sábado, 28 de agosto de 2010

VAMPIRO

O dia corre
A noite escorre... Pelos lábios
O vinho brinda
Teu corpo cansado
Teu braço estica
Teus olhos estampam minutos de solidão
A noite expande em teu quarto
Os laços da vida
São desatados na morte...

Crio cristais para olhos de vidro
Meu coração queima nas noites de inverno
Corvos enfeitam a janela
O vinho brinda

A solidão
O entrelaçar de mãos
Os motivos para um carnaval
O beijo sensual...

A noite corre
O dia escorre... No rosto
O sol bronzeia
A lua cheia...

Deleita-se no mel
Esquece dos dias de fel
Com os olhos fechados
Escuta a pulsação...

O coração
O teu gemer
O meu sei lá o quê
O soprar do vento...

Na brisa seca
Veja
Meus olhos úmidos
Meu mundo...

MAURO ROCHA 28/08/2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NOITE VELOZ

Escrever um poema de amor
Sem ser piegas
Sem rimar com a palavra flor
Imaginando as noites Norueguesas

Meu caro!É difícil
Pois o pensamento esboroa
Meu caro! É difícil
Amar á toa

O amor tem todo um charme
Que vai da complexidade
A simplicidade

Do eu me amo
Ao tu me amas
E assim nos amamos

Como irmãos
Como companheiros
Mesmo na solidão
Numa vida ou contando os ponteiros

Escrever um poema de amor
É saber que as palavras completam os gestos
E mesmo no deserto, flores são regadas de paixão
E mesmo na saudade, bate um coração...


MAURO ROCHA 26/08/2010

domingo, 22 de agosto de 2010

CIBER ERECTUS

O homem moderno
Não gosta do calor
Não gosta do inverno

Vive em seu computador
Entre programas e vírus
É um cibernético erectus

Conhece o mundo inteiro
Num click instantâneo
De Quixadá ao mediterrâneo

O homem moderno
Não gosta de gravata
Nem gosta de terno

Gosta de camiseta e bermuda
Ser o politicamente correto
Usa e come o que é natureba

O homem moderno
Só não é moderno
Quando inventa a guerra

O homem moderno
Coleta dados do passado
Trabalha no presente, vive o futuro

O homem moderno
Não marca encontro
Resolve tudo no chat e pronto

O homem moderno
Não gosta do calor
Não gosta do inverno


MAURO ROCHA 03/08/2010

sábado, 21 de agosto de 2010

ARQUIVO

Se não me falha a memória
Eu contei uma história
Ou só falei das glórias?
Ou foram das tristezas de outroras?

Se não me falha a memória
Tem que morrer para se sentir vivo
Tem que viver para morrer tranqüilo
E não se arrepender de não ter visto mais uma primavera

Hoje minhas lágrimas são cristalinas
O velho não vê no espelho mais o menino
É apenas o tempo que passa pela praça assoviando
É apenas mais um ano dentre tantos anos

Se não me falha a memória
A frase estava no livro
Ou era refrão de uma canção?
Ou era apenas a batida de um coração?

Não me falha a memória
O amor que tenho
Os lírios do campo
A semente plantada

Não me falha a memória
Nosso quadro na parede
Os domingos no parque
Os sonhos no horizonte

Se não me falha a memória...

MAURO ROCHA 21/08/2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MÁQUINAS TRANSFORMADAS

Como folhas caídas no chão
Esperando alguém para catá-las
As palavras jogadas na imaginação
Acordam-me na madrugada...

Formando um corpo
Idealizando um lugar
Um beijo no rosto
Construindo o mar

As palavras catadas como grão de milho
Nos computadores que lembram as máquinas antigas
Com seus modernos teclados
É o mundo virtual meu filho

Mas a palavra também é moderna
Na língua da fala
No regionalismo que pela cidade atravessa

Atravesso a escrita no mar branco da folha
De risco em risco
O poema rima á toa

Como folhas de outono
A palavra vira estação
Transformam-se em livro
Brinca com a imaginação...

MAURO ROCHA 30/07/2010

sábado, 14 de agosto de 2010

QUALQUER PESSOA

Nada
Farta
A mão
O moinho
O samba canção
A noite escura
O dia claro
O beijo
Cristalino
Desde menino
A estrada
O destino
O coração
Viver
Viver
O amor
A lua
O sol
A carta escrita no caminho
As pegadas
O olhar sozinho
A revista em quadrinhos
A fé
O sorriso
Que vem com carinho
O outro
O oposto
O gosto
O nada
O tudo
Fica mudo
Diante das estrelas
Dizer besteiras
Achar a palavra
Saudade
Amizade
Amor...

MAURO ROCHA 17/02/2004

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HERÓI

Ser Pai
Ser sempre Pai
Pai sempre vai
Vai Pai para sempre
Sempre ser Pai

Nas brincadeiras de criança
Nas apresentações da escola
Nas broncas que nos deixa louco
Nos ensinamentos
(Que às vezes só aprendemos mais tarde)
Nas aventuras compartilhadas
Na confiança conquistada...

Ser Pai
É ser mais que amigo

Ser sempre Pai
É está sempre ativo

Pai sempre vai
Ao encontro de seu filho

Vai Pai para sempre
No nosso coração

Sempre ser Pai
Sempre ser amigo...

MAURO ROCHA 08/08/2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

BRASÍLIA, BRASÍLIA

Poema escrito para o concurso dos 50 anos da Capital Federal

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Brasília, Brasília

Brasília de Juscelino

Brasília de Dom Bosco

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Do sonho veio o esboço

Das linhas, curvilíneas, reta

O desenho em mãos arquiteta

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E o Brasil unido

Num esforço monumental

Transformar o vazio num planalto central

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Nordestinos, sulistas, nortistas

Todos candangos por opção

Todos candangos de coração

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Estradas, tijolos, cimento

E o desenho toma corpo a cada momento

No trabalho braçal do orgulho pioneiro

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Brasília, Brasília

Brasília de Niemayer

Brasília de Lúcio Costa

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Brasília de fatos

Brasília de política, de opinião

Brasília de Athos Bulcão

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Depois da pedra fundamental

A cidade nasce

A cidade cresce

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E tem dia certo para a inauguração

Vinte e um de abril de mil novecentos e sessenta

Quem esteve lá se emocionou com o inicio de uma história

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E hoje com tantas histórias, uma bela senhora, admirável cinquentona

Pioneiros , Candangos e Brasilienses

Brasília de todos, para continuar, transformar, plantar novas sementes...

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MAURO ROCHA

domingo, 1 de agosto de 2010

QUASE SEMPRE IGUAL

Segunda-feira começa

Meça seu ânimo

Mas não deixe o desânimo

Contaminar sua terça

Para que a quarta venha bacana

E a quinta com gosto de fim de semana

Sem falar na sexta

No sábado

E no domingo

Ai começa a segunda-feira...

MAURO ROCHA 01/08/2010