sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DIÁFANO

Quando o vento traz suas brisas frias e o corpo fica arrepiado
Imagino os segredos dentro de cada arrepio
Ou será o tesão disfarçado de desejo fugaz
Ou é apenas o beijo lembrado na noite anterior
Que despeja lembranças nas entranhas fazendo inundar o dia que mal começou?
E a febre do toque é o mesmo choque de palavras sussurradas
Gemidas e publicadas nas costas arranhadas
E quando o vento volta parece calmaria, mas é apenas tentação que atiça a língua.
Para o gosto provocado pelos lábios num sentimento crescente que rompe à tarde
Rompe...
Os signos e quebra todo tipo de tabu
E inclinado no horizonte dos olhos o dia passa
Como uma música de tons ritmados e dança suave
Corpos colados e suspiros nas mentes
Numa onda de segredos e desejos famintos
Cheios de adjetivos
Pronomes possessivos
Num verbo intransitivo
A porta se abre
Amar e se amado e o gosto doce e salgado
Rompem na manhã cheia de orvalhos
E o vento traz suas brisas frias
E minhas mãos vazias agora são preenchidas pelo teu corpo
Teus seios que dançam em meu peito
E mais um dia chega amarrotado e cheio de surpresas
É preciso voar para poder andar
É preciso saber observar os olhos vendados
É preciso conhecer a delicia do beijo roubado
Peguei todos os sinais... Fechados... Naveguei nos mares... Abertos
Conheci... Todas as capitais... Andei... Pelos meus desertos
Conversei... Com os anjos... Discuti... Com os demônios
Não sei mais... O meu nome... Tenho... Fome
Vejo... Estrelas no espelho... Sinto tua carne... Estremecer
Reflexos, Perplexos, de certo dialetos sussurrantes.
Amantes avantes na tarde quente
Na parede do corredor loucuras do amor
Seus óculos na estante testemunha... A libido
Tudo aquilo que a noite clama... Na cama
A mordida, a lambida, a mão forte, mas carinhosa.
A pegada que tira do norte, o beijo, o desejo nas marcas no corpo.
Tatuagens na alma... Desejos da carne...

MAURO ROCHA  22/02/2013