos
Só de bermuda ou será calção?
Estou sozinho, fitando o mundo...
A solidão ainda não chegou
A noite deve chegar como canção
A minha frente o futuro
Que meus olhos fitam
Do carnaval que faço
Ao ver teus olhos
Na avenida
E o dia nem chegou ainda
E quantas vezes o correio não chegou?
E quantas vezes o amor adiou?
E quantas vezes às vezes nem era amor?
Estou perdido no horizonte...


MAURO ROCHA 15/08/2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ALÉM DO JARDIM

Tarde, entardece mais tarde
Amanhece a margem
Da imagem no horizonte
E a vida corre nas ondas
Elétricas do corpo
No rosto uma sensação
Sorrisos, lágrimas, tesão
E o tempo ensina
Que andar sozinho
Também tem suas compensações...

Hoje é segunda de um dia qualquer
Os pássaros migram
As flores cilindras
E você não tem tempo
Para ver a cidade
A idade
No cartaz do espelho
Anoitece, noite mais tarde
Amanhece a margem
Das palavras que digo
Vivo
De mãos dadas com você...


MAURO ROCHA 11/08/2008



segunda-feira, 4 de agosto de 2008

SUJEITO DEMONSTRATIVO

Pai...
É aquele que procria
É aquele que cria
É aquele!!
Ora quem diria!!
É o herói
É o espelho
É o verdadeiro
É o pai...
Muitas vezes oculto
Muitas vezes absoluto
Algumas vezes emprestado
Outras vezes atrapalhado
O pai!!
Simplesmente pai...
Pois quando se é, é ora!!
Pai...

MAURO ROCHA 10/08/2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

AGOSTO

Agosto
A todos
A mês
Do cachorro louco...
Ou somos nós...

01/08/2008 MAURO ROCHA

quarta-feira, 30 de julho de 2008

CAVALEIRO DAS TREVAS

Com os olhos cansados
Os sapatos sujos...

Veja
Os anjos tiraram férias
Sua alma esta do lado de fora...

Todas as cartas foram escritas com sangue
Todas as noites foram criadas de insônias
Todos os dias foram criados por labuta

Veja
A dor fria e nefasta
O beijo da morte na taça
O grito num cálice
Os dias ímpares vestidos de sábado...

Todas as teorias foram quebradas
Todas as fantasias foram realizadas
Todas as cidades empoeiradas

Febre...

Com os olhos cansados...



MAURO ROCHA 22/07/2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

ESTRANGEIRO

O último pensamento...
A primeira emoção...
No momento ainda pulsa...
Meu coração...


MAURO ROCHA 21/07/2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

ENTRE OS ANJOS

Felicidade e a tristeza
Dançam na madrugada
Fazem amor e brigam por nada
A tristeza e a felicidade...os olhos da vida
A escolha de um deles...é pessoal
A tristeza tem seu charme
A felicidade seu caminho
A vida tem seus momentos tristes e alegres
Todos têm suas escolhas
Uns vivem tristemente felizes
Outros, vivem felizmente tristes
O dia acaba, a noite chega...
Felicidade, tristeza...
Felizes até na pobreza
Triste apesar da riqueza
Lemas, dilemas, poemas...
Formulas e regras
A serem quebradas...
Triste daquele que nunca olhou para o céu

E não desejou ser uma estrela
Feliz daquele que sabe que as estrelas

Apesar de mortas são lindas e verdadeiras
Lemas, dilemas, poemas...


MAURO ROCHA 18/07/2008



quinta-feira, 17 de julho de 2008

LINHAS GRIFADAS

Cravo os dentes na maçã
Hoje é segunda e meus olhos atravessam o rio
Entre as linhas do livro está meu presente
Ausente minha alma cata sonhos serenos
Meu desejo se mistura com a febre
Estou cansado de dinheiro, do desespero, do caos
Encostado no muro da esquina observo o mundo
A vida precisa de asas para não cair no abismo
Nem todos os anjos são da guarda...

Nem tudo que se guarda é precioso
Vou grifar a palavra “saudade” toda vez que ver teu rosto
O tempo passa e nós que ficamos velhos
Acordei com a sensação de uma música ter escutado
Acordei sendo por anjos carregado
Conversei com todos os demônios no passado
Para não ter duvidas no futuro
A vida precisa de asas para não cair no abismo
Nem todos os anjos são da guarda...

Cravo, rosa e a chuva no caminho
Roubaram meus sentimentos, devolvem-me confusões
Amor, sexo, loucura, paixão...
Decifrar um beijo, caminhar na amplidão
Do amor que lhe entrego, devolve-me mil paixões
Da paixão que carrego mil são ilusões
Ausente minha alma cata blues
Meu desejo se mistura ao teu...
Cravo os dentes na maça...



07/12/2007 MAURO ROCHA





quarta-feira, 16 de julho de 2008

SENSORIAL

Que coisa engraçada
Ver a tempestade sem dizer nada
E teu nome escrito na parede numa forma tribal
Tatuado em meu pensamento numa forma sensorial
Não, não condeno meus olhos
Por estarem fechados e ver sua imagem exposta
Nem condeno meus lábios
Por sussurrarem teu nome por entre as portas...

Gatos pretos cruzam meu caminho
Sinal que o azar não quer caminhar sozinho
Rabisco folhas em traços impressionistas
Colho trevos de quatro folhas
Sinal que a sorte não é um jardim vazio...

Que coisa engraçada
Ver a metade do teu rosto encaixada a minha
Pura química, chuva cósmica
Teu rosto corado denuncia tua timidez
Os anjos dão gargalhadas
O amor é algo tenaz
Não, não condeno meus olhos
Por estarem fechados e ver sua imagem exposta
Nem condeno meus lábios
Por sussurrarem teu nome por entre as portas...

MAURO ROCHA 17/09/2007


segunda-feira, 14 de julho de 2008

COMBUSTÍVEL

O fogo...luz e calor.
Aquilo que queima
O que permite a queima
O calor.
Triângulo do Fogo
Meu corpo
Teu corpo
O calor...


MAURO ROCHA 14/07/2008

AMORAS

Aromas que o vento traz
E os sonhos inclinam a tarde
O beijo e o amor
O olhar e a paixão
O corpo e o tesão
Só queria te dizer
Que TE AMO
Como sempre te amei...



MAURO ROCHA 14/07/2008

sábado, 12 de julho de 2008

FEIRAS

Segunda chance
Terça avante
Quarta cortada
Quinta ainda
Sexta tentação
Sábado diversão
Domingo Domingo Domingo...
...descansa...


MAURO ROCHA 12/07/2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

BEM-AVENTURADO

O dia nasce lindo
Eu abro a porta e deixo entrar o vento
Ele traz o frescor
Que embala teu sorriso
Nuvens brancas brincam disfarçadas
A terra ainda está molhada
O dia passa lento
Aprendi com teus olhos
A atravessar oceanos
Aprendi com tuas mãos
A segurar a mão dos anjos
O dia metamorfoseia
A lua brilha em teu corpo
Observo tudo junto à brisa
Caminho ao teu lado
Evoluo e escrevo em estações diversas
Colho flores
Dou-lhe a primavera
Embrulhada de outono
Aquecida de verão
Com estampas de inverno...

Colho os dias
Revertidos de detalhes e surpresas
Tatuados de desejos
Embrulhados de estrelas
Com estampas de saudades
Engarrafados de felicidade
Refletidos na alma...

Eu abro a porta
Deixo a noite entrar junto à brisa
Com os olhos fechados navego
Nos sonhos que me deste
Com os olhos abertos navego
Na volúpia que te veste...

Navego todos os dias
O desejo é claro
Corpos fragmentados
Unem-se ao luar
O amor é guardado
Bem-aventurado...

O dia... nasce lindo.

MAURO ROCHA 01/06/2007

quarta-feira, 9 de julho de 2008

SONETO, SEM SOM, SEM ETO

As noites que nascem dia
Pelos caminhos da vida
Corre pelos rios
Acompanha o vento junto a um sorriso.

Tudo parece perdido
Quando se acha
Tudo parece domingo
Mas ainda é quarta.

Os pássaros estão sumidos
Os pombos não vão mais aos correios
Carta? Não!! hoje é tudo por e-mail
Na metade da manhã, tablete sem recheio.

Leio Cecília
Transverberado Clarice
Entre um tango e outro de Gardel
Papéis e poemas jogados no céu.

Fumaças disfarçadas de nuvens
Ruas, espelhos, sinais
Livros, bocejos, vinténs
E a tv descontrolada de canais.

Tudo parece mas nada é igual
Tudo acontece na coluna social
Segredos são selados
Ao teu lado estão os desejos...

Assovia o vento vespertino
No espelho ainda me vejo menino
E tudo que o tempo me dá guardo no dia anterior
E tudo que posso te dar é o real do surrealismo amor.

MAURO ROCHA 09/07/2008










terça-feira, 8 de julho de 2008

LOUCURAS SEM FIM

Em homenagem ao João Roberto de Amorim Soares, de 3 anos,
que infelizmente foi vítima da violência urbana.


Quando se pensa em segurança
Pensa-se em proteção
Quando se pensa em polícia
Pensa-se na mesma definição.

Mas ai você se depara com um desastre
Com uma falta de preparo total
Com tudo que falta
E percebe que o país vai muito mal.

E quem paga por isso cidadão?
É você, sou eu, é uma criança
Que não só perdeu a vida, a infância,
Mas perdeu a esperança...

Num país que têm formulas no papel
Que têm palavras ao léu
Que chora dia-a-dia suas dores
Que cobra seus direitos na lentidão dos seus três poderes...

Quando se pensa....chora....

MAURO ROCHA 08/07/2008

VIAGENS E CONCEITOS

Sem beijo
Sem abraço
Sem nexo
Nem complexo
Sem mundo
Mudo
Observa o calango
Que não nasceu camaleão
Por obra do destino
Uns o chamam de labigó
Outros de lagartixa
Mas é um calango
Que estica o pescoço
Para entender o outro
Que observa
De repente um susto
E ele some
Eu sumo
E as nuvens continuam a pastar
Sem beijo
Sem abraço
Sem nexo
Nem complexo....


MAURO ROCHA 08/07/2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

SIGNOS

O ser humano
É feito de virtudes
É feito de defeitos
Meus defeitos são numerados
Minhas virtudes só quando acerto
Não sou santo, nem demônio
Sou poeta
Vivo no purgatório
Com um olho no paraíso
E o outro no inferno...

...de DANTE.

MAURO ROCHA 07/07/2008

DAS SEGUNDAS

Estar invisível é fácil
Difícil é estar visível e ninguém percebe...


MAURO ROCHA 07/07/2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

CIDADES PLANEJADAS

O cenário que vejo
É tão comum na urbanística
Cena bucólica
Do café amargo
Desenhado nas paradas de ônibus
Aonde a multidão aquece a alma
Antes de enfrentar o dia lacaio
Das migalhas recebidas...



MAURO ROCHA 04/07/2008

FETICHE

A saudade que aumenta o desejo
E o desejo de ter saudade.


MAURO ROCHA 04/07/2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

VERSINHO NOTURNO

Enquanto todos querem o sol
Eu quero a lua
O sol esquenta os corpos
A lua esquenta a alma...


MAURO ROCHA 03/07/2008

quarta-feira, 2 de julho de 2008

TARDE TATUADA

O inverno chega rodeado de ipês roxos
Clima seco, manhãs geladas, café pronto,
Sol de enfeite nas praças vazias
Recito poemas para teu dia
No ônibus vejo a cidade acordar
Na minha viagem anjos a brincar
Tatuada a tarde finda no horizonte
Longe, muito longe está meu pensamento...
De ti só quero um momento
Para que a eternidade fique completa
O inverno me dá o frio
O verão me dá o calor
A primavera me dá flores
O outono ainda não voltou
O clima seco, as manhãs geladas, o café pronto,
O sorriso perfeito, as tardes cinematográficas, o encontro...
Recito poemas...
....para minha amada....


MAURO ROCHA 02/07/2008


terça-feira, 1 de julho de 2008

BLUES

Gira
Girando
Ira
Ando
Parado
No movimento
O pensamento
Não para
Gira
Girando
Ira
Ando
No mundo
Parado
No quadrado
Navego ao teu lado
Girando
Gira
Ira
Ando
Parado...

MAURO ROCHA 01/07/2008

JULHO

Férias de novo !!!
No meio , no frio
No cobertor
Rindo, sorrindo,
Esquentando com beijinho...


Mauro Rocha
21/01/2004

segunda-feira, 30 de junho de 2008

COMO NO PARAÍSO

E o destino pois a brincar
Ora vivo, ora morto
E a dúvida a questionar:
Tantas incertezas
Tantas belezas
Tantas tristezas
Qual era mesmo o caminho do mar??


Espiritos de luz observavam
O vento inquieto assoviava
O destino ria
A vida dançava conforme a música
Ora o amor aparecia
Ora o amor desaparecia
Os olhos fechados
O conhecimento interior
Olhos abertos
O conhecimento, o espanto, a dor
E a dúvida a questionar:
Qual era mesmo o caminho do mar??

O destino pois a brincar...
Justo agora que tudo parecia certo!!!
Ou será que tudo está errado??

O destino....

MAURO ROCHA 30/06/2008

OUVINDO NO RÁDIO

Segunda...
O trem passa
Passo bonde
Passa a vaca
Passa a vida
Passa tempo
O tempo passa
Passa a roupa
Que eu ainda vou para a praça...


MAURO ROCHA 30/06/2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

TOCAR O GELO

Sentado a beira da calçada
Espero as estrelas
O anjo que aqui está sentado ao meu lado
Sorri de minhas lágrimas
Não choro de tristeza
Mas,sim, de felicidade
Pois volto para casa...


MAURO ROCHA 27/06/2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

AOS AMIGOS....

A internet não é sua casa
Mas pode ser teu lar
Veja a
CRIPTA DO RAVNOS
Como é bom ir lá e descansar
Já dizia o
BLOG DA RENATA CORDEIRO
No seu breve repouso...
A LINGUAGEM DO CAOS
Está no CANTO DA BOCA
A CLARICE NA JANELA
O
CONTROVERSO SENTIDO
Da COR DE DENTRO
Nos COTIDIANOS E OUTRAS COISAS
Nesse ENCONTRO MARCADO
De belos DESENHOS REALÍSTICOS ...
Sou
DEFENSOR
Do ESCONDERIJO DA BANDYS
Das PALAVRAS EM DESALINHO
Das ANTIGUIDADES, DECORAÇÃO, POESIAS, CONTOS
Dos PENSAMENTOS SOLTOS ...
...
PENSAMENTOS, DEVANEIOS E FOTOS
Das POESIAS ORIGINAIS
ENTRE O FASCÍNIO E O PENSAMENTO
Que encontro na tão moderna VELHA CASA ...
LAMPEJOS que vejo nos desejos
MUNDO A FORA ...
...Vejo o
O AVESSO DA VIDA
IRONICAMENTE PERDEDOR ,Ironicamente?
Mal sabe ele que é um vencedor...
Ah! Antes que eu me esqueça
O ÚLTIMO APAGUE A LUZ ...


MAURO ROCHA 26/06/2008



quarta-feira, 25 de junho de 2008

PAPEL BRANCO NA MÃO

Fogueira de Santo Antônio
Fogueira de São João
Fogueira de São José
Com a esperança na mão
As mulheres querem o homem no pé
Mas tem que ter atenção na oração
Para não vir um Zé Mané
O homem tem que ter coração, amor e paixão pela mulher
Que por sua vez quer um casamento, se não perfeito, cheio de emoção
A simpatia pode ser:
Na fogueira
Na bacia
Para arrumar namorado
Para não perder o amado
Faça o pedido para o Santo Casamenteiro
Para São João primeiro
Para São José
Mas não esqueça de ter fé
Para não se queimar
Tanto o homem quanto a mulher
O respeito é fundamental
Na relação que vier...


MAURO ROCHA 25/06/2008


terça-feira, 24 de junho de 2008

O QUADRO DO QUADRO NA PAREDE

Tem gente que gosta da dor
Tem gente que gosta da cor
Tem gente que gosta de sentir
Tem gente que gosta de mentir
Tem gente com o pé no chão
Tem gente que flutua sem noção
Tem gente que é gente fina
Tem gente que desafina
Tem gente que “se acha”
Tem gente que se mata
Tem gente de coração
Tem gente que não vale um tostão
Tem gente que é escritor
Tem gente que é ator
Tem gente que morre por amor
Tem gente que mata seja pelo o que for
Tem gente que é delicado
Tem gente que é tarado
Tem gente que é internauta
Tem gente que é astronauta
Tem gente aí
Tem gente aqui
Tem gente em todo lugar
Tem gente que nem deveria estar
Tem gente no poder
Tem gente que deveria morrer
Tem gente na tv
E você olha para o espelho e pergunta cadê?
Na multidão cadê você?
No mundo tem gente que te ama
No mundo tem gente que te chama
No mundo tem gente que não tem espelho para ver
Que ser especial é ser você....


MAURO ROCHA 24/06/2008

PEQUENAS HISTÓRIAS

O leãozinho que é o principe da floresta
Ao ver o elefante
Ficou assustado
Mas na sua astúcia
Imitou o rato
Então o elefante saiu correndo,
louco,
assustado...



MAURO ROCHA 27/02/2003

sábado, 21 de junho de 2008

CHUVA

Colher as fores
Que o verbo plantou
Caminhar nas interrogativas
De uma chuva aditiva
Olhar pela janela o sujeito
Escutar John Lee Hooker
Numa noite de sábado
E todos os pretéritos perfeitos
E imperfeitos que existir
Dentro de um copo de vinho
Diálogos estrelados
Sobre reticências,
Guitarras efêmeras,
Luas e blues...

Colher as flores
Que você deixou
No jardim suspenso
Da janela penso
E escuto John Lee Hooker
Num sábado rasgado de blues
E todas as saudades que existir
Dentro de um verbo efêmero
Diálogos distantes
Guitarras e blues
Reticências e você....


MAURO ROCHA 21/06/2008

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O HOMEM NO MUNDO DA LUA

O silêncio possível do beijo
O grito ensurdecedor dos olhos
O toque do pensamento
E o dia que passa lento
Sem caminhos...
Sem caminhos...
Minhas asas esperam pelo destino
Que teus lábios conduzem
Nos sussurros noturnos
Dos segredos divinos
Que o silêncio possuí
Que os olhos gritam
Que a mente toca
E o dia passa
Sem caminhos...
Sem caminhos...
O amor constrói estradas...


MAURO ROCHA 20/06/2008

quinta-feira, 19 de junho de 2008

DESERTO

Pulei no abismo
De minhas vidas
Em sonhos profundos
Colhi as tulipas
Girei o mundo
Com os pés no chão
Procurei não pensar
Apenas chegar ao fundo
...Ao fundo do coração
Para descobrir o quanto sou humano...


MAURO ROCHA 19/06/2008

quarta-feira, 18 de junho de 2008

CORTE SUPERFICIAL

Hoje queria escrever
Realmente queria escrever
Não para falar do amor
Não para falar da dor
Apenas escrever
Brincar com as palavras
Lutar com as palavras
Palavras amadas
Palavras odiadas
Palavras que não dizem nada
Palavras que do nada não precisam para dizer
Apenas escrever
Nem que fosse as reticências da reticência
Nem que fosse para marcar presença
Nem que fosse para olhar tua ausência
Apenas escrever
A música que não sei cantar
A lua que se admira com o olhar
Os caminhos que não querem voltar...


Hoje eu queria escrever
Mas o papel insiste em ficar mudo
A me olhar...
E eu de olhos fechados
A imaginar...

...Hoje eu quero você...


MAURO ROCHA 18/06/2008
.


terça-feira, 17 de junho de 2008

POEMAS E POESIAS

Risca a folha
Transforma o nada em carvão
Transforma o carvão em diamante
Transforma o dia
Em sim ou não
Transforme a vida
Nas reticências da paixão
Nas linhas tortas do coração
Na certeza do amor...

Risca a folha
Que o poema espera
A poesia acontecer...


MAURO ROCHA 17/06/2008

segunda-feira, 16 de junho de 2008

...PARA DIZER ALGO....

A folha que cai no outono
Renasce na primavera
Aquece a árvore no inverno
E pega um bronze no verão...

É a mesma que eu vejo
No jardim de teu coração....


MAURO ROCHA 16/06/2008

sexta-feira, 13 de junho de 2008

ESCRITAS NO CHÃO

Crivado de emoções
O anjo olha para o fim da estrada
Suas asas foram podadas
Suas palavras são regradas
Seus dias findam de escuridão...

Entre as distancias
O bem e mal
O anjo vai pela estrada
Conhecendo os pecados mundanos
Escorando-se na própria sombra
A noite está em seus olhos
Como uma música suicida
O dia não surge
O anjo procura seus pedaços
Seus lábios secos
Clamam pelo céu...

Crivado de emoções
O anjo olha para si mesmo
Sua pele humana lhe dá medo
Numa bandeja a vida lhe serve uma maçã
O demônio lhe serve vinho
A estrada lhe serve os caminhos
Agora só falta escolher...


MAURO ROCHA 13/06/2008






OLHOS FECHADOS

Tua voz...
Vai de um sussurro aveludado
A um grito assustado
Numa fração de segundos
Escuto Pink Floyd
Num processo progressista
De um ato de amor...


MAURO ROCHA 13/06/2008

LUAS ENTRE SÓIS

Um poema em tua mão
Escrito em cada linha
Leva-me a qualquer direção
Pela veia do rio sigo
Junto a luz do chão
A lua vai sorrindo
E sempre que o vento muda a direção
O sol vem e vai se abrindo
Esquenta teu coração
Meu olhar te consome
Seguro em tua mão
A poesia surge
Vem teu corpo, movimento e ação
Desses teus olhos lindos
Quase sem respiração
Por um segundo apenas
Tudo para, para o mundo
Gira o destino
Que não deixa ficar muda
Essa tempestade louca
Teu sorriso é o desejo
Beijo tua boca....


MAURO ROCHA 10/06/2001

quarta-feira, 11 de junho de 2008

JANELAS, PALAVRAS E O CÉU DE NUVENS FLUTUANTES

Namorar...
Mesmo que os dias não estejam para o mar.

Namorar...
Mesmo que os olhos só queiram passear.

Namorar...
Mesmo que a noite não tenha luar.

Namorar...
A eterna arte de amar.

Namorar...
A paixão nova e a que a muito está no ar.

Namorar...
Todos os dias que a noite deixar
Todas as noites que o dia mandar
Todas ás vezes só para lembrar
Todas as coisas que amar
Todo o amor que a vida te dá
Toda a vida que o amor guardar...

Namorar...


MAURO ROCHA 12/06/2008


ABSTRATO EXTRATIVISTA

Solitude...
E o quadro vagando pela tinta
Teus olhos, teus seios
Pintura íntima
O vento, o tempo, a chuva de repente...
Solitude...
E minhas mãos vagando pelo teu corpo
Tuas coxas, teu sexo, teu rosto
Desejo infinito
O tempo, o vento, a chuva de repente...

Mauro Rocha
14/02/2004

UMA NOITE NO MEIO DO SAMBA

Compus um verso no meio da noite
na batida do tamborim
vou reunir os amigos hoje
para cantar e ser feliz

vou fazer uma roda de samba
ver você requebrar os quadris
miudinho, miudinho, miudinho
requebra morena dos olhos de anis

toda vez que eu vou pró samba
essa historia se repete
a morena requebra, requebra
e meu coração pede:

um pouco do teu amor
um pouco do teu sabor
o gosto do teu beijo
nesse samba derradeiro

morena, morena
morena, morena
requebra, requebra
requebra, requebra
que eu gingo
no teu olhar

compus um samba no meio da noite...


28/07/2002 MAURO ROCHA

terça-feira, 10 de junho de 2008

PASSOS A PASSO

Dedicado a Rosa Passos


Passo a passo,

Passos

O toque , tom
Num laço
Que gira o mundo
Torna-se som
A letra, o timbre
O silêncio no jardim...


A Rosa canta
O espinho sem dor
No instante do Beija-flor...


O passo, a Rosa

No espaço

Medido do palco
Rosa Passos
E os aplausos desse espetáculo
Que é a vida
Que é o tom
Que é o som
Da luz que ilumina a multidão
do silêncio e do violão...


10/11/2000 MAURO ROCHA

NESTE BRASIL

Em cada ponto uma saudade
Em cada rosto uma cidade
De Brasília a Belém
Você vai, Você vem...
...Me beija, me abraça
Em Natal, em cada praça.


No Rio de Janeiro uma amizade
Em São Paulo chuva e felicidade
Neste Brasil de norte a sul
De leste a oeste, de avião ou de buzu
Você vai, Você vem...
...Me abraça, me beija
Em cada ponto um brinde com certeza
Cada saudade, cada cidade...

22/09/1999 MAURO ROCHA

A COR DO CÉU

Eu falo dessas coisas que tocam o coração
Dessa chuva que molha o sertão
Desse país que vive em contraste entre a tristeza
E a alegria que vira canção.


Eu falo dessas coisas que às vezes não tocam no rádio
Da emoçaõ de ver um brasileiro campeão
Dos olhos em lágrimas por ver um brasileiro sem pão
E esse país que vive no paradoxo da renda sem distribuição


Eu falo dessas coisas que tocam o coração
Do amor platônico ao abraço do irmão
De norte a sul, passando pelo centro candango
Desse país que mistura riqueza, miséria, e se chama Nação!


MAURO ROCHA 03/05/1999

segunda-feira, 9 de junho de 2008

LUA ALVORADA ( O AMOR)

Nasce do desejo diurno
As luas de Saturno
Que iluminam teu caminho...

Nesse mundo
Caminha por veias
Canta como sereias


Acontece
Sorri
Anoitece


No espaço vazio
Corra e olhe o céu
Chora diante do véu

Encontra cada manhã
O fruto da romã
Dois...
Em um.

Mauro Rocha 27/07/2004

...ERA UMA...TALVEZ

Hoje é dia de chuva
E ela cai sempre ao meio-dia
Demora apenas duas horas
Mas traz muita alegria...


Essas são pequenas coisas
Coisas talvez sem importância
Mas se cair no lugar certo
Traz muito esperança


Não sou contador nem profeta
Apenas escrevo em linhas tortas
O cotidiano que me resta
Na verdade sou apenas o poeta.



MAURO ROCHA 02/12/1999



sexta-feira, 6 de junho de 2008

CHÁ COM BISCOITO

Criei luas para um mundo exato
Mandei flores, tirei retratos
No meu mundo imprefeito
Cabia mais um
No meu mundo perfeito
Eu e você somos um
Um em tudo, formando um todo
Um mudo o outro louco
Um de tudo e de tudo um pouco
O imperfeito e o perfeito do outro
O chá e o biscoito.

No meu mundo imperfeito
Cabia mai um
E é você olhos de anu
Que traz flores para o mundo imperfeito
E o tempero na boca para o beijo exato
Sobre a lua de fato
Que reflete a luz feito retrato
De um mundo perfeito
Misturado um no outro:
O chá e o biscoito.


MAURO ROCHA 15/07/2000

NOITES E ESTRADAS

Cadê?
Cadê?
Cadê?
Cadê você....?

Que não está no retrato
Que esqueceu o sapato
Que não deixou recado
E me deu um beijo malogrado...


Cadê?
Cadê?
Cadê?
Cadê você...?

Que me tirou do sério
Que me deixou no zero
Que levou o Baleiro
E o despertador que me acorda cedo...


Cadê?
Cadê?
Cadê?
Cadê você...?

E toda aquela alegria
Que fazia amor até na pia
Que deixou nossa cama vazia
E foi sem dizer bom dia!!!


Cadê?
Cadê?
Cadê?
Cadê você...?


MAURO ROCHA 16/06/1999

NO INTERVALO

Já são 11:00 horas e estou de pijama
Não tem mais ninguém na minha cama
Saio pró trabalho mais que atrasado
Vou escutando rock e xaxado
E no intervalo escuto o noticiário
Desse país que anda bagunçado.


E você me telefona
Perguntando se eu te amo
Eu corro toda semana
Enrolo te no meu pijama...


A noite chega e às vezes não há o que fazer
Tomo uma cerveja e escuto um iê-iê-iê
Fazendo hora prá te vê
Toda derretida e apaixonada
Fico deitado em minha cama
Escutando bossa e samba.


E você me telefona
Perguntando se eu te amo
Eu corro toda a semana
Enrolo te no meu pijama...


MAURO ROCHA 11/05/1999

quinta-feira, 5 de junho de 2008

SEM VOCÊ

O que posso dizer em poucas palavras?
As folhas de outono já não dizem nada
Dos caminhos que tracei, alguns joguei pedras
As fores e os espinhos fazem parte da mesma guerra.


O que posso dizer desse país?
Sobra miséria e falta cultura
Sobra violência e falta giz
Somos internautas de uma esperança utópica...


O que posso dizer em poucas palavras?
Dê-me tua mão e os gestos de tua risada
Dos caminhos que tracei, alguns eram claros entre veredas
As flores e espinhos fazem parte da nossa vida.


30/07/2000 MAURO ROCHA

VIOLETAS

O dia chegar
E minha vida passa como um cometa
Estou seguindo o meu olhar
A noite estou em outro planeta
Sei que ás vezes quero me matar
Noutras procuro minha face direita.


O dia vai chegar
E o que procuro está a esquerda
Justamente no teu olhar
Este modo de organizar o meu planeta...
Ajeito a casa, faço o mercado, preparo a mesa
Para um belo jantar
Com você de sobremesa...

Porque o dia vai chegar
Com o sol brilhando nas violetas
Postas na janela do teu olhar
Essa porta aberta do teu planeta.


28/09/1999 MAURO ROCHA

ÀS VEZES...NOITES SOLITÁRIAS

O sentido da vida já está marcado
Na palma da mão, na encruzilhada
Num piscar de olhos, numa falsa risada
Que atravessa a pista na madrugada.


Te liguei para dizer que os anjos estão chegando
O meu mundo é teu, enquanto eu estiver te amando
Vamos sair na madrugada feito pombos
Vamos sair sem dizer nada: segundo os anjos.


O sentido da vida está traçado
Em cada olhar desesperado
Em cada sorriso apaixonado
Em cada curva, em cada esquina...

Te liguei para convidá-la: dei-me o prazer desta dança
Nesta noite ensolarada pelos raios da lua
Corrija-me se eu estiver mentindo, se minha vida não é sua
Pois o sentido da vida é vivê-la nua e crua.


MAURO ROCHA 02/10/1999

quarta-feira, 4 de junho de 2008

SAUDADE PLENA

Como te dizer
Que eu queria versos
Se teus olhos são rimas
Noite fria num deserto
Teu corpo me desatina....

MAURO ROCHA 17/03/2001

LINHAS E MÃO

A mão estendida
O sorriso aberto
O passo que se firma
Na linha do deserto


Cheio de palavras
Navega com o coração
Na linha dessa estrada
Estendida está a mão


Que segura o mundo inteiro
Que se perde por dinheiro
Que enxuga lágrimas
E aperta a mão do companheiro

A mão estendida
O sorriso aberto
Assim se faz o homem
No meio do caminho incerto.



MAURO ROCHA 25/03/2001

LUZ NO HORIZONTE

Quero viver hoje
Para poder morrer amanhã
Quero a última flor
E o primeiro suspiro da manhã
Não quero saber aonde vou,
Irei ouvindo o silêncio da estreda
Meu sorriso eu deixo nas estrelas
Minhas lágrimas viraram gotas oceânicas...


Sei que tive dias nobres
E deixei amor pelos cantos
Sei que já vou embora
como uma luz no horizonte
Mas estarei sempre presente
Nos olhos fixos
E no sorriso inocente de todos os amigos...

Quero viver hoje
Para poder morrer amanhã.


MAURO ROCHA 21/04/2001

terça-feira, 3 de junho de 2008

DÍSPAR

O poeta me disse ontem
Que o amor têm fases
Feito a lua ascendente em câncer
Feito os horizontes em marte.


Porém o que vejo
Vai além da imaginação
Penetra dentro da alma
Corta os dedos, chega ao coração.

O poeta também me disse
Que a vida não têm planos
Corre alegre ou triste
Mas, como o amor não há desenganos.

Porém o que vejo
Está além de minhas mãos
É algo feito desejo
Corta os punhos, chega ao coração.


MAURO ROCHA 25/01/2000

O LADO DO LADO

Quando tudo parece certo
Há sempre um anjo malvado
Que nos coloca num deserto
Sem água do lado.


Quando tudo parece errado
Há um sempre um anjo do bem
Que nos tira do deserto
Com direito a água e nos ensina a dizer: Amém.


MAURO ROCHA 25/03/2001

JUNHO

Junho, junho,
O começo do frio
O mês do cupido
E mais
Nada a dizer
E você?


Mauro Rocha
21/01/2004

segunda-feira, 2 de junho de 2008

VENDEDOR DE SONHOS

Corro pelos cantos
Reunindo fantasias
E pelas estradas eu vou
Entre rimas e cantigas
Reunindo almas vazias
Vendendo sonhos
Desejos e gracejos
Correndo prá te ver.


Sou feito mambembe
Equilibrando-me na vida
Com a palavra dentro da cantiga
E os sonhos dentro da mão
Distruindo alegria
Essa palavra contra a solidão
Seja de noite, seja de dia
Vendendo sonhos em toda direção
Corpos colados, beijos suados
Passos contados pelos palcos
Nos olhos da cada cidadão.


MAURO ROCHA 02/06/1999

DOIS

Tenho dois momentos
Guardados nesta vida
Um me consome por dentro
O outro esconde a ferida.

Mas não posso reclamar
Das coisas que tenho
Ando sobre a terra, sobre o mar
Andarilho feito passarinho.


Tenho dois momentos
Guardados nesta vida
O amor que me consome
E o destino que me deixa sozinho.


MAURO ROCHA 01/09/1999

...OUTROS POEMAS

Dedicado a João Cabral de Melo Neto

Sem asas se faz anjo
Pelos caminhos da palavra
João Cabral de Melo Neto
O arcanjo da fala.

Tão simples quanto a linha
Tão complexo quanto a vida
Sua poesia chove
Na realidade crua e vazia.


João Cabral de Melo Neto
O arcanjo que declama, a morte e a Vida
Deste povo que resiste e luta
A cada olhar, cada lágrima no rosto, Severina.


Anjo do ontem, do amanhã, e do hoje
Sua poesia corre pela alma, na expressão do povo
João Cabral de Melo Neto
pelos caminhos da palavra, sempre, e hoje.



MAURO ROCHA 09/10/1999

sexta-feira, 30 de maio de 2008

TRADUZIDO

"Procurei as terras distantes
Deixei meu coração me guiar
Sou um pássaro errante"
Tentando me encontrar.


Tenho pensamentos estranhos
Tenho medo de falar
Construo caminhos
tentando me encontrar.


Sou ligado aos elementos
Sou escorpiano no jeito de olhar
Tenho lágriams nos olhos
Tenho vontade de chorar.


Sou um ser humano completo
Com defeitos, trejeitos e o resto
Direitos, deveres e o pensar
E quando penso, tento me encontrar.


Fantasio a própria fantasia
fantasio os mistérios do amor
Digo o que não deveria
Digo que estou, quando não estou
Sou escorpiano no jeito de amar.


MAURO ROCHA 14/10/1999

SEXTA/SÁBADO/DOMINGO

Enquanto você dormia
O filme terminava
O mundo chovia
Tua alma irradiava alegria
Teu sonho se misturava com tua fantasia
Tua respiração era ofegante
E eu te admirava sozinho
Teu anjo em forma de passarinho
Teu amor te fazendo carinho...

Enquanto você dormia
O mundo fazia silêncio
Para escutar teus movimentos
De anjo sonolento...

Enquanto você dormia.



MAURO ROCHA 14/05/1999

EM CENA

Por um segundo apenas
Faço sorrir a alma pequena
Que vai descendo o rio sem saber por que
E ilumino ainda mais a alma grandiosa
Que desce as montanhas rochosas prá ver
A dança do vento...


Por um segundo apenas
Abro minha mala cheio de contentamento
Com os mais variados artigos e eventos
Que os olhos podem ver
É só sentir o momento e curtir a canção
Que os sonhos irão fluindo de mão em mão
até chegar ao coração...


Por um segundo apenas
O desejo, a libido, o segredo
Vão se misturando a palavra
Confundindo-se com o verbo
Interligando a fantasia
Na noite clara de lua cheia
Vendo sonhos coloridos
Feito calda de baleia
Nesta globalização do caos...

Por um segundo apenas
A música entra em cena
Por esta voz que vos fala.


MAURO ROCHA 03/06/1999

quinta-feira, 29 de maio de 2008

ABSORTA

Tarde de setembro
O amor se divide em frutos pequenos
A palavra se divide em verbos efêmeros
Enquanto o sol espia a lua chegar de mansinho
Com sua noite fragmentada, feito a vida dividida
Por sentimentos mesquinhos.


MAURO ROCHA 27/05/1999

...ESTRADA....

Infinita estrada
Infinita e larga
Onde tudo e todos passam
Com seus sonhos, pesadelos,
O dia, o ano inteiro...


Infinita estrada
Que traz miragem
Que chega e vai de viagem
Nesse imenso coração
Interplanetário da imaginação...

Infinita estrada....


MAURO ROCHA 03/10/1999

QUE EU VOU

Faz um trocadilho
Amarra o cadaço
Pede uma pizza
Que eu vou.

Fica com o cabelo embaraçado
Dá um sorriso de lado
Faz bolo de cenora
Que eu vou.

Liga o ventilador
Arruma o travesseiro
Faz pipoca e traz o guaraná
Que eu vou.

Vou correndo
Entro no teu apartamento
Dou-lhe um beijo na boca
E faço amor.


MAURO ROCHA 09/04/1999

quarta-feira, 28 de maio de 2008

LUA CORTADA

Sinto tua mão gelada
Encostada em meu peito
Teu sorriso disfarçado
Teus olhos de um jeito

Como se a lua estivesse cortada
Tuas lágrimas tivessem defeito
Como se o sol acordasse de madrugada
E teu coração não batesse direito


Sinto tua mão gelada
Encostada em meu peito
Meus olhos fechados
Meu sorriso sem jeito

Sinto que não tenho mais nada
E um coração direito
Foi-se também minha alma
Com teu olhar de um jeito

Como se tudo estivesse certo
E a paisagem florida
No meio do deserto
Perdi minha vida.


MAURO ROCHA 26/03/2001

NOITES SELVAGENS

Noites selvagens despertam o amor
Sem rumo e bagagem não sei onde vou
Destinos e palavras sem crases
Suave neblina sem cor.


Estou entre quatro paredes
Urca, Pão de Açucar,
Leblon, Cristo Redentor,
...buscando água


Sigo caminho, pulo sozinho
Pego o metrô.


Noites selvagens, meu abrigo é teu ninho
Cubro-te de sexo, carinho e amor
Desperto sutil teu sono macio
palavras com crases, neblina sem cor.

MAURO ROCHA 22/08/1999

...HUMANOS...

Quem tem o poder de que
Nesse caos urbano?
matar ou morrer
Já não tem planos


O que fazer em casos banais?
Quando se mata por prazer
Sem ter o fazer
Lixos sociais


Aonde está a compaixão?
Não se pode nem comprar o pão!
A deficiência do Sistema nos aprisiona
Enquanto os ratos tomam conta

E por falar em conta, são milhares de mortos
Por descaso da sorte ou crimes sem lógica
E no que se fala é super lotação, pessoas sem arma,
Mas não há solução, e o que há é só medo, medo, medo

O caos urbano é assim
Uma loucura estressada sem fim
O amante que matou a amada, a criança ,maltratada
Sem tempo paradar uma risada, só correr para casa

Pedir proteção ao Senhor
Lembrar que existe o amor
Nesses dias difíceis
Onde difícil é se recompor.



MAURO ROCHA 13/11/1999

terça-feira, 27 de maio de 2008

SIMPLES CAFÉ

Passos largos e caminhos
O mundo sempre será um redemoinho
As linhas da vida são distintas
Tomo café e sinto preguiça.


É essa chuva boba que me faz dormir
É nesse vento frio que sinto falta de ti
Espero o sol entra pela janela
E refletir raios em teus olhos...


Passos largos e caminhos
No mundo sempre há alguém sozinho
As linhas da vida estão em suas mãos
Tomo café e sinto saudade.


MAURO ROCHA 14/05/2001

ROCK

O som que entrava pela janela
Escorregava pelo telhado
Fazendo um estrago

O som que nasce das entranhas
Que às vezes têm formas estranhas
Ganha cidades
E todas as idades

O som que vem dos deuses
E que aos anjos tem segredos
É o mesmo que faz sorrir
E que faz chorar


O som que desliza pelos becos
Realiza revoluções, imortaliza seres
Vira belas canções, provoca choque
E chama-se Rock!



MAURO ROCHA 13/07/1999

ROOOTAAA

Peguei a rota
Fui para a roça
Plantei banana
Cortei a cana


Segui a rota
Na estrada torta
Comendo mandioca
Pastel e paçoca


E nessa aventura
Conheci muita turma
Dormi na chuva
Acordei na palhoça


E em cada cidade
Uma nova rota
Pelas montanhas
Beirando a costa


De costa a costa
De ponta a ponta
Em cada cidade
Em cada saudade

Vou seguindo a rota
Que trilha teus olhos...
Vou seguindo teus olhos
Que trilham teu coração.



MAURO ROCHA 07/07/1999

segunda-feira, 26 de maio de 2008

SEM ASSUNTO

Acorda, acorda, acorda
Poesia
Acorda, acorda, acorda
Que já é dia
Enquanto o povo se levanta
Você faz o momento
Rimar com alegria.


MAURO ROCHA 06/04/2001

PÉTALAS DE ESTRELAS

Flutua na noite escura
A ironia e a loucura
De te ter em meus pensamentos
Te despir de momentos
Como folhas que caem das árvores
Que o vento varre com fúria
De quem está perdido em tardes fugazes
De palavras vazias,
Entre o abismo e a solidão
Entre o amor e o coração
Que navegar pelas estrelas numa velocidade voraz,
Ironicamente fugaz,
Com cheiro de insensatez, que essa loucura traz
dentro dos olhos de quem procura o amor...


MAURO ROCHA 16/06/2001

BIS

Não me venha falar de saudade
Não me venha falar de Elis
O país e o mundo era outro
O sorriso era desenhado no giz...


Não me venha falar de canção
Não me venha falar de Elis
Havia respeito um com o outro
E a ordem era ser feliz...


Não me venha falar de saudade
Não me venha falar de Elis
Que o tempo não volta atrás
E da vontade de levantar e pedir bis...



MAUR ROCHA 03/06/2001


sexta-feira, 23 de maio de 2008

CONSTELAÇÕES

..aos que vivem sonhando acordado



O mundo é tão pequeno
Diante de teus olhos
Que tu vives no mundo da lua
Colhendo estrelas cadentes
Para semeá-las em espaços vazios...



MAURO ROCHA 05/08/2000

...NA BEIRA DA ESCADA

São seis da manhã
Eu ainda estou feito camaleão
Disfarçando o dia
Camuflando a noite
Feito esse quadro pendurado na parede
Que não diz nada de certo ou errado
são apenas dois olhos negros...



MAURO ROCHA 18/10/1999

TOMANDO CAFÉ

São cores cítricas
O que tenho no coração
São cores ímpares...


Vou abrir a janela e ver o vento entrar
Vou abrir a porta e ver você chegar
Enquanto escrevo um poema com os pingos da chuva
Ao som dessas músicas urbanas...


O que tenho nas mãos
São cores cítricas
O que tenho no coração
são amores ímpares...



MAURO ROCHA 16/07/1999


quarta-feira, 21 de maio de 2008

...SOBRE AQUELES DIAS...

Peguei uma carona com o vento
Para chegar mais depressa
Pulei em algum pensamento
Para ver o que resta.

Sobraram algumas folhas
E um filete de sol
Ficaram algumas roupas
Penduradas no varal.


Estou seguindo para uma terra desconhecida
Onde os vales são profundos como as feridas
Onde as florestas são fechadas de mistérios e belezas
Como nossos corações e nossa natureza...


Peguei uma carona com o vento
Para sentir o teu momento
Pois pouca coisa me traz contentamento
E teu olhar espelha meu coração sedento...

MAURO ROCHA 08/01/2000

CENAS DO AMANHÃ

Atravessei a chuva
Na ânsia de te abraçar
Tocar com as mãos teu rosto
Olhar a densidade de teu corpo
No teu ombro poder chorar.


Atravessei o deserto
Na ânsia de te beijar
Escutar teu coração
Sentir a densidade de tua alma
Olhar o amor dentro da tua paixão.


Atravessei os séculos
Pois sem ti não viveria
Já fui planta em tua cozinha
Já fui o gato que miava de noite e de dia
Já fui o amigo que sorria de tuas fantasias
Hoje estou abraçado, sentindo tua energia
Dentro deste amor que chora de alegria.


MAURO ROCHA 27/05/1999

TELHADOS

Vejo-me preso a cidade
Vejo-me com saudade
Já cori em passos largos
Já sorri demasiado.


Sempre penso em ir embora
Mas tenho medo do que há lá fora
Sempre erro ao jogar os dados
Na sorte o amor vem ao contrário.


A noite chega, estou deitado
A vida passa, estou acordado
Em cima dos telhados
Escutando os sons que vem do espaço.


Em cima dos telhados
Escutando rocks trilhados


Em cima dos telhados
escutando gatos e miados

Em cima dos telhados...


MAURO ROCHA 11/05/1999

terça-feira, 20 de maio de 2008

REPLETA

A noite chega tão clara
Repleta de satisfação
A lua distante brilha
Repleta de emoção.


A vida chega tão rara
Cheia de emoção
A lua distante se espalha
Vira constelação.


E do amor o que digo
Que não seja repetido?
Amor verdadeiro ?
Amor bandido?


Pega a lua tão clara
A vida que se espalha
A noite que brilha
Mistura tudo dentro do coração


Que o dia chega como uma canção
Dessas que chegam por acaso
Caso você não acredite
A vida é assim mesmo


Tão clara, tão rara
Escura e iluminada
De noite e de dia
misturada dentro da sala.


MAURO ROCHA 26/04/1999

...SE FOSSE PRÁ FALAR...

O que se poderia falar das flores...
...se não existisse a rosa no jardim.

O que se poderia falar das cores...
...se o azul não fosse feito prá ti.

O que se poderia falar das estrelas...
...se as constelações não desenhassem teu signo.

O que poderia falar dos oceanos...
...se os rios mudassem seus cursos.

O que se poderia falar do amor...
...se o amor fosse uma simples paixão.

o que se poderia falar de você...
...sem antes conhecer teu coração.


o que se poderia falar...


MAURO ROCHA 26/04/1999

LINGUAGEM

Vou em disparada
Espero na parada
O momento exato da palavra
Esse beijo em tua boca.



Vou bem devagar
Contando os passos de cá prá lá
No momento exato do verbo
Esse jeito de te amar.



Vou alternando o andar
Acompanhando o sol, a chuva
No momento exato da lua
Esse brilho no teu olhar.


Vou em disparada
Espero na parada
O momento exato da palavra
Esse momento de ficar sem roupa.


MAURO ROCHA 27/04/1999

segunda-feira, 19 de maio de 2008

NUVENS QUE FORMAM NUVENS

Anjos perplexos
Faces na areia
Anjos deserticos
Nuvens de cara cheia.



Vejo a silhueta do teu rosto
Vejo meu rosto em outro rosto
E esse chão desenhado por giz
E essas nuvens, olhos, boca, nariz.



Vejo minha silhueta refletida
Vejo nas nuvens uma cantiga
Me conta, me diga
Que face tem a vida ?


MAURO ROCHA 19/03/1999