sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ 2011



Nos últimos meses estive distante do meu blog mas não da poesia, nas queria dizer que ainda tinha um pouco de tempo para ver vocês, para comentar não, mas sei que todos entendem as coisas da vida.Não estou aqui para me queixar, mas para dizer que agradeço a todos que sempre me acompanharam e me acompanha e desejar um ótimo 2011, vou voltar com a mesma alegria, com a mesma loucura e com outras poesias.Desejo atrasado um feliz natal e vamos viver, escrever e ter fé para que esse novo caminho, esse novo ano seja um ano de paz, amor e muita festa, afinal temos é que viver e viver com alegria e que se houver lágrimas que sejam apenas para lavar a alma e que o sorriso venha como um arco-íris e o coração bata mais forte a cada momento de desejo e realização.

Obrigado!

MAURO ROCHA

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

PELA CIDADE

(Este Poema participou o concurso "Poesia no ônibus" da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre/RS 2010, mas não foi classificado)



De ônibus ou de trem
A cidade vai
A cidade vem

E pelas ruas
O movimento
Os monumentos

Do Beira Rio
Ao Olímpico
Transbordam sentimentos

De ônibus ou de trem
A poesia de Mario Quintana vem
Pela cidade...
O amor anda pela cidade...

Mauro Rocha 14/09/2010

sábado, 13 de novembro de 2010

SIGNO DE ESCORPIÃO

(Dedicado ao meu aniversário que é 14/11)

Cansado de tudo
Cansado de nada
Ainda não vi de tudo
E da chuva minha janela está molhada

É o peso da idade?
É o gosto da cidade?
Hoje completo quarenta
Quatro décadas...Aguenta!!

Mas já fiz muita coisa
Só (ainda) não lançei o livro
Mas já fiz o filho
E a árvore plantei numa quinta

E das pedras nos caminhos
Dos tombos e espinhos
A vida me deu a Esperança
A vida me deu o meu amor, amigos e a lembrança

Estou cansado de tudo
Que acontece de errado no mundo
Não estou cansado de nada
Quando estou diante da magia da palavra

É o peso da idade?
Mas se ela não pesa do que serviu!
É o gosto da cidade?
A cidade é uma maçã e me diga quem nunca mordeu!

Hoje completo quarenta
E sei que algumas folhas foram com o vento
Quatro décadas...Aguenta!
Que eu quero mais folhas soutas ao vento...

Mas fiz muita coisa
E descobri a paixão
Mas fiz muita poesia
E descobri o amor então

Mergulhei num mar de sentimentos
Sim! Sou romântico!
Cantei desafinado nos banheiros
Sim! Sou roqueiro!

Mas hoje faço quarenta
E me olho no espelho
Com o mesmo olhar de criança
Doido para ser mais velho...

MAURO ROCHA 14/11/2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

MARGENS E RIOS


Aqui me despeço
Diante de algumas folhas em branco
Sem desenhos nem castelos
Apenas algumas letras e rabiscos

Nesse mundo vi no espelho a loucura
Entre labirintos procurei a estrada
E sempre me vesti de acordo com a estação
E sempre que posso estendo a mão

Mas hoje aqui me despeço
Do vento que brinca com a praça
Da moça que anda com pressa


E aqui me despeço
Da música que não ouvi
Da noite que não vivi

Mas digo uma coisa
Antes de tudo
Antes de ficar mudo

Que algumas flores eu plantei
Que algumas cores eu pintei
Mas nem todas as flores vingaram
Algumas tintas eram guache

E aqui me despeço
Para o minuto seguinte
Para um sorriso minguante
E assim acabo...

Flutuando...

MAURO ROCHA 04/10/2010







terça-feira, 19 de outubro de 2010

PRÊMIOS LITERÁRIOS


A Editora Letteris (http://www.litteris.com.br/index.htm) organizou o seguinte Prêmio Literário " Prêmio Noel Rosa de Poesia" onde tive o prazer em participar e ficar em

3º LUGAR – (Carlos Mauroda Rocha) Poeta Mauro Rocha com o poema – QUANTA SAUDADE – que prometo publicar nesse espaço depois que concluirem o concurso e entregarem os prêmios.Esse prêmio eu dedico a todos que acreditam no meu trabalho literário e a todos que acompanham, visitam, comentam, enfim a todos vocês que gostam de poesia.

Um grande abraço a todos e obrigado por estarem aqui.

MAURO ROCHA 19/10/2010

domingo, 10 de outubro de 2010

FOLHAS SECAS

Sobrevivo e vivo no dia
Nas paisagens que o ônibus traz
No trabalho que às vezes desejo ser fugaz
Sobrevivo e vivo no dia

Sobrevivo
E vivo na poesia
Que alimenta o vazio
Da alma telúrica

E tudo se resume ao nada
A noite se estende na madrugada
Sobrevivo e vivo
Na cidade variada e cheia de desejo

Folhas secas
Faz barulho o amor
Bebo a palavra, lágrimas e poemas
A cidade variada em cor

Sobrevivo e vivo
Na matemática das finanças
Vou dançando e variando as músicas
Tem dia que é rock, tem dia que é tango

Sobrevivo e vivo no dia
Nas paisagens de teus olhos
Escutando as vozes dos ventos
Acordo com os pingos da chuva

Sobrevivo e vivo
Construindo o destino
Abrindo portas, fechando janelas
Chorando nas noites, sorrindo com as estrelas

Uma pessoa comum
Diante do espelho do mundo nu
Sobrevive e vive no começo da manhã
No beijo um gosto de hortelã, no dia um gosto de maçã

Sobrevivo e vivo nas linhas do poema
Leio os mestres, grito os sentimentos
Navego no desejo do corpo da amada
Na cidade a palavra ocre e o céu cheio de signos

Folhas secas
E os sentimentos da estação
Bebo a palavra, lágrimas e poemas
Na cidade que muitas vezes não tem coração...


MAURO ROCHA 08/10/2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

FOLHETIM

Poesia
Quem és tu?
Que não és minha

Poesia
Vejo-me na rua
Vejo-te na lua

Poesia
Devora as folhas brancas
Sobe nas tamancas

Poesia
Teu corpo poema é música
Teu poema corpo é dança

Poesia, poesia, poesia
Quem sou eu?
Sem você no dia-a-dia...

MAURO ROCHA 08/10/2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

UM EM DOIS EM UM

Do fogo as cinzas
As cinzas no ar
No ar parecem nuvens
Nuvens que cedo ou tarde vão molhar...

Da chuva o verde
O verde reflete nos olhos
Os olhos no horizonte
O horizonte... Olhar o horizonte é navegar...

Nos remos segue a vida
A vida planeja e o destino brinca
Brinco de pérolas e estrelas
Lua e estrela e a cidade de pernas pró ar...

Ar e água mergulho no mar
Diante do espelho teu corpo
Corpo, pulsação
Tudo acelerado... Haja coração...

Coração.. Um em dois
Feijão com arroz
Alimento
Fogo...

Gozo... Que inicia tudo
Tudo fica por um instante mudo
Olhos no horizonte
Que encontra olhos no horizonte...

E a cidade de pernas pró ar
Nos remos da vida
Brinca o destino
Brinco de pérolas e teu corpo no espelho...

MAURO ROCHA 05/10/2010

sábado, 2 de outubro de 2010

PERFORMANCE

Chegou outubro
E não rimo nada
E já é tarde, quase madrugada

A palavra dorme
Meus olhos fixos na cidade
Da TV que continua ligada

Mas de repente vem uma sensação
Uma vontade de escrever na mão
Tudo em quatro letras

E o vento entra pela janela
Trazendo perfumes da noite
E eu aqui mordendo um biscoito

Será que rimo tudo isso com oito?
Ou saboreio a madrugada em chamas...
Para rimar com a palavra cama

Mas tudo parece tão óbvio
Ou serão óvnis aquelas estrelas?
Que a madrugada presenteia...

Não sei, não sei, não sei
Tudo o que acontece
Realmente não sei

Apenas sei dizer
Que tudo se resume
Em quatro letras

Pense, pense, pense
Vamos lá
Começa com A

E é como navegar
Ou seria flutuar?
Ou apenas sonhar...

Depois vem o M
E dá um treme-treme
E tem hora que sua frio
Mas é tão gostosinho...

E não se esqueça do O
E tudo vem como ondas
Parece que tudo está no ar
É como navegar...

E o grand finale vem com R
Risos, rios, raios de sol
E a noite rima com lençol...

MAURO ROCHA 02/10/10

terça-feira, 28 de setembro de 2010

DEDIQUE UMA CANÇÃO A QUEM VOCÊ AMA



Dedique uma canção a quem você ama
Pode ser uma bossa nova
Pode ser um breque
No meio da noite com a lua nova

Pode ser uma música do Roberto Carlos
Ou até mesmo do João Gilberto
Mas se quiser Pode ser música internacional
Ou uma que marcou algum festival

Sabe aquela canção
Aquela canção que iniciou a história
Aquela canção que não sai da memória
Aquela canção que faz palpitar o coração

Dedique uma canção a quem você ama
Mesmo que muitos achem que é uma canção brega
Mesmo que muitos achem que é uma canção super mega
Não importa. O que importa é falar com o coração

Dedique uma canção a quem você ama
Quem sabe ela não está olhando o mundo na janela
Quem sabe ele está voltando na lotação
Quem sabe é o inicio de uma paixão

Ou a confirmação de tudo para o amado
Ou até mesmo para ser lembrado
Nas ondas curtas, nas ondas médias, nas ondas do rádio
Dedique uma canção a quem você ama...


MAURO ROCHA 27/09/2010



BLOGAGEM COLETIVA DO BLOG ESPAÇO ABERTO

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SETE E MEIO

Não tenho sete vidas
Nem sou o negro gato
Mas sei que a vida
É um grande barato

Não esse barato de apertar
Nem o marido da barata
Apenas a vida
Feita para navegar

Feita para ver o sorriso
Feita para o bom dia e a boa noite
Feita para celebrar com os amigos
Feita para admirar o pôr-do-sol no fim de tarde

Não tenho ouro nem prata
Nem sou o pirata do caribe
Mas gosto de curtir uma praia
E observar a onda quebrar no recife

E em Recife curti um frevo
Em Natal fui a um festejo
Em São Paulo bebi vinho junto à garoa
Em Brasília o mar de estrelas promete coisa boa

Não tenho choro nem vela
Escrevo até sobre panela
Não está estampado “maluco” em meu rosto
E no cotidiano retiro o poema e visto

Visto eu tenho e muita coisa
Nos retratos da cidade
O outono pinta a primavera
E meus olhos riscam o horizonte

Não tenho sete vidas
Nem o inverno no verão
Mas tenho a esperança e a alegria
Estampada no coração...

MAURO ROCHA 23/09/2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

IN OUT

Veja a partida como uma chegada
Quem parte deixa saudade
Quem chega traz a novidade...

MAURO ROCHA 19/09/2010

sábado, 18 de setembro de 2010

ESTRELAS

Hoje li um livro
Mergulhei na lagoa
Apareci no mar
Navegando numa canoa
Acordei na piscina
Do teu jardim
Florido...

_Apague a luz menino!!!
E vai dormir....

MAURO ROCHA 11/09/2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

TRILHOS E PONTEIROS

Estou hoje
Estou amanhã
Refletido no espelho
Desabotoando teu sutiã
- Com tesoura é mais fácil –
O embaraço é para ficar na memória
O tempo é a caixa registradora da história...


MAURO ROCHA 11/09/2010

domingo, 12 de setembro de 2010

TRAVESSURAS OU GOSTOSURAS

Planto sol
Para colher lua
Giro como girassol
No meio da rua

E nesse espetáculo
A vida é semente
O difícil não é ser astro
É viver contente

E nesse espetáculo
O cenário é a cidade
Hoje estou monólogo
Amanhã quem sabe emergente

E nesse espetáculo
Nem tudo cai como uma luva
Mas vou imaginar o imaginário
Girando com os "Girassóis da Rússia”

Planto flores em vasos sem jardim
Colho olhares de colibri
De manhã tem que pôr o sol
De noite a lua é meu lençol...

MAURO ROCHA 12/09/2010

sábado, 11 de setembro de 2010

NOITE/DIA

Tá frio fecha a porta
Deita e fica na coberta
Se tiver mais uma costela
O calor vem rapidinho
Mas se tiver sozinho
O calor fica com preguiça
E o frio anda devagarzinho...

Tá calor abre a porta
Deixa o vento entrar
A vontade é ficar nu
Se está sozinho até que vai
Se tem muita gente já é demais
O frio nem vem
E o calor derrete meu bem...

MAURO ROCHA 11/09/2010

domingo, 5 de setembro de 2010

UMA POR UMA

Desejo
De certo
De queijo
De resto

O tema
O dilema
A cena
O poema

Na tarde
Na carne
A chave
Na laje

O sol
O lençol
Ouvindo rock and roll
Fazendo cachecol

E a janela
A porta
A torta
A costa

Do litoral
No carnaval
Tudo é legal
Notícia no jornal

De chinelo
Vestido amarelo
O dia inteiro
Passageiro

Na avenida
Dobrando a esquina
Perdendo de vista
Carros na pista

E tudo rima menina!
Na folha branca
Ou na pautada
A viagem é a palavra...

MAURO ROCHA 05/09/2010









sábado, 4 de setembro de 2010

AO VENTO

Onde está a loucura?
Onde está você?
Sei que eu não tenho cura
E nem quero ter

Lanço-me na poesia
Mergulho no prazer
No ziguezague do dia-a-dia
Como é bom ver você

Meu lápis louco
Rabisca um rosto
Disforme desenho
A mão desenho

A cidade que trago
Adiciono gelo e limão
Meus olhos... Arregalo
Quando te vejo na contramão

Chuva, sol
Isca no anzol
E as imagens espalhadas
Na sopa de letrinhas...

Lanço-me ao vento
Cabelos ao vento
Vestidos ao vento
Parado no tempo: O vento

Lento
Ando pela calçada
Observo à amada
Que traz a lua cheia
O canto da sereia

Sei que não tem cura
Nem quero ter
Mergulho no prazer
De amar você...

MAURO ROCHA 04/09/2010

sábado, 28 de agosto de 2010

VAMPIRO

O dia corre
A noite escorre... Pelos lábios
O vinho brinda
Teu corpo cansado
Teu braço estica
Teus olhos estampam minutos de solidão
A noite expande em teu quarto
Os laços da vida
São desatados na morte...

Crio cristais para olhos de vidro
Meu coração queima nas noites de inverno
Corvos enfeitam a janela
O vinho brinda

A solidão
O entrelaçar de mãos
Os motivos para um carnaval
O beijo sensual...

A noite corre
O dia escorre... No rosto
O sol bronzeia
A lua cheia...

Deleita-se no mel
Esquece dos dias de fel
Com os olhos fechados
Escuta a pulsação...

O coração
O teu gemer
O meu sei lá o quê
O soprar do vento...

Na brisa seca
Veja
Meus olhos úmidos
Meu mundo...

MAURO ROCHA 28/08/2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NOITE VELOZ

Escrever um poema de amor
Sem ser piegas
Sem rimar com a palavra flor
Imaginando as noites Norueguesas

Meu caro!É difícil
Pois o pensamento esboroa
Meu caro! É difícil
Amar á toa

O amor tem todo um charme
Que vai da complexidade
A simplicidade

Do eu me amo
Ao tu me amas
E assim nos amamos

Como irmãos
Como companheiros
Mesmo na solidão
Numa vida ou contando os ponteiros

Escrever um poema de amor
É saber que as palavras completam os gestos
E mesmo no deserto, flores são regadas de paixão
E mesmo na saudade, bate um coração...


MAURO ROCHA 26/08/2010

domingo, 22 de agosto de 2010

CIBER ERECTUS

O homem moderno
Não gosta do calor
Não gosta do inverno

Vive em seu computador
Entre programas e vírus
É um cibernético erectus

Conhece o mundo inteiro
Num click instantâneo
De Quixadá ao mediterrâneo

O homem moderno
Não gosta de gravata
Nem gosta de terno

Gosta de camiseta e bermuda
Ser o politicamente correto
Usa e come o que é natureba

O homem moderno
Só não é moderno
Quando inventa a guerra

O homem moderno
Coleta dados do passado
Trabalha no presente, vive o futuro

O homem moderno
Não marca encontro
Resolve tudo no chat e pronto

O homem moderno
Não gosta do calor
Não gosta do inverno


MAURO ROCHA 03/08/2010

sábado, 21 de agosto de 2010

ARQUIVO

Se não me falha a memória
Eu contei uma história
Ou só falei das glórias?
Ou foram das tristezas de outroras?

Se não me falha a memória
Tem que morrer para se sentir vivo
Tem que viver para morrer tranqüilo
E não se arrepender de não ter visto mais uma primavera

Hoje minhas lágrimas são cristalinas
O velho não vê no espelho mais o menino
É apenas o tempo que passa pela praça assoviando
É apenas mais um ano dentre tantos anos

Se não me falha a memória
A frase estava no livro
Ou era refrão de uma canção?
Ou era apenas a batida de um coração?

Não me falha a memória
O amor que tenho
Os lírios do campo
A semente plantada

Não me falha a memória
Nosso quadro na parede
Os domingos no parque
Os sonhos no horizonte

Se não me falha a memória...

MAURO ROCHA 21/08/2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MÁQUINAS TRANSFORMADAS

Como folhas caídas no chão
Esperando alguém para catá-las
As palavras jogadas na imaginação
Acordam-me na madrugada...

Formando um corpo
Idealizando um lugar
Um beijo no rosto
Construindo o mar

As palavras catadas como grão de milho
Nos computadores que lembram as máquinas antigas
Com seus modernos teclados
É o mundo virtual meu filho

Mas a palavra também é moderna
Na língua da fala
No regionalismo que pela cidade atravessa

Atravesso a escrita no mar branco da folha
De risco em risco
O poema rima á toa

Como folhas de outono
A palavra vira estação
Transformam-se em livro
Brinca com a imaginação...

MAURO ROCHA 30/07/2010

sábado, 14 de agosto de 2010

QUALQUER PESSOA

Nada
Farta
A mão
O moinho
O samba canção
A noite escura
O dia claro
O beijo
Cristalino
Desde menino
A estrada
O destino
O coração
Viver
Viver
O amor
A lua
O sol
A carta escrita no caminho
As pegadas
O olhar sozinho
A revista em quadrinhos
A fé
O sorriso
Que vem com carinho
O outro
O oposto
O gosto
O nada
O tudo
Fica mudo
Diante das estrelas
Dizer besteiras
Achar a palavra
Saudade
Amizade
Amor...

MAURO ROCHA 17/02/2004

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HERÓI

Ser Pai
Ser sempre Pai
Pai sempre vai
Vai Pai para sempre
Sempre ser Pai

Nas brincadeiras de criança
Nas apresentações da escola
Nas broncas que nos deixa louco
Nos ensinamentos
(Que às vezes só aprendemos mais tarde)
Nas aventuras compartilhadas
Na confiança conquistada...

Ser Pai
É ser mais que amigo

Ser sempre Pai
É está sempre ativo

Pai sempre vai
Ao encontro de seu filho

Vai Pai para sempre
No nosso coração

Sempre ser Pai
Sempre ser amigo...

MAURO ROCHA 08/08/2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

BRASÍLIA, BRASÍLIA

Poema escrito para o concurso dos 50 anos da Capital Federal

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Brasília, Brasília

Brasília de Juscelino

Brasília de Dom Bosco

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Do sonho veio o esboço

Das linhas, curvilíneas, reta

O desenho em mãos arquiteta

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E o Brasil unido

Num esforço monumental

Transformar o vazio num planalto central

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Nordestinos, sulistas, nortistas

Todos candangos por opção

Todos candangos de coração

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Estradas, tijolos, cimento

E o desenho toma corpo a cada momento

No trabalho braçal do orgulho pioneiro

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Brasília, Brasília

Brasília de Niemayer

Brasília de Lúcio Costa

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Brasília de fatos

Brasília de política, de opinião

Brasília de Athos Bulcão

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Depois da pedra fundamental

A cidade nasce

A cidade cresce

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E tem dia certo para a inauguração

Vinte e um de abril de mil novecentos e sessenta

Quem esteve lá se emocionou com o inicio de uma história

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E hoje com tantas histórias, uma bela senhora, admirável cinquentona

Pioneiros , Candangos e Brasilienses

Brasília de todos, para continuar, transformar, plantar novas sementes...

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MAURO ROCHA

domingo, 1 de agosto de 2010

QUASE SEMPRE IGUAL

Segunda-feira começa

Meça seu ânimo

Mas não deixe o desânimo

Contaminar sua terça

Para que a quarta venha bacana

E a quinta com gosto de fim de semana

Sem falar na sexta

No sábado

E no domingo

Ai começa a segunda-feira...

MAURO ROCHA 01/08/2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

OUTRAS PALAVRAS


A língua do P
É o que dizem para você
E para que assistir tanta TV?

Vou te dizer o que me encanta:
Uma clássica cena de cinema
Ou até mesmo um passo de dança!

Ou será o assassino do livro
Nas histórias de Sherlock Holmes?

Não sei, parece simples
Pegar um disco e por na vitrola
Ah! Que saudade da Aurora...

A língua do P
É o que dizem para você
E para que assistir tanta TV?


MAURO ROCHA 30/07/2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

09:14

Poesia muda
Muda poesia
Inunda,leve brisa
O dia, a noite escura...
Muda
Traz o amor verdadeiro
A solidão do dia frio
O sorriso brasileiro
Muda
Silenciosamente e turva
Vira o jogo, faz a curva
Penetra na essência
Da alma poetisa

Essencialmente despida
Poesia crua
Poesia sua
Poesia minha
Muda
No seu grito de vida
Muda a essência do mundo...


 
MAURO ROCHA 14/04/2004

terça-feira, 27 de julho de 2010

PEQUENO GRANDE MOMENTO

Quando criei a palavra

Houve momento de espanto

O anjo deu risada

Depois me confessou num canto



Que aquilo tudo que eu fazia

Era misterioso e divino

E a cada espanto ele ria

Dizendo: _ Deixa de ser tonto

Que isso é poesia.



MAURO ROCHA 05/02/2005

sábado, 24 de julho de 2010

CAMINHOS CORTADOS

Nunca te falei dos amores que tive
Nunca te falei das dores que criei
Nunca cantei sussurros ao teu ouvido
Nem declamei poemas baratos...

Nunca disse meu sonho
Nem tomei chuva no outono
Nunca peguei na tua mão
E acariciei teu rosto de maneira diferente
Nunca vi o sol se pôr
Nem o orvalho da manhã...

Nunca te falei que a vida era boa
Ou que a noite sempre seria iluminada
A única coisa dita foi:
EU TE AMO

Em luz néon
Sob as estrelas...

MAURO ROCHA 30/06/2003

sexta-feira, 23 de julho de 2010

HISTÓRIAS DE AMOR IX

Estranho é olhar a lua
Com um olho só
Parece que falta... Estrelas
Ou alguém debaixo do lençol...

Estranho é não ter você...

MAURO ROCHA 15/04/2004

quarta-feira, 21 de julho de 2010

CIDADE DE GIZ

Tempo faz tempo
Lento tempo
Já passou a colheita da uva
Espero outra primavera

O vento levou o lenço
Na camiseta o desenho do céu
Ela pensa no véu
Ele só tem o documento

No xadrez da vida
Cada jogada tem que ser pensada
Perdi o caminho
Mas vou na chuva para não ir sozinho

As cartas são dadas
Nem sempre o coringa está lá
Ela pensa no futuro
Ele trabalha mais de dois turnos

Ela joga tarô
Ele pensa no que sobrou
O tempo faz tempo
Eles fazem o momento

E assim nasce a cidade
O vento distrai o pensamento
Xadrez, cartas, tarô
O futuro está presente no horizonte

Ele não se esquece do ontem
Ela está sempre presente
Colhendo o fruto maduro
Ele pensa no futuro ao plantar cada semente...


MAURO ROCHA 21/07/2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

AMIGO...

Amigo é assim
Muito além do jardim
Inventa cada coisa
Gosta por gostar
Ontem, hoje, amanhã

Amigo não tem explicação
Tem carinho
Tem amor
Tem paixão...

Amigo de janeiro
É verão o ano inteiro
Amigo de fevereiro
É carnaval e muito festejo

Amigo a qualquer tempo
Uma dessas coisas que não tem preço
Amigo é assim
Muito além do jardim...

MAURO ROCHA 20/07/2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

NOITE... DIÁLOGO

A nudez – a olho nu-
A timidez – vê tudo azul-
_o que se queria mesmo?
_Apenas um beijo...

Mauro rocha 18/07/2010

domingo, 18 de julho de 2010

DIA... MONOSSILÁBICO

O coco pode ter um pouco
De água, de carne, ou ser oco...

O mundo pode ser louco
Louco pode ser o seu mundo...

Ouço no vento um sutil sopro...

_O que você estava falando mesmo?
_Nada, apenas olhava o oceano em teus olhos...

MAURO ROCHA 18/07/2010

sábado, 17 de julho de 2010

CRÔNICAS URBANAS

Não sou Quixote
Nem sou Peixoto
Apenas ando na multidão
Como os outros

Não sou da era do rádio
Nem vi a primeira transmissão
Apenas espero o ônibus
No meio da multidão

Não sou de Vênus
Nem sou de Marte
Mas queria um dos anéis de saturno
Ou às vezes não ter que descer do espaço

Não sou simples
Acho que sou complexo ou tênue
Distraio-me com clipes
Tenho um quebra-cabeça de pirâmide


Segunda-feira não é feita para acordar
Terça-feira a gente acorda
Quarta-feira é tudo pela metade
Quinta-feira começa o agito na cidade

Não sou político
Não sou rico
No carnaval já fui mexicano
Um dia vou ser Papai Noel no fim do ano

Não entendo de mapa astral
Na mão só um M e riscos legais
Curto música e gosto de festival
Gosto do mar e seus corais

Sou regido pelo sol e durmo de lado
Distraio-me com a lua do meu lado
Sou tão comum que às vezes nem dá para ver
Pego o ônibus, chego em casa, ligo a tv


Não sou Quixote
Nem sou Peixoto
Apenas ando na multidão
Como os outros


MAURO ROCHA 17/07/2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

NOS TEMPOS DE CRIANÇA

Blogagem coletiva "Tempos de criança" do blog é o menino-homem?
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Não há coisa mais gostosa que a infância
Nesse eterno momento ser criança
Jogar bola, soltar pipa, pique – esconde
Não se lembrar do tempo, brincar num mundo distante

Nos tempos de criança
Só há danças
Imaginação e esperança
Sabemos de tudo e não queremos nada

Não sabemos de nada e queremos tudo
E é tudo contagiante
Hoje sou o Homem-Aranha
Amanha o Super-Homem

Nos tempos de crianças
Há castelos e dragões
Desenhos na tv e xixis na cama
Desenhos no chão, tintas e lambança

Nos tempos de criança
Há crianças
E quando crescemos esquecemos
Que há uma criança adormecida

E é tão bom quando ela desperta
Nosso sorriso é diferente
Nosso olhar é brilhante
E descobrimos que sempre somos...

Crianças...

MAURO ROCHA 16/07/2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

GRAVURAS

Um corte na mão
Um rio sem água
Uma árvore no chão
Futuro sem alma...


MAURO ROCHA 14/07/2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

ROCK

O som que entrava pela janela
Escorregava pelo telhado
Fazendo um estrago
O som que nasce das entranhas
Que às vezes têm formas estranhas
Ganha cidades
E todas as idades
O som que vem dos deuses
E que aos anjos tem segredos
É o mesmo que faz sorrir
E que faz chorar
O som que desliza pelos becos
Realiza revoluções, imortaliza seres
Vira belas canções, provoca choque
E chama-se Rock!
MAURO ROCHA

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ZERO

Eu escrevo
Escrevo para mim mesmo
Cartas de desesperos
Poemas que nem leio...

Eu grito
Grito para mim mesmo
O silêncio ensurdecedor
O sem sentido amor...


Eu trópico
Trópico de Câncer ou de Capricórnio
Eu tenho um troço na linha do Equador
As palavras têm febre, fervor...

Eu miro
Miro a mim mesmo
No espelho quebrado
A vida e os pedaços...


Eu tardo
Eu atraso os relógios
Eu digo que não demoro
Tem dias que chove ou choro?

Eu ardo
Eu ardo no beijo frenesi
Eu olho a lua que olha para mim
Eu estaciono na primavera do teu jardim...

Eu hiberno
Eu encontro meu inverno no verão
Muitos se esquecem de acordar o coração
Outros vivem em qualquer estação...


Eu escrevo
Escrevo para mim mesmo
Cartas sem destino
Poemas que descem o rio...

Eu escrevo...
E você?

MAURO ROCHA 09/07/2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

FOGO, LUZ, SOL

Porta
Abre
Torta

Torta
Com café
À tarde

Tarde
Melhor que
Nunca

Nunca
Diga
Jamais

Jamais
Perca
O sentido

Sentido
Direito, esquerdo
Viro

Viro
À noite
De um lado para o outro

Outro
Dia
Saudade

Saudade
Não
Tem idade

Idade
Cidade
Miragem

Miragem
Tua presença
Minha, no espelho

Espelho
De frente
Minha alma


Alma
Na palma
Meu destino

Destino
Encontro, desencontros
Um sorriso

Sorriso
Do lagarto
Parto

Parto
Vida
Inicio

Inicio
Meio
Fim

Fim
Não bate
A porta...

MAURO ROCHA 08/07/2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ENTRELINHAS E COTIDIANOS

Abri o livro
Palavras agitadas
Ouvi um disco
Guitarras assustadas

Rabisco paralelepípedos
Disfarces, sorrisos
Dentro de casa, na loja ou na padaria
Há um ar de poesia

Cato folhas no chão
_Está frio, eu sei!
Mas o outono está no coração...

Hoje não é um dia qualquer
Nenhum dia é um dia qualquer
Nenhuma noite é uma noite qualquer
_ Sabe por quê?

Porque o dia traz surpresas
Porque a noite traz estrelas
Porque há sempre um sorriso escondido
Porque há sempre um amor, um amigo...

E você se olha no espelho
E nunca acha que está bem
Mas quando abre a porta e absorve o mundo
Sempre há alguém

Que nota o seu olhar
Que mexe com seu caminhar
Que você nem percebe
Que com você sempre mexe...


Abri o livro
Palavras assustadas
Ouvi um disco
Guitarras agitadas...

MAURO ROCHA 05/07/2010

sábado, 3 de julho de 2010

2010....2014

Vencer ou vencer?
Ai vem à derrota
O que se aprende então?
Que a dor da perda
Só é valorizada com a próxima vitória!

Por isso somos Brasileiros
Por isso somos guerreiros
E não choramos só pela seleção
Mas por Alagoas, Pernambuco,
Por tantos problemas da nação.

E sempre temos esperança
E sempre temos humor
E sempre temos um bom motivo
Para poder mudar
E sempre temos o momento certo
Para poder votar

Por isso meu voto vai
Para o Brasil
Para as mudanças
Para a esperança...

Para você
Que tem orgulho de ser Brasileiro.

MAURO ROCHA 03/07/2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

DISTANTES OLHOS DISTANTES

Ando
Às vezes corro
Vivo
Às vezes morro

Moro no planalto central
Tão comum como a aurora boreal
De manias inofensivas
De um olhar quadriculado nas despedidas

Ando
Às vezes paro
Silêncio
Às vezes falo

Colho versos em teu corpo frutífero
Deito em abismos e contemplo a tempestade
De um jeito tímido
Vou contemplando à tarde

Ando
Pela cidade e suas curvas
Vivo
Dos dias de lua e das noites nuas

Às vezes corro
Para ficar em dia
Às vezes morro
No tédio da mídia vazia

Às vezes paro
Diante de tua beleza estonteante
Às vezes falo
Dos jardins raros com borboletas e copo de leite

Escrevo
Às vezes rabisco
Leio
Às vezes assisto

E a lua contempla minha loucura
E eu contemplo tua nudez
Nos delírios da madrugada
Invento palavras para saciar minha timidez

E a poesia se faz no olhar
E do beijo se faz o amar
E do mar vem às estrelas
E no horizonte um mundo de riquezas...


MAURO ROCHA 25/06/2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CIRCULANDO

Parado no tempo...
Bibliotecas
Livros abertos
Palavras certas

Sir Lancelot
Ser Romeu
Ser Dom Quixote
Quem sou eu?

E a poesia abre as portas do dia
Brinco com minha sopa de letrinhas
Escrevo sem a hora certa
Espero as estações observando as entrelinhas

Entre batalhas e heroísmo
Entre dragões e donzelas em perigo
Às vezes fico com “Crime e Castigo”
Ou vejo “A Rosa do Povo”

E a poesia bate suas asas
Nos “Cem Anos de Solidão”
Viajando no tempo vai minha imaginação
Ícaro, cuidado que o sol derrete suas asas!

Parado no tempo
Esperando o vento
Numa nuvem Altostratus
Para meu passeio matinal...

MAURO ROCHA 23/06/2010

sábado, 19 de junho de 2010

OLHAR FEMININO

Atento a tudo
Enquanto gira o mundo
Sem deixar de ser sensual
Muitas vezes até fatal...

O olhar feminino...
É um vasto campo desconhecido
Mergulha cego na paixão
Indecisos momentos em solidão

O olhar feminino é claro
É objetivo
É menina doce
É sempre mulher...

O olhar feminino...
É pura sedução
Sonhos de algodão
É o mesmo que está perdido no espaço...

O olhar feminino
Define o indefinido
Às vezes é tímido
Mas nunca deixa de ser um fascínio...


MAURO ROCHA 19/06/2009

quinta-feira, 17 de junho de 2010

DOIS BALÕES

Lancei meus olhos no espaço
Vi estrelas do mar
Abri os braços na velocidade do vento
Por um instante quis te abraçar...

Quantas equações tenho que resolver?
Quantos anjos vão te proteger?
Você sussurra ao vento meu nome
Ou isso foi apenas um truque?

Viajei sete léguas
Entre o paraíso e o inferno
Para beijar teus lábios em movimento
Por um instante acordei em lágrimas...

No vapor da cidade ardo
Entre a multidão grito meu silêncio
Assino a sentença de minhas promessas
Minhas asas no chão, meu coração estancado

Lancei meus olhos nos teus olhos
Vi as ondas do mar
Abri os braços na velocidade do tempo
Por um instante quis te beijar...

Na escuridão da noite procuro passos
Perdidos na tempestade entre as montanhas
Não preciso me lançar entre abismos
Apenas deitar na neve e deixar apagar minhas chamas...


Lancei meus olhos no espaço
Vi estrelas do mar
Por um instante quis te abraçar...
Por um instante quis te beijar...


MAURO ROCHA 17/06/2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

CONTROLE REMOTO

Palavras imperfeitas não rimam com nada
No mês da copa esperamos goleada
E para completar o circo e o pão
Ainda temos eleição.

O jornal que leio pouco me diz
O cotidiano que vivo vive por um triz
Agora tem sol, mas a noite tá frio
A moda é o futebol então vamos na onda do verde e amarelo...

É o momento do espírito patriota
No ônibus, no trabalho, nas lojas
Pois somos de uma pátria amada
Salve, salve nossas noites estreladas...

Entre o jornal, revistas e a seleção
O país canta a mesma canção
Meus olhos verdes combinam com tua blusa amarela
A poesia pode vir até do som das goguzelas...

Hoje é quarta e estou disposto
A semana cortada
O beijo no rosto
E a poesia cantada...


Mauro Rocha 16/06/2010

sábado, 12 de junho de 2010

MEU JEITO DE DIZER QUE EU TE AMO

Meu jeito de dizer que eu te amo
Nem sempre está nos planos
Acontece até nos enganos...

E na imensa cidade
Planto cotidianos em dias sem fim
Colho flores em teu jardim...

Meu jeito de dizer que eu te amo
Vai além do cotidiano
Vai no simples sorriso...

Vai nos recados da geladeira
Nos momentos entre as nuvens
No beijo de incentivo para começar a segunda-feira...


Meu jeito de dizer que eu te amo
Tem a contribuição da chuva
Tem filme, tem vinho, tem lua e estrela


Tem mil maneiras e mais uma
Meu jeito de dizer que eu te amo
Vai do até o boa noite ao dizer bom dia...


Meu jeito de dizer que eu te amo
É assim...
No início, no meio, e no fim...

MAURO ROCHA 12/06/2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FRATERNIDADE

O cosmo
Dois corpos
Olhares em fusão...

Os traços
Os abraços
O tocar de mãos...

As ruas imundas, os olhares fixos
Os trocados bem-vindos para juntar migalhas
Milhões e a esperança no ar...

Diante do espelho o corpo
Diante do desejo o rosto
Os traços, os braços, os irmãos...


MAURO ROCHA 11/06/2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

IGUALDADE

A lua deseja o sol
A praia molhada pensa no mar
E com sorte vejo uma estela cadente...

Não desejo a lua, mas a vejo em seus olhos
Com sorte vejo tua silhueta nua
Nos passos que dou na rua, nas mais loucas horas...

Sempre que te vejo pulo no abismo
De tantos desejos e sentimentos puros
Mas quando percebo já se quebrou o espelho

E os cortes são feitos raios solares
Dia-amantes imperfeitos de muitos olhares
Até chegar a superfície e respirar outros ares...

O sol deseja a lua
O mar vem e vai salgado
Uma estrela cadente... Com sorte eu vejo...


MAURO ROCHA 10/06/2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

LIBERDADE

O vinho a mesa
A solidão de sobremesa
O tempo parado diante dos olhos...

O que me acompanha?
São as lágrimas
Deixada pela saudade dos dias longos...

MAURO ROCHA 01/06/2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

ESTRELAS

A boca que descobre o beijo
Descobre logo o desejo
E nas madrugadas constantes
A face da lua nunca é minguante...

A boca que descobre o beijo
Descobre logo o desejo
Que de tão íntimo
É proibido as meretrizes

E o que falar do beijo
Que mistura a língua
O beijo definitivo
Com os olhos fechados e o infinito...

Que tudo vira estrela
E logo, transforma-se em constelação
O beijo amado ultrapassa a paixão?
O beijo safado percorre o corpo então?

Beijo é beijo
O que muda é a intenção
E depois do beijo?
O mundo gira sem razão...

MAURO ROCHA 20/05/2010

sábado, 29 de maio de 2010

PLURAIS

Prego: pregos!
Como já dizia Raul Seixas
E a gaveta bagunçada
E o dia passando na frente das calçadas

Tua fotografia no porta-retrato segura a parede
Lanço torpedos seguindo a tecnologia
Procuro planícies perdidas no horizonte
Na verdade me procuro entre o sapato e a meia

Conto as estrelas em dias ímpares
Na intenção de ver um disco voador
Na verdade controles remotos não são interessantes
Por isso jogo palavras no ventilador

Não sei quantos dias faltam para acabar o ano
Mas a folha em branco me traz um espanto
Rabisco sem simetria pontos convexo
Na verdade sento a mesa, bebo e converso

Nada tão natural como ser humano
Cheio de requisitos e falha
Cheio de trejeito e pano
Cada um na sua, procurando a metade, do outro lado da rua


Prego: pregos!
Como já dizia Raul Seixas
E a gaveta bagunçada
Meias, roupas, fotografias...


MAURO ROCHA 29/05/2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

LAGARTO DE PÉ

Arara, jabuti, jacaré
Iracema cadê meu sapato de jacaré
lagarto de pé
Que eu vou ao boteco do Zé
Tomar uma para esquecer
Aquela mulher que me fez sofrer.
Iracema vê se não demora
Que eu ainda vou embora,
Atravessar o sertão, chegar em Manaus,
Ver a chuva cair...
Quem sabe eu trago uns pingos pra ti
E esse chão que corta o Ceará.
Desse jeito não dá,
Iracema cadê meu chapéu de palha,
Folha de carnaúba,
O país está na berlinda, a chuva atrapalha,
A seca maltrata,
E tem prédio caindo...
Sem falar no resto,
Outro dia eu protesto.
Onde está meu sapato mulher!
Lagarto e pé,
Que meu caminho é longo,
Mas,antes vou ao boteco do Zé
Para tomar uma e vê se encontro alguém,
Quem sabe um novo bem...
Arara,jabuti,
Iracema um beijo pra ti,
Aprender a escrever com giz
Levar minha cultura assim
Abrir meu coração
E um dia voltar pró meu sertão
Com meu chapéu de palha
Sapato de jacaré
Lagarto de pé
Iracema cadê!
Iracema Mulher!
Assim eu não vou no Zé!

03/10/2007 MAURO ROCHA

terça-feira, 25 de maio de 2010

DO SOL, A LUA

Mira-me a deriva
Viva língua viva
E a flor no campo
E no canto, canto, conto

Tira-me a vida
Pobre, rica, vida
E a flor noturna
E o ato, teatro, fecha a cortina

Mira-me teus olhos
O brilho do sol na lua serena
E a flor no jardim
E na varanda o cheiro de jasmim

Mira-me de novo
Meus lábios em teus lábios
E a flor no quadro da janela
E no canto, canto, conto meus segredos a ela...


MAURO ROCHA 27/04/2010

sábado, 22 de maio de 2010

VAI VENTO VEM

Vai vento...
Espalha a folha
Espalha a semente
Vem frio de repente...

Vai vento...
Levanta a saia
Mexe com o cabelo
Varre a praça...

Vai vento...
Brinca o dia inteiro
Para como se não tivesse nada
Vira ventania, meu camarada!

Vai vento..
Assoviando de norte a sul
Junta nuvens
Faz ondas do mar azul...

Vai vento...
Moleque travesso
Seca a roupa no varal
Brinca de assombração no canavial...

Vai vento...
Espalha os poemas
Mistura as palavras
E sem ninguém vê dê muitas risadas...

MAURO ROCHA 19/05/2009

quinta-feira, 20 de maio de 2010

PERGAMINHO

Tec, tec,tec,tec,tec,tec,tec,tec
E a máquina começa a escrever
Tec, tac,,tec,tac,tec,tec,tac,tec,tac
E a máquina começa a correr
E assim o texto é composto
Vira homem
Vira mulher
Vira rosto
Num dia de sol
Num dia de chuva
Até mesmo comendo uva...

MAURO ROCHA 20/05/2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

SOPRO

A morte que aqui me trouxe
Um dia vai me levar
Como num quadro de Dalí
A vida retorcida vai além do mar

Atravesso o dia entre o café
E a palavra liquidificada
Como num quadro de Renoir
A vida impressiona

A morte só cala
Quando o sentimento é esquecido
Sei que morto não fala (será?)
Mas a saudade é a lembrança que o mantem vivo

Muitas vezes estou morto
E pela cidade ando como vivo
Muitas vezes estou vivo
Apesar do desgosto, da lágriam no rosto

Tudo parece morto
Com a vida retorcida
Com a vida que não soma
Mas sempre há uma sombra, um sopro

E a morte que aqui me trouxe
Também me disse
Não se sinta morto
Que a vida existe...

MAURO ROCHA 29/04/2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

INSTINTO DE ANIMAL

E você olharia mais uma vez
Mas o dia nem tinha começado
E quantas palavras estavam entre o chão e a mesa?
E quantos futuros foram perdidos no passado...?

Eu me lembro quando minhas asas eram exuberantes
Quando meus mergulhos atravessavam os oceanos
Eu me lembro quando as lágrimas eram apenas chuvas distantes
Quando eu apenas era um herói da coleção das revistas em quadrinhos...

Hoje a cidade vive entre o caos e a esperança de ser erguida
Hoje eu leio o jornal acompanhado da preguiça e da vida que tem de ser vivida
As ruas viram um grande mosaico de notórios anônimos
E todos se conhecem em redes interligadas de sonhos e sentimentos...

E eu olharia mais uma vez
Mas à noite nem tinha começado
E quantas palavras estavam entre o sussurro e o desejo?
E quantas estações vão desejar o inverno outra vez...?

Muitos nem percebem as nuvens que brincam de ser objetos
Muitos nem percebem que vivem aglomerados em desertos
Mas nem tudo é loucura e caos entre a terra e o céu
Existe a poesia, o vinho e os tangos de Gardel...

Nós nos olharíamos mais uma vez
Mas a vida nem tinha começado
E quantas palavras são ditas num beijo?
E quantas voltas o mundo dá antes que se deseje...?


MAURO ROCHA 15/04/2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010

SUAVE BRISA

Pobre diabo que não se vê no espelho
Crivado de amor e de desespero
Mas será amor puro de sentimentos e medo?
Ou será a alta temperatura da libido no tesão do desejo?

Pobre diabo de olhos vermelhos
Que anda na cidade nu de segredos
Que anda em sua corda bamba e sem freios

Pobre diabo que não se vê no espelho
Anda sozinho na noite com a lua por testemunha
Anda sozinho no dia com o sol sem sombra

Pobre diabo de olhos vermelhos
Não sabe se é amor ou atração
Não sabe se é desejo ou paixão

Em sua mão direita uma estaca
Em sua mão esquerda seu coração...


...Pobre diabo...

MAURO ROCHA 28/04/2010



quinta-feira, 6 de maio de 2010

ÓPIO

Andando pela tempestade de meus olhos
Cansado, há dias não durmo
Vou mergulhar em tudo...

Vou escrever o livro entre o pão e o vinho
Vou plantar a árvore no quintal vizinho
Vou fazer o filho no meio do caminho...

Andando pelo deserto de meus olhos
Calado, há dias não durmo
Vou jogar tudo...

À noite maquiada muda à face da lua
A rua desordenada continua nua
Os mesmos olhos perdidos a mesma boca muda...

As épocas são cíclicas
Minhas mãos são ríspidas
Minhas lágrimas são limpas...

E tudo faz parte de um jogo
As cinco é servido chá com biscoito
Prefiro suco espesso extraído do fruto imaturo...

Hoje cheguei perto, bem perto de você
Olhei para teus olhos mas não pude ver
Olhei para a cidade e me perdi na tempestade...

Segui o caminho de paralelepípedos
Segui bêbados e mal-trapinhos
Olhei para a cidade e me perdi em seus desertos...

Cheguei no castelo de areia
Abri a porta e não havia anjos nem sereia
Minha mão estava fria...

Minha casa está no escuro
Estou cansado e há noites não durmo
Meus olhos tempestade, meu corpo deserto...

Ando pela cidade
Ando sem identidade
Ando com saudade...

MAURO ROCHA 30/04/2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ESTAÇÕES I

Primavera
Sei que não sou seu verão
Mas posso ser seu outono
No inverno.

Mauro Rocha

segunda-feira, 12 de abril de 2010

BSB

Cidade avião.
Cidade.
Cidadão.
Nas retas, Eixão.
Nas curvas, tesourinhas.
Que não cortam papelão.

MAURO ROCHA

quarta-feira, 7 de abril de 2010

TERRA

Estou por aqui algum tempo
Não sei dizer o quanto
Já fui menino
Já fui mulher
Já fui o que ninguém quer...

Hoje sou uma pessoa comum
Mas me lembro dos cem soldados de Napoleão
Ou eu era apenas um motorista de caminhão
Indo a lugar algum...

Mas essa é minha terra
Meu lar, meu habitar
E da minha janela
Assisto o balé do mar...

Estou por aqui algum tempo
Na frente da televisão
Ou é do computador?
Ao fundo uma música de Vivaldi
Foi quando meu espírito se assustou...

Já é hora de voltar...

MAURO ROCHA 02/04/2010

quarta-feira, 31 de março de 2010

VERSOS E RIMAS

Poema
Poesia
O cotidiano é o lema do dia-a-dia...

Porcelana
Polichinelo
Palavra cruzada é um exercício para o cérebro...

Pirueta
Pirulito
O X da questão muitas vezes está no umbigo...

Castelo
Avião
Hoje em dia só saio de caiaque na mão...

Verso
Rima
O poema é o corpo da poesia, menina!

Rima
Verso
E o vento brinca com as palavras soltas na janela...


MAURO ROCHA 31/03/2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

AS TORRES DA CIDADE

Acordo com a insanidade exposta
Ando pela cidade e abro portas
O silêncio me entorpece
Minhas mãos lisérgicas adormecem

Quero pegar um navio e atravessar o deserto...
Vazio...
Quando cheguei na estação o trem já havia partido
Só deu para sentir o suspiro ofegante do inverno...

Você tem seus pés no chão
Você não anda na contra-mão
Seu espelho nem quebra para começar
Eu nem ligo para a sorte no azar

Mas não se preocupe se nossos mundos são diferentes
Gosto de contemplar raios de tempestade de madrugada
Gosto de ouvir loucuras e ranger os dentes
Não se preocupe, o importante é saber o que se ama...

Agora são três horas na madrugada, eu acho!
Estou escutando Jimi Hendrix e seus solos de guitarra
Abra a geladeira e procure algo gostoso enquanto rola o comercial
Tudo normal e silencioso, a cidade é meu abismo...

Você tem os olhos claros e brilhantes
Você tem um sorriso...Desses que deixa qualquer um tímido
Mas não se preocupe se nossos mundos são diferentes
A cidade é grande e tudo se resume em imagens refletidas no espelho...

Agora já é de manhã...O sol aparece..O café está na mesa
Acordo com a insanidade exposta, anda pela cidade, abro a porta...
Não se preocupe, o importante é saber o que se ama...

...Eu acho!

MAURO ROCHA 25/O3/2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

TRAÇOS NA MÃO

Peguei o lápis e fiz uma escada
Peguei o papel e desenhei palavras
Hoje é dia e no circo tem poesia
Hoje é noite e a lua se despe de estrelas

O mundo abre suas portas
E eu sigo meus passos
Entre tempestades e tristes chuvas
Entre conhecidos e estranhos mudos

As asas do livro são suas páginas abertas
Hoje estou como Rodin e seu pensador
Intrínseco e liquidificado está o amor
E o outono chega para bagunçar árvores nas ruas

Peguei o lápis e fiz uma parábola
Peguei o papel e fiz um avião
A vida é um sopro na água
Meus passos driblam a solidão

O dia me traz um feixe ultravioleta
Traço palavras cruzadas nas noites com vinho
Abro a primavera com um desenho de borboleta
A vida é um mistério seguido de um sopro

Os anjos observam o mundo...Em alerta
Dos meus olhos tangem a cidade aberta
Qual a palavra certa depois do beijo e do desejo?
De costas mergulho em meu próprio abismo


O mundo abre suas portas
Sigo meus passos
Não procuro somente respostas
Aprendo com os caminhos e seus traços

Hoje estou como um anjo
Um anjo de asa quebrada
Observando o mundo e a palavra
Decifrando os mistérios que regem teu corpo...


Decifrando os mistérios que traçam meu rosto
O mundo se abre na noite nua
A cidade é quente numa sinuosa volúpia
O destino não escolhe a sorte no trevo

Desejo
Medo
Loucura
Amor e paixão na mesma mistura

Levanto pois já é tarde
Espero de frente à igreja
O que se faz com anjos sem asa?
Deseje..Apenas deseje...



MAURO ROCHA 19/03/2010














terça-feira, 16 de março de 2010

OLHOS PÁLIDOS

Quando mergulhei no mar
Não sabia nadar
Abri os olhos
Não era o mar

Era teu corpo
A me levar
Eram teus olhos
A navegar

Na palidez do dia
Na maciez da noite
Como numa música
Que não quer acabar

Meus olhos
Teus olhos
E eu a navegar

Sobre a lua
Na noite nua
Meus olhos
Teu mar...


MAURO ROCHA 16/03/2010

sábado, 13 de março de 2010

ACRÓSTICO

Não sei o que faço
Não sei se disfarço
Talvez jogue xadrez
Com minha timidez

Talvez faça um mosaico
Da minha janela
Talvez faça um acróstico
Da Veneza Brasileira

Quem sabe faço um desenho
Cheio de curva
Quem sabe bebo um vinho
Da melhor uva

Não sei o que faço no meio da cidade
Olho para o movimento mosaico
Acrósticos em azul, lilás e verde
Formam prédios em néon

E os lances da vida são passos de xadrez
Disfarço em sorrisos meus olhos em timidez
Não sei o que faço diante de tanta beleza
Só sei que me encanto com a tua sensual mistura brasileira

MAURO ROCHA 13/03/10


sábado, 6 de março de 2010

(...)

Muito mais que tudo
Uma e única
Linda na essência
Hoje e sempre
Envolvente
Ritmo, forma, poesia eloqüente...

Mulher...

MAURO ROCHA 08/03/2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

CASAS E JARDINS

Calo-me em teus lábios
A noite é um ato falho
Onde estão as estrelas?
Só vejo o céu em lágrimas...

Sussurro em teus ouvidos
O dia é libertino
Onde está minha camisa?
Só vejo a bagunça divertida...

MAURO ROCHA 04/03/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

DIAS SIM! DIAS NÃO!

O sol brilha nos olhos
A manhã convida para dançar
A porta se abre de esperança
O caminho é vasto como o mundo...

Tudo parece clichê
E tudo parece tão perfeito
A cidade é um desenho
Feito por você...

Mas repare bem nas janelas
Há sempre alguém com saudade
Há sempre alguém fugindo por elas
Em busca de liberdade...

Eu contemplo a tempestade
Entre a razão e o coração
Dentro de um copo d’água está a paixão
O amor perambula pela cidade...

O mundo está por um fio
Há destruição por todos os lados
O homem já sente o vazio
Pois não somos deuses alados...

Hoje eu acordei poeta
Tem um mundo em meus olhos
Olhei bem pela fresta
Você linda nos abrolhos...


Todo mundo faz confusão
Entre o coração e a razão
Eu contemplo a tempestade
O amor e a cidade...

MAURO ROCHA 01/03/2010



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

FOGO E ÁGUA

Queria o silêncio que nada dizia
Olhava um olhar no vazio do dia
E todos procuram o mesmo caminho
E todos procuram carinho...

E assim navegava na água do rio
E assim queimava seu olhar sozinho
E tudo era tão bem escrito
Era tudo tão bem dito...

Quando acordou percebeu que ainda era dia
Da noite que não terminava
No espelho um rosto sem expressão
Na boca um gosto de hortelã

A vida inteira esperou por uma chance
E quando achou que era sua vez, mergulhou na tempestade...
Das loucuras que lia nos livros
Das aventuras que o acordava em seus delírios

A vida inteira esperou por uma chance
E quando achou que era sua vez, não sabia o que era paixão...
Ficou louco no abismo sem horizonte
Aventurou-se no amor coberto de ilusão


Queria o silêncio que nada dizia
Olhava um olhar no vazio do dia
Já não sabia se mergulhava na tempestade
Ou se descobria o que era paixão


Mas nem tudo era como nos livros
Mas nem tudo era como nos seus delírios
Mas sempre haverá um abismo
No horizonte do amor...

MAURO ROCHA 25/02/2010






quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

POEMA DO AMOR LOUCO (terceiro ato)

A vida assim se faz assim
E um casal viver em transformação
Das alegrias do tempo então
Das tristezas que um dia tem fim

E muitas loucuras são apenas ciúmes
E muitas travessuras são saboreadas em sorrisos
E muitas aventuras são dispensáveis
E na contagem do tempo vencem os sorrisos...

Do conhecer ao namorar
Do namorar ao noivar
Do noivar ao casar
A vida se renova a cada luar

E tudo tão perfeito de um dia para o outro
Tudo tão belo e ainda com um sorriso no rosto
Por saber que ao tempo e ao vento estão juntos
E assim começa esse poema do amor louco...

MAURO ROCHA 24/02/2010

POEMA DO AMOR LOUCO (segundo ato)

Eu fiz um desafio-brincadeira à Ana Cristina Quevedo do INCONGUENTE LISURA para fazer o "segunto ato do Poema do Amor Louco" e ficou na minha opnião ótimo e agora vou fazer o terceiro e último ato, espero que fique a altura do segundo ato.


No cabelo, a fita amarela
O vestido, branco da espera
Ela aguarda o moço que, em breve
Afagará de manso, de leve
O coração a palpitar

As mãos que se unem, palma a palma
Na loucura que reserva a paixão
Pois depois do encontro de almas
Cada minuto é encanto, é beleza
Secou da moça a tristeza
Amansando sua emoção

E como da Vida, o decurso ameno
Casaram-se logo em dezembro
Nunca se viu noivos tão radiantes
Ela, contrita, ele galante
Emanando dos dois, a luz vibrante

A felicidade dos dois no altar
Com mil promessas solenes a jurar
Comoveu a todos que lá estavam
E que com eles, lágrimas espalhavam
Pela capela pequena a rezar

Tudo tão perfeito, tão completo
Tudo tão belo, de amor repleto
E assim começavam os dois: um casal


Ana Cristina Quevedo

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

POEMA DO AMOR LOUCO (Primeiro Ato)

Na mão esquerda uma rosa
Na mão direita um sonho de valsa
E tudo parece prosa
Ao pé da escada...

O beijo mais que prometido
Depois de tanto desejo
Era um mundo aberto
De um horizonte perdido...

As promessas e os acontecimentos
Resultaram na união
Dos corpos cósmicos
Estrelas e explosões...

E a vida assim seguia
Como um conto de fadas
Até os passarinhos faziam serenata...

Tudo tão perfeito de um dia para o outro
Tudo tão belo com um sorriso no rosto
E assim começava aquele namoro...


MAURO ROCHA 22/02/2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

...VEM O CARNAVAL...

Às vezes o tempo passa
E sem pressa
Eu ando pela praça
É quando a saudade aperta...

Sem pressa folheio o jornal
Entre a política e a cidade vem o carnaval
E lembro-me quando eu era o pierrot
Hoje sou apenas admirador...

Mas tudo é fantasia
Mas tudo é alegria
Até a quarta-feira
Quando a cidade fica vazia...

Às vezes o tempo passa
Mas ele ainda não passou
Fecho os olhos e com a multidão eu vou
Dançando com a cabrocha mais linda...

Mas tudo é fantasia
Mas tudo é alegria
Até a quarta-feira
Quando a cidade fica vazia...

Então ando pela praça
É quando a saudade aperta...

MAURO ROCHA 10/02/2010






segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

CONTOS E JORNAIS

Depois de tanto falar
E de tão pouco escutar
Sinto a brisa do mar
Vejo as ondas se quebrar

Quem nunca falou tanto com o amor
Quem nunca escutou pouco sobre o amar
As nuvens que nos leva ao céu
São as mesmas que acompanha as lágrimas do fel

Quem nunca se sentiu como a “Alice no País da Maravilhas?”
Quem nunca esperou o beijo da “Bela Adormecida?”
Você pode dizer “Isso parece uma sala vazia”
E eu vou dizer “São apenas palavras sem vida...”

Depois de tanto falar
Resolvi me erguer
Olhando as ondas do mar
No horizonte resolvi me perder

E tudo que se via era o pôr do sol
E ele escrevia em seu lençol
Fantasias além do mar
Na brisa dos olhos fechados ao amar...

E tudo que se via se falou
E ele escrevia o pouco que escutou
Com as nuvens paradas no céu
A saudade escorria como mel

E assim foi-se o dia
Que ele descobriu o amor
Na brisa suave que vinha
Nas ondas que se quebram com a dor

E assim foi-se a noite
Que ele descobriu o mar
Nas ondas perdidas do horizonte
Com os olhos fechados ao amar...

MAURO ROCHA 08/02/2010







terça-feira, 26 de janeiro de 2010

(...) LUSCO-FUSCO

O pôr-do-sol reluzente
Nos traços mágicos do arquiteto
Faz a cidade mais presente
Junto ao paisagismo poético

E quando fecho os olhos...Cidade em cor
Vejo-me nos braços do Redentor
E como se fosse mágica vejo Belo Horizonte
Ou ando nas frases do poeta de Alegrete

De tudo que vejo me encanta a flor
A flor do desejo...Néctar do amor
Faz das pessoas mais presente
As estrelas com a lua reluzente

O alimento da alma...Poemas em tablete
Como se fosse mágica...O primeiro beijo
Nas ruas da cidade...Olho o horizonte
O amor reluzente...Poético desejo


MAURO ROCHA 26/01/2010


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

MISTURA BÁSICA

A gramática lança o verbo
Para o povo aprender
O sujeito que não é besta logo chama você!
E pinta de adjetivo tudo que vê

O poema lança a rima
Para o povo brincar
O sujeito que não é besta logo começa a cantar
E rima alegria com trilili, tralalá...

O povo lança a língua
Para a gramática se adaptar
O sujeito que não é besta fala tudo o que há
Rima, frase, diálogo, dialeto, e muito blá,blá,blá

A gramática lança o verbo
O poema lança a rima
O povo lança a língua
O sujeito que não é besta inventa o cotidiano...


MAURO ROCHA 20/10/2010





segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O GRITO QUE NÃO QUER CALAR

A terra grita assim:
Mundo olhe para o Haiti
E tudo é miséria
E tudo é destruição
Mas desde quando?
De hoje?
De ontem?
Desde da sua criação?

E quantos “Haitis” ainda temos?
E quantos “Haitis” ainda teremos?
E a música já falava:
“O Haiti é aqui”

A terra grita assim:
A natureza vai se ajeitando
Vai se arrumando
Vai se adaptando

E o homem?
E o homem?
E o homem?
E o homem?

Vai sentindo
Com o gosto amargo
Com o coração apertado
Com a destruição do lado

Mas será que acabou?
Ou é apenas o inicio?
O mundo corre perigo
E nós “homens” fazemos parte disso

Fazemos parte do bem
Fazemos parte do mal
Fazendo a nossa parte
Para um ambiente social


MAURO ROCHA 18/01/2010


domingo, 17 de janeiro de 2010

MONOCROMÁTICO

Cidade
Liga
Cidade
Diga a idade de sua cidade
Diga saudade
Liga
Sentimento
Diga momento
No apartamento
Na casa que entra o vento
Diga tempo
Uma palavra
Nua
A lua
Na pele
Na febre
Na linha do horizonte
Montes...
Cidade
Liga
Cidade...


MAURO ROCHA 17/01/2009

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

NOITES CLARAS, NOITES BRANCAS

...Claro que tinha fogo
Fogo que tinha fé
Fé, desejo-te em dobro
Ouça o som da maré...

A lua em movimento faz de suas fases um balé
Corro contra o vento para abraçar o tempo que vier
As nuvens se transformam em água corrente
Eu me transformo em tudo para descobrir que não sou nada, gente!

Claro que tudo é um enigma, teus olhos, tua vida...
E quantas vezes tu se deparou com perguntas sem respostas?
E quantas vezes tu se deparou com o trevo da sorte?
Claro que tudo é magia, tua pessoa, vida minha...

...Claro que tinha fogo
Fogo eterno da paixão
Paixão, desejo-te em dobro
Ouça o amor no coração...

MAURO ROCHA 12/01/2009

domingo, 10 de janeiro de 2010

O BRANCO DA FOLHA EM BRANCO

A folha cai na tarde de domingo
O gato dorme na varanda
O poeta risca a folha num minuto
Olhares se cruzam em um flerte da vida

Hoje parece tudo igual, mas há algo diferente...
Um sorriso angelical, um toque de repente...
O mundo muda, muda e vamos contemplar a janela...
O quadro permanente...Permaneço de olhos fechados com o beijo dela...

A folha cai na tarde de domingo
O ano começa assim sem querer começar
O poeta risca a folha num minuto
O mundo muda, mas o amor permanece nas suas formas de amar...


Hoje parece tudo igual, mas há algo diferente...


MAURO ROCHA 10/01/2010