sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL


Quero aqui e nesse momento agradecer a todos que acompanham, comentam, não comentam, gostam , os que apenas olham, enfim a todos que amam poesia e  apreciam a minha poesia, que é feita de coração e muito amor a literatura, a arte, a vida.
Espero que em 2012 eu tenha mais tempo para me dedicar ao meu blog, ao blog dos amigos reais-virtuais-reais já que esse ano foi complicado e perfeitinho, por isso me desculpo agora por essa falha e que os mares do sul, norte, leste e oeste tragam bons ventos pra mim e para todos.
UM FELIZ NATAL com toda sinceridade e carinho desse poeta meio ou interiramente louco, mas que nunca esqueceu e nem vai se esquecer de vocês que são verdadeiras obras divinas e trazem suas artes com seus trabalhos e são especiais para muitos em suas vidas.
Obrigado por tudo!!!

MAURO ROCHA

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TEMPORAL

Ria um riso fácil
Encostado nas árvores
Que o tempo moldou.

Ria um riso fácil
Das faces
Que o tempo enrugou.

Ria
Na loucura intima
Num desesperado grito de amor.

Suas mãos vazias
Seu olhar noturno

Ria um riso fácil
Das notícias do jornal
Que se repete com o tempo.

Ria um riso fácil
Na solitude
Que o tempo tornou igual

Não sai da linha
Nunca mordeu a maçã com vontade
Olhava para o tempo: _Agora é tarde!

Mergulhou carente
Teve febre
Não sabia se tinha perdido ou achado o tempo perdido

Apenas gritava
Numa felicidade acumulada
Numa noite estrelada

Sem pudores
Sem juras
Apenas carne...

Suor e lágrimas
Na loucura intima
Num desesperado grito de amor.

Suas mãos vazias
Seu olhar noturno

A vida completa
Em seu túmulo:
“Viveu sem viver, morreu num ato de prazer”.


MAURO ROCHA 04/12/2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

DE PONTA CABEÇA

Eu procuro fazer tudo certo
Eu procuro os caminhos mais fáceis
Eu procuro acordar cedo

E quando tudo dá errado
Eu paro no meio do caminho
Eu olho para o céu
Eu olho para o chão

Vejo a vida então

Os castelos construídos
De ponta cabeça
Noites mal vividas
Pelas ruas com as mãos no bolso

Vejo a vida então

No próximo instante
No olhar distraído
No olho do anu
Quando fico nu...

Eu procuro sair antes
Eu procuro ser gentil
Eu olho para o sol poente
Eu fecho os olhos ao vento

E quando tudo dá certo
Eu paro no meio do caminho
Eu olho para o chão
Eu olho para o céu

Vejo a vida então

Nos aclives
No gosto silvestre
Nas curvas do corpo
No olhar saliente da boca

De ponta cabeça
Nos declives
Ou vice-versa
Numa boa conversa...

Com você...
...Espelho, espelho meu...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DIFERENTE

Abro os braços para a cidade
A luz ilumina meus olhos
Sou um personagem lúdico
Dentro de um quadro surrealista

Sou a própria lista
Das coisas que tenho que fazer
Dentro do cotidiano arrastado
Da vida cheia de planos...

Lembro das casas de muro baixo
Das inocentes noites de luar
Lembro das madrugadas caminhadas
Voltando para casa...

Hoje abro a porta no momento exato da lágrima
Hoje fecho a janela, pois a noite está assustada
Sinto algo de diferente no ar
Sinto teu calor me abraçar...

Olho para minhas mãos
Olho para meu rosto
Sinto fome
Sinto não estar com você...

Nesses dias de chuva
Lembra?
O tempo não volta
O tempo envolve

Assusta o tiro do revólver
Assusta os pensamentos pobres
Pensamentos egoístas
Pensamentos racistas

Pense...
A vida gira num minuto
Da lágrima ao riso
Do olhar despercebido ao desejo
Do medo a coragem...

Espero o amor passar
Parar e ficar
No brilho da lua
Nua

Nos meus olhos
Teu corpo geme
Enquanto a cidade acorda
Abro os braços...

MAURO ROCHA 16/11/11











segunda-feira, 14 de novembro de 2011

HOJE

Hoje estou com quarenta e um
Mas não sou mais um
Dentro da cidade
Gosto de sexo
Mas quem não gosta?
Gosto de vinho
Mas quem não gosta?
Gosto de cinema, arte, literatura
Mas quem não gosta?


Quem não gosta
Não sabe o que está perdendo
Ou o que está ganhando
Não sabe saborear os detalhes
Não sabe sorrir das besteiras
Não sabe o gosto do mel
Talvez nunca tenha ido a um motel
Talvez nunca transou ou sonhou em transar num elevador
Não sabe o que é sorrir ou chorar
Chorar ou sorrir ao mesmo tempo


Não sabe o que é o tempo
Ou a falta dele
Não sabe o que é saudade
Que vem como cheiro
Quem não gosta, não gosta
E quem sabe é feliz
Eu sei que eu gosto é de viver
E quero morrer sabendo que vivi


Hoje eu faço quarenta e um
Amanhã? É outro dia...
Que nasce cheio de surpresa
Tristeza
E alegria.






MAURO ROCHA 14/11/11


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OUTUBRO

Vai você saber...
O que passa no meu coração.

Tudo está tão...
Lindo.
O mundo é...
Cabível.

Os homens têm...
Delírios.
Os homens são...
Terríveis.

Existe paz...
E guerra
Tem gente que nada faz...
Tem gente que reza.

Veja-me hoje...
Aqui
Amanhã não sei.
Sei o que perdi
Guardei o que ganhei...

Vai você saber...

MAURO ROCHA 10/10/2011



sábado, 1 de outubro de 2011

MANHÃS FAMINTAS

Nos meus sonhos toco as nuvens
Na minha realidade choro absurdos
Nos meus sonhos beijo teu corpo
Na minha realidade sinto muita saudade
Nos meus sonhos existe um mundo de paz
Na minha realidade existe a dança do caos
O coração dorme no frio intenso
O tempo escapa das mãos
Os olhos observam os sorrisos alheios
Nos passos lentos a vida segue...
Manhãs famintas
Tardes sinistras
Noites perdidas
No silêncio...
A tempestade grita por paixão
Devastando a paisagem
O amor chega com o orvalho
Renovando as emoções...
Nos meus sonhos ligo cidades
Na minha realidade continuo endividado
As asas da imaginação acompanham Ícaro em sua queda livre
A modernidade me traz o mosaico para continuar minha colcha de retalho
O dia sangra na noite escura, cães ladram
Corpos estendidos na luz do luar
A realidade usa máscaras do caos
Na realidade a felicidade existe
Nos pequenos olhares
Nas gargalhadas despretensiosas
No silêncio...
Onde os grilos cantam
Onde as estrelas dançam
O amor chega com o dia
Trazendo novas canções...
Nos meus sonhos... A realidade...
MAURO ROCHA 28/09/2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OCEANO

A poesia morreu
Nas asas da paixão
Quem sou eu
Nos delírios da solidão?

Choro por não ter lágrimas
O tempo não me traz asas
Apenas solidão e escuridão
Lampejos na parede caindo no chão

O mundo comemora as loucuras
Homenageia seus heróis anônimos

Irônico achar os caminhos
Irônico morrer sozinho
Irônico ter opções e não usá-las
Irônico não ser uma doença
Irônico não ser uma aberração
Irônico ser feliz
Irônico ser igual

E
Saber que muitos se escondem em máscaras
E
Saber que tudo não passa de fachada
E
Saber que as coisas evoluem
E
Ser o que sempre fui sabendo que poderia ser mais

Olho para os anjos
A lua está nos braços do sono
A poesia está na rua
Minha face está nua

Os sonhos estrangulados
O sangue no asfalto
Os delírios tremem a mão
O apocalipse beija o tempo

O mundo nunca será o mesmo
Entre arames farpados e afetos
Entre catástrofes e desertos
Eu sei, eu sei o que devo escrever

A poesia sangra
Para se sentir melhor

Haverá o amanhã, o beijo de novela
A esperança na janela, o gosto de hortelã

O poema amassado
Tarde cinza
A poesia morta
Nas palavras frias
Violenta cidade
Exposta no jornal

Pedras na mão
Impérios no chão
A peleja do bem
A peleja do mal


Choro por não ter lágrimas
O tempo não me traz asas
Apenas solidão e escuridão
Lampejos na parede caindo no chão

A poesia morreu
Nas asas da paixão
Quem sou eu
Nos delírios da solidão?


MAURO ROCHA  22/09/2011

domingo, 4 de setembro de 2011

SILÊNCIO NA NOITE

Mergulhei o abismo



Encontrei o mar


Encontrei a terra


Subi para respirar...


Hoje ando devagar


_Bom dia vizinha!


_Bom dia amigo!


Bom mesmo é se encontrar...






MAURO ROCHA 04/09/11






sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PORCELANA

Em meus sonhos
O mundo é perfeito
As estações têm
Seus próprios desejos

Eu só não queria dizer
Adeus
Adeus
Adeus...


Em meus sonhos
Colho morangos silvestres
Em dias de sol
A alma tem seus próprios desejos

Eu só não queria dizer
Adeus
Adeus
Adeus...

MAURO ROCHA 26/08/2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

TRECHOS

Cheguei ao seu mundo ontem
Apresentei meu codinome
Ganhei um sorriso
Num olhar distante...

Não sai de um livro de ficção
Pode pegar na minha mão
Aqui as estradas são longas
E os jardins secretos...

Vim com os anjos
Mas não para fazer mágica
Quero primeiro entender
Teu reflexo no espelho...

Não podemos fazer tudo o que queremos
Mas podemos sonhar com as estrelas
Pintar quadros negros que sempre são verdes
Envolver segredos, medos, desejos...

Cheguei ao seu mundo ontem
Numa paixão que brota o amor
Alimenta o corpo, satisfaz a alma
Vira tempestade, vira saudade...

Numa cidade qualquer
Meus pés formigam
Pessoas estranhas transitam
Perdidas no teu olhar...

Quando olho para o tempo
As pedras mudaram, as festas mudaram
A semana acabou
O vento sopra de norte a sul de leste a oeste

Pegue na mão dos anjos
Siga o caminho da lua
Num lindo sorriso tímido
Viva...

Num olhar distante
Apresentei meu codinome
Ganhei um sorriso
Quando cheguei ao seu mundo...


MAURO ROCHA 19/08/2011



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MALABARISMO

Atravessar o dia
No olhar desesperador da agonia
Na respiração ofegante do cansaço

Ler jornais apocalípticos
Ver guerras feitas por países ricos
A vida artificial do mundo real

Só quero envelhecer
Depois morrer
Com a sensação de ter vivido

Noites a mil
Em diversos exemplares
Um drink, um luar, um café da manhã

Atravessar o dia
Nos espinhos de uma rosa
No fluxo sanguíneo lento de um ataque cardíaco

Ficar vidrado na internet de madrugada
Ter insônias, acordar excitado
A vida real do mundo artificial

Chorar longas tardes
Amar por minutos
Um drink, um cigarro, um almoço para variar

Tentar outra vez
Errar no xadrez
Simplificar tudo num sorriso

Estender a mão
Escrever com paixão
Ler quadrinhos, hentais, nada demais

Atravessar o dia
No suicídio das palavras
Nas lágrimas depois do beijo

Você ser apenas você
Amar acreditando amar
No mundo há vida artificial ou real

Criar desejos
Postar medos
Um drink, um sol de rachar, algumas velas e um jantar

Atravessar o dia...

MAURO ROCHA 17/08/2011




































quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SONHOS DENTRO DO SONHO

A estrada parece perdida
A chuva parece invisível
Sigo as estrelas
Sigo o caminho para casa

Todas às vezes que fecho os olhos
Sinto o vento
Escuto teus cabelos ao vento
Sigo o caminho para casa

Teu corpo salgado lembra-me o mar
Vejo as pedras desvio dos espinhos
Sinto dor em meus pés
Sigo o caminho para casa

Ao meu lado um anjo peralta
O cheiro de chuva trás saudades tua
Sigo o arco-íris
Estou perto de casa

O coração já sangrou
Os olhos já choraram
O corpo ficou
Sobe a alma...

MAURO ROCHA 09/08/2011





terça-feira, 9 de agosto de 2011

POEMA JOGADO PELA JANELA

Lisérgico
Vejo a cidade de outro ângulo
Escorre pelos olhos os planos...

Acordo tarde
Durmo tarde
Escorre pelos olhos os sábados...

Na bandeja o café
De sobremesa não sei o que é
Escorre pelos olhos os domingos...

É que estou usando colírio...

MAURO ROCHA 09/08/2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

CASTELOS E AREIAS

Uma princesa em seu castelo
Admira o mar
Com seus cabelos dourados
Seus olhos a sonhar

E para seu espelho ela pergunta:
_Cadê meu príncipe encantado?
E o espelho responde a ela:
_Não se assuste se o príncipe for sapo!

Assim são os contos de fada
Antigos ou modernos
Mas as mulheres não esperam nada
Que não seja eterno

Um lindo castelo
Uma linda história
Esperando no altar
A princesa que demora

E como todo o encanto
Espera-se um final feliz
Só há espanto
Quando a bruxa mete seu nariz

Antigos ou modernos
Sempre haverá contos de fadas
Príncipes e sapos
Princesas e bruxas

E um espelho...

Moral da história:
Nunca deixe de sonhar...

MAURO ROCHA 25/07/2011



sexta-feira, 15 de julho de 2011

VERMELHO MERCÚRIO

Quero voltar para as estrelas...

Os cantos, os cânticos, a cidade

Nas ruas o gelo, a saudade

Vejo fotos

Lembranças nuas

Nos carros, nos ônibus, nas motos

A velocidade do tempo

Invento algo na frente do espelho

Vejo os cabelos

Brancos

Céu claro

Olhos profundos

Noites em Marte

Dias em Saturno

Quero voltar para as estrelas

Sentar-me a mesa

Admirar tua roupa

Beijar tua boca

Era o que dizia o primeiro ato

Daquela vida de farrapos

Lavam-se os pratos

No fim da noite

A esperança se renova

Inicio de estação

Livros na prateleira

Outros olhares

Outros mundos

Uma estrela no chão

A cozinha está vazia

A vida está vazia

Mais um conhaque

Mais um desastre

Tudo estava ali no terceiro ato

Cena de cinema


Na piscina

O mar que encontro em teus olhos

O beijo que criou o espanto

Céu claro

Num mês qualquer

No almoço ou no jantar

A luz da vela clareia o ambiente

Um corpo ausente

Na estrada

No coração

Na sala de estar

Quadros de Vermeer

Diante da solidão

Os olhos fechados, um livro na mão

O corpo suado

No quinto ato apenas uma estátua

Quero voltar para as estrelas

Amarrar minha rede

E palavras pescar

Nesse teatro de amores

E restos humanos

Entra noite sai dia

Entra mês sai ano

E nosso planos?

Pendurados na geladeira

Estendo minhas roupas

No último ato

Céu claro...



MAURO ROCHA 15/07/2011





sábado, 2 de julho de 2011

13:50

Na sala tons claros
Misturados com tons escuros
Dois ambientes
Um mundo...

Móveis rústicos
Num contraste hi-tech
Criança brinca
Adulto assiste TV

A casa é simples
A vida é simples
Cozinha
Corredor, quartos

Um mundo
Outros ambientes
Com ou sem vista para o mar
Doce, doce lar

Uma porta
Seus mistérios
Seus labirintos
Um jardim secreto...

Duas janelas
Suas festas
Suas frestas
As raízes...

Guerra e paz
Amor e ódio
Famílias
Trilhas cotidianas...

Tons claros
Cores da vida...


MAURO ROCHA 31/05/2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PRÊMIO NOEL ROSA

PRÊMIO NOEL ROSA


PRIMEIROS LUGARES

1º Lugar - Marcele Aires

2º Lugar – Carmen Lamego Vidal

3º Lugar Mauro Rocha
 

QUANTA SAUDADE



Abri a janela cheia de cidade


Escutando Noel Rosa


Quanta saudade



Do bondinho, da Lapa


Do Cristo Redentor


Toda vez eu me pergunto: “Com que roupa eu vou”



E a vida que beleza, mas tão cheia de surpresa


E numa “Conversa de botequim”


Percebi como é simples ser feliz



E no domingo depois da praia


Em casa com uma cerveja gelada e um belo futebol


Tudo está completo com a “Menina dos meus olhos” embaixo do lençol



Como “Um pierrô apaixonado”


Vou seguindo a semana


Na ginga do malandro que também é bom de samba



Mas a vida sei que não é fácil


E quem nunca deu um “Palpite Infeliz”?


Pisei no buraco mas ainda sou dono do meu nariz



Agora vou deixar de “Filosofia”


Que estou atrasado e o ônibus não espera,


Mas digo de verdade: escutar Noel Rosa e como uma “Festa no céu”



MAURO ROCHA

terça-feira, 7 de junho de 2011

COMO VOCÊ SE DEFINIRIA?

Sou poeta ou sou atleta?

Ou serei apenas um rosto na janela?



Sou o dia que nasce cedo

No sonho de alguém

Sou a imagem da imagem

Que se desmancha com um beijo...



Sou a lembrança de uma canção

Apenas um caroço de feijão

Que brota até o céu

Na magia de quem sonha com o véu...



Sou eu sendo você

Sou o nada

E sendo o nada

Nada tenho a perder



Sou o mar que seduz a lua

Sou o sol soberano na sua

Sou um sorriso na noite

Ou apenas a metade de um doce...



Como você se definiria?

Um astro na cozinha?

Um coração solitário

Ou a solidão do asfalto?



Sou um rio

Nas lembranças da chuva

Sou a rua na cidade muda...



E porque não!

Sou o amor

Sou a loucura

Sou o furação...



Sou definitivamente

A indefinição da razão

O amor na sua metamorfose

Uma dose de compaixão...





E você?



MAURO ROCHA 01/06/2011



domingo, 29 de maio de 2011

CIDADE EM CHAMAS

A dança está no ar
No vento da cortina
No teu corpo no espelho
Na manhã molhada de orvalho


E teu silêncio é coberto de saudade
E teus passos  sentidos pela cidade
Os anos passam pelas mãos
Reis, valetes, damas e corações


No jogo da vida
Um beijo pode ser despedida
Um beijo pode ser o início
De uma vida


A cidade em chamas
Meu corpo habita
No abismo do desejo... Deseja
As estrelas que te chamam... Em chamas


A dança suave envolve a noite
Num jogo entre amantes
Refletidos em olhos topázios
Os dias são perfeitos


Nos passos da chuva
A loucura dá lugar à solidão
A janela fica úmida
Nas chamas da paixão


A dança está no ar
Na cortina de fogo
Na cidade que vive ao luar
Meu corpo habita... O desejo...


MAURO ROCHA 19/05/2011















quarta-feira, 18 de maio de 2011

NOS OLHOS DO FURAÇÃO

Os olhos cor de violeta

As borboletas em festa

A primavera em sua silhueta

Demonstra a poesia deserta



Canta na madrugado o galo

Nu o dia surge no orvalho

O espelho te encara de verdade

Alguns comem as migalhas da cidade



Outros morrem de saudade

O vento sempre muda de estação

Na nuvem que passa hoje

Amanhã e depois pego na sua mão



Alguns olham para o muro

Eu olho para o mundo

Que a poesia me oferece

Hoje é um dia, amanhã o povo esquece



Olhos cor de violeta

No meio do furação

A paixão avassaladora

Que toma conta do coração



A poesia de amor

A primavera que chegou

De mãos dadas na cidade

Eu sigo nas linhas do horizonte...


MAURO ROCHA 23/02/2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

MERGULHOS DE CORAÇÃO

Quem nunca teve um amor sem pretensão?

Ou vários amores adolescentes, então?

E quem nunca brincou de bem-me-quer

E terminou no mal-me-quer?


E mesmo quem não sabe brincar

Algum dia se pegou a sonhar

Com esse gostoso mistério

Que faz mover a vida


Quem nunca teve um amor de verdade?

Quem disse que amor tem idade?

Quem nunca abriu a janela e de amor não suspirou?

Quem disse quer essa história acabou?


E no tempo da vovó

Que nos conta como era namorar

De mãos dadas na praça

Ou do beijo roubado atrás da igreja


E nessa doce peleja

Caminha a humanidade

Desde Romeu e Julieta

Até no centro da cidade


O amor que aflora

Que canta

Que chora

E na primavera sempre se renova


Na essência de uma nova vida

Na carta ridícula

Na importância dos detalhes

Que nunca sai de moda


E faz pulsar os corações

Das diferentes gerações

E na primavera sempre se renova

E não sai de moda



O amor

Sempre o amor

Que compõe o poema

Que faz chorar no cinema


Que dança com a alegria

Que declama a poesia

E é tão quimicamente essencial

E encontrado até nas páginas de jornal



O amor

Que nem sempre tem razão

Que é feito de coração

Não importa a geração

É amor, simplesmente complexo, amor...



MAURO ROCHA 26/01/2011







sábado, 30 de abril de 2011

POEMA ONDAS E RECIFES

Seu Alceu Valença

Valença despenca no Rio

Desemboca em São Paulo

Para fazer um show em Curitiba



Passando por Brasília

Dar um tchau ao JK

Com seu maracatu

Cortando o Brasil de norte a sul



Seu Alceu Valença

De Recife para o mundo

Encantando La belle de jour

Com seus repentes de viola



Cocos, maracatus, Jackson do Pandeiro

Luiz Gonzaga, Marinês, Little Richards, Ray Charles

Misturado com suingue num autêntico ritmo

Numa dança entre forros e frevos nas ondas dos recifes



Seu Alceu!

Eu grito no meio da multidão de Boa Viagem

Seu Alceu!

A multidão grita nessa doce louca viagem



Frevo-canção, xote, xaxado, rojão

Ciranda, forró, embolada, baião

Alceu Valença canta

Alceu Valença balança



Do samba ao blues

Com o tempero da viola

De Jackson do Pandeiro a Ray Charles

Do interior a cidade internacionalmente brazuca



Alceu Valença

Canta com a gente

A gente canta

Com Alceu Valença...




MAURO ROCHA 22/04/11



domingo, 24 de abril de 2011

APOCALÍPTICO

O mundo precisa de carinho

As pessoas precisam de amor

Segue, sigo, sigamos o caminho

A surpresa é de quem chegou...



Sou um romântico apocalíptico

Procuro palavras filosóficas profundas

Colho flores num imaginário deserto

Procuro palavras em paredes pichadas...



A vontade não é um botão que liga e desliga

O desejo está intrínseco no corpo e na alma

Meu desejo pula em teu abismo

Minha vontade é o gosto do teu beijo...



O mundo precisa de amor

As pessoas precisam de carinho

Nas profundezas dos rios encontro teus olhos no mar

Nos meus poemas vazios procuro um jeito de amar...



Sou um romântico apocalíptico

Procuro filosofar em palavras rasas

Colho turmalinas e topázios num sonho marinho

Procuro sorrisos em loucas tempestades, sozinho, nas madrugadas...



MAURO ROCHA 24/04/11

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PASSAGEM

“Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra de Adonai: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua .”
( Êxodo: 12, 14)

Paasfees

Ostern

عيد الفصح (ʿĪdcrisdutividade u l-Fiṣḥ)

Bazko

Великден ('Velikden)

Pasqua

Pascua

Pasko

Pääsiäinen

Pâques

Pasche

(Aghdgoma)

Πάσχα (Páscha)

Húsvét

Easter

Cáisg

Paska

Pasqua

イースター (Īsutā)

Pascha ou Festa Paschalia

Lieldienas

Pasen

Påske

Wielkanoc

Paşti

Пасха (Paskha)

Påsk

Paskalya

Великдень (Velykden')

Páscoa

Da morte para a vida

A nossa passagem de reflexão

De compaixão

De amor...



MAURO ROCHA 24/04/2011

sábado, 16 de abril de 2011

INDO DAQUI VINDO DE LÁ

Vendo daqui: Minas

História e geração

Um rei que nasceu em Três Corações

Um poeta de Itabira



Quem não se lembra do Clube da Esquina?

Enquanto visita as obras de Aleijadinho

Quem nunca escutou Skank sozinho

Ou se emociona com Milton e sua “Canção da America?”



Vendo daqui: Gerais

Gostosos pães de queijo

Comida tradicional

E ninguém perde o trem, uai!



E o que diria Tiradentes

Ao ver o carnaval dessa gente?

Ao som desse Triângulo Mineiro

Pulando em Ouro Preto



Num sorriso que corta a cidade de Belo Horizonte

Encima do Pico da Bandeira

A cultura brota

Do barroco ao rococó, de Guimarães Rosa a Drummond de Andrade



Indo daqui

Vindo de lá

Viva sempre viva

Minas Gerais...



MAURO ROCHA 16/04/2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O MUNDO DOS MUNDOS

Quero gritar
Pego a caneta
Risco as linhas do mar
Sangro primeiro

Não sei se hoje é domingo
Ou segunda-feira
Só sei que vivo
Respiro em cada passo da dança

Quero gritar...

Mauro Rocha 14/04/11



sábado, 12 de março de 2011

UMA FLOR (Dedicado ao Dia Internacional da Mulher)

Eu poderia fazer um poema
Um poema falando da mulher
Sobre sua beleza
Sobre delicadeza
Suas alegrias
Suas tristezas
Sobre a mulher na janela
Sobre a mulher entre as panelas
A mulher e seu trabalho
Sua garra
Sua determinação
A mulher e sua paixão
Sobre vários assuntos
Intermináveis assuntos
Dedicados à mulher
E você diria “Tudo clichê”
Por isso vou fazer um poema
Um poema da metamorfose
Da metamorfose de uma flor
Que nasce
Cresce
E desabrocha
Mulher...

MAURO ROCHA 08/03/2011

domingo, 6 de março de 2011

NO RITMO

O samba dita o ritmo
Os pés não se cansam
O corpo dança
Num balé coletivo
É a festa do povo
É a alma e o corpo
É carnaval...

Mauro Rocha 06/03/11

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CARVÃO

Compilado no meu ser carne e osso
Às vezes pedra, às vezes gelo
Sem segredos
Rústico, cru, nu
No espelho
Procurando desejos, amargurando medos
Vivendo intrinsecamente cada momento posto
Cada sorriso no rosto, rugas do tempo
Olhar no horizonte, momento inerte
Sentado a frente da Catedral,
Olhando o céu, mapa astral
Vidas
Passadas
Presentes
Futuras
De frente ao espelho Lágrimas, poemas
Amor verdadeiro
Sem tabuleiros, sem xadrez
Sem piña colada, sem embriaguez
Apenas a vida
Real
Chegada ou despedida
Compilado no meu ser
Misturado a estação
Sou do ano do macaco
Não do ano do cão
E o que é o passado?
Se não um espelho quebrado
Que se junta para entender o presente
E quem sabe garantir o futuro
Compilado em meu ser carne e osso
Cinzas de agosto...

MAURO ROCHA 31/01/2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

TORRES ENTRE CASTELOS

Alguém me falou de Nina Simone
O vento gritou seu nome
Nas montanhas, nos rios
Nos templos tocam os sinos

Pulei no abismo urbano
Entre o céu e o inferno
Existem humanos
Existem outros planos...

Anjos e demônios
Dançam a luz do luar
Palavras, gestos, andar
Beijos esquentam corpos

Copos, roupas, o chão
Olhos que brilham na escuridão
Espelhos de carne
O desejo que arde

No abismo profundo
Meus olhos no mundo
Minha tristeza
O sol e a lua

Meus demônios andam na rua
Meus anjos observam tudo
Chuva clara, calafrio
Ando no fio... Da vida...

Moderna
A palavra que edifico
Eterna
A música, o vazio...

O vento gritou teu nome
Na onda que arrebenta
Escuto no choro Nina Simone
Da solidão que desatina

Quando tocam os sinos
Quando a lua vai partindo
E o sol acorda os urbanos
Sou apenas um corpo estendido...

MAURO ROCHA 25/01/2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

RIOS VERMELHOS

Cortei os pulsos numa noite gelada
O sangue quente escorria pela escada
Eu não entendia a vida
E minha morte parecia fantasia

Sei que vão me chamar de covarde e louco
Mas ninguém sabe o quanto andei nos esgotos
Sei que isso não é desculpa
Mas nunca me disseram qual era minha culpa

Amei platonicamente
E quando fui ser racional
Disseram que eu era um demente
Que amor não é razão e sim emocional

O sangue pingando aos pouco coagulava
A vida às vezes não é observada
Cortei os pulsos do amor doentio,
Egoísta que me deixava no quarto escuro

Cortei a noite costurei o dia
Acordei zonzo e sem direção
O amor transformou minhas cinzas
Acordei escutando o bater de um coração

Escrevo nos cantos, faço poesia
Cravada no corpo da canção
Minha morte não foi nada
Nem de longe foi observada

Chorei como se chora
Queimei como se queima
Sigo na estrada e conto a história
De como sobrevivi ao amor que mata

Cortei os pulsos
Morri de verdade
Agora sigo no mundo
Para pagar os meus pecados...

MAURO ROCHA 31/01/2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

VENTOS SECOS

O vento não sopra mais nas árvores
Está tudo tão mudado
As estações se misturam para todos os lados
Olho para o céu e procuro naves...

A cidade corre nas veias
Tantas tribos, tantas aldeias
Circulo o mundo num clic
Rabisco poemas numa bic...

Mas o que procuram minhas mãos?
Formas geográficas no escuro...
O silêncio no doce murmúrio
Que faz palpitar o coração...

A cidade corre nas veias
Navego num mundo caótico
De binóculos avisto sereias
Enquanto degusto Martini seco...

Nas calçadas do centro
Saias desfilam ao vento
Olhos cruzam olhos
Em breves sorrisos...

A noite se enche de estrelas
Ninguém quer vagar sozinho
Entre taças escolha o melhor vinho
Não esqueça os sonhos, abra suas asas...

A felicidade dança com o amor
Na melodia triste da vida
Anjos cuidam da dor
Enquanto a saudade distrai o dia...

O vento não sopra mais nas árvores
Está tudo tão mudado
A cidade se perde nas suas cores, amores, bares
Junto à suculenta mordida do doce pecado...

Mas o que procuram meus olhos?
Formas geométricas de teu mundo
Na clarividência dos amores mudos
Enquanto degusto Martini seco...


MAURO ROCHA 21/01/2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

CHUVA DE LÁGRIMAS

O que acontece no RIO?
Tanto choro, tanta desilusão
E em são Paulo não é diferente
Tanta morte, algo sem noção

É o grito da terra
Que roda o mundo
Nesse alerta
Não dá para ficar mudo.

São tristes as histórias
As percas, as demoras
E a Terra continua o aviso
Mundo afora

E toda semana é uma notícia diferente
Terremoto, furação, enchente
Chuva de granizo, geada, e muita morte
É muita história triste

Que a rima é uma só
A poesia fica com dó
E vamos rezando
Para que algo mude

E que nossa Terra amada
Tão castigada
Mas que devolve em dobro
Não morra de desgosto


O que acontece no RIO
É uma tristeza e dá calafrio
E em são Paulo não é diferente
Tanta morte, tanta dor, tanta gente...

Que vamos rezando
Para que algo mude...

16/01/2011 MAURO ROCHA