domingo, 29 de maio de 2011

CIDADE EM CHAMAS

A dança está no ar
No vento da cortina
No teu corpo no espelho
Na manhã molhada de orvalho


E teu silêncio é coberto de saudade
E teus passos  sentidos pela cidade
Os anos passam pelas mãos
Reis, valetes, damas e corações


No jogo da vida
Um beijo pode ser despedida
Um beijo pode ser o início
De uma vida


A cidade em chamas
Meu corpo habita
No abismo do desejo... Deseja
As estrelas que te chamam... Em chamas


A dança suave envolve a noite
Num jogo entre amantes
Refletidos em olhos topázios
Os dias são perfeitos


Nos passos da chuva
A loucura dá lugar à solidão
A janela fica úmida
Nas chamas da paixão


A dança está no ar
Na cortina de fogo
Na cidade que vive ao luar
Meu corpo habita... O desejo...


MAURO ROCHA 19/05/2011















quarta-feira, 18 de maio de 2011

NOS OLHOS DO FURAÇÃO

Os olhos cor de violeta

As borboletas em festa

A primavera em sua silhueta

Demonstra a poesia deserta



Canta na madrugado o galo

Nu o dia surge no orvalho

O espelho te encara de verdade

Alguns comem as migalhas da cidade



Outros morrem de saudade

O vento sempre muda de estação

Na nuvem que passa hoje

Amanhã e depois pego na sua mão



Alguns olham para o muro

Eu olho para o mundo

Que a poesia me oferece

Hoje é um dia, amanhã o povo esquece



Olhos cor de violeta

No meio do furação

A paixão avassaladora

Que toma conta do coração



A poesia de amor

A primavera que chegou

De mãos dadas na cidade

Eu sigo nas linhas do horizonte...


MAURO ROCHA 23/02/2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

MERGULHOS DE CORAÇÃO

Quem nunca teve um amor sem pretensão?

Ou vários amores adolescentes, então?

E quem nunca brincou de bem-me-quer

E terminou no mal-me-quer?


E mesmo quem não sabe brincar

Algum dia se pegou a sonhar

Com esse gostoso mistério

Que faz mover a vida


Quem nunca teve um amor de verdade?

Quem disse que amor tem idade?

Quem nunca abriu a janela e de amor não suspirou?

Quem disse quer essa história acabou?


E no tempo da vovó

Que nos conta como era namorar

De mãos dadas na praça

Ou do beijo roubado atrás da igreja


E nessa doce peleja

Caminha a humanidade

Desde Romeu e Julieta

Até no centro da cidade


O amor que aflora

Que canta

Que chora

E na primavera sempre se renova


Na essência de uma nova vida

Na carta ridícula

Na importância dos detalhes

Que nunca sai de moda


E faz pulsar os corações

Das diferentes gerações

E na primavera sempre se renova

E não sai de moda



O amor

Sempre o amor

Que compõe o poema

Que faz chorar no cinema


Que dança com a alegria

Que declama a poesia

E é tão quimicamente essencial

E encontrado até nas páginas de jornal



O amor

Que nem sempre tem razão

Que é feito de coração

Não importa a geração

É amor, simplesmente complexo, amor...



MAURO ROCHA 26/01/2011