domingo, 30 de agosto de 2009

NO FIM O INÍCIO

Vou falar mais uma vez
Um,dois,três
Pedras na água que fazem barulho
Olha para a noite e me vejo em Saturno

Pois a vida tem que ser divertida
Imaginada e não só cansativa
Por isso mergulho no mar
Encontro sereias para me encantar

Você pode dizer: Que cara louco!
Louco, mas feliz!
Como na música dos Mutantes
Louco é quem me diz

Por isso vou falar uma vez
Um,dois,três
Para entrar na ciranda nem precisa ser criança
É só ter alegria, amor e esperança...


MAURO ROCHA 30/08/2009



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ESTADO DE ESPÍRITO

Olho para o céu e me chamam as estrelas
Desenho quadros nus
Rabiscos pela cidade, tatuagens e besteiras
Desenho no papel frases que soam blues


Os locais, movimentos e palavras no jornal
Os disfarces, os pássaros, o tempo cru
São signos, são símbolos a olho nu
É o momento, o pensamento, o toque na mudança do canal

São os meus olhos no paraíso
São as estrelas ofuscadas com teu brilho
É um sorriso, é um alivio na luz do horizonte
São os caminhos cruzados e o desejo que se esconde

Olho para o céu e me chamam as estrelas
Desenho a poesia de teu corpo
Rabisco o tempo, tatuo tuas lágrimas
No momento o amor emblemático no toque do pensamento...

MAURO ROCHA 27/08/2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

ESPERANTO

Repare no verbo ao andar no jardim
A flor que adjetivei não está aqui
Hoje não me vejo fora da cidade
A selva não é só de pedra, é de uma loucura eloqüente...

Repare na elipse de outono
Ou será no eclipse dos homens?
Hoje não me vejo no espelho
Olhe para o céu quem sabe não estou nas nuvens...

Repare na virgulas e faça seu ponto final
Comece a frase com um sorriso, olhares e tal
Hoje mergulhei na gramática para tentar definir o dia
Mas não deixava de olhar teu olhar no horizonte, perdida poesia...

Repare no verbo ao andar
Dance com o substantivo ao luar
Hoje quero apenas justaposição
Mas não deixo de olhar teu olhar no horizonte, poesia e paixão...


MAURO ROCHA 19/08/2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ESFEROGRÁFICAS

O poeta anda por ruas de paralelepípedos
Cata conchas coloridas
Conta estrelas infinitas
Fotografa olhares atentos

Absorve palavras no vento
Mergulha nas ondas do rádio
Escuta os pássaros acordarem o dia
Conversa com Morpheu na noite clara de lua cheia

O poeta anda por linhas diversas
Atravessa a ponte para o encontro
Com seu mundo lúdico
Seus delírios diluídos nas esferográficas

O poeta é aglutinado pelos seus poemas
O poeta é esquecido nas prateleiras
O poeta anda por ruas de paralelepípedos
O poeta anda despercebido, com seu olhar atento e seu sorriso tímido...


MAURO ROCHA 07/08/2009

sábado, 8 de agosto de 2009

O DIA DO DIA DOS PAIS

O que posso dizer quando não tenho o que dizer/
Mãe é mãe e não se descute/
E pai é o que?/
O pai é o complemento/
Quando há complemento/
O pai é o amigo /
Todos os dias que não é o dia do amigo/
O pai é o espelho/
Onde nos vemos por inteiro/
O pai é tudo aquilo que não consigo dizer/
Quando o que quero é apenas: Eu Te Amo, Pai!/


MAURO ROCHA 09/08/2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

AGOSTO O GOSTO

Pão...
Que alimenta
Que fermenta
Que divide

Opinião...
Que alimenta
Que fermente
Que divide

O galo canta sem se preocupar com o amanhã
Viste o olhar vazio?
Aquele dividido entre a esperança e o medo?
O medo de tudo, do mundo, de novo...
A esperança de novo, de tudo, do mundo...

E a canção surge na madrugada
E a massa canta:
A vitória de Cielo
A recuperação de Massa
Sem se preocupar em ser elite
E a elite assiste a massa na televisão
Contos que passam de geração em geração

Pão...
Que acompanha o café
Fé...
Que acompanha a multidão
Que alimenta
Que fermenta
Que divide

Opinião...
E o poema cria asas
E os anjos sussurram as palavras...


MAURO ROCHA 03/08/2009