domingo, 23 de janeiro de 2011

VENTOS SECOS

O vento não sopra mais nas árvores
Está tudo tão mudado
As estações se misturam para todos os lados
Olho para o céu e procuro naves...

A cidade corre nas veias
Tantas tribos, tantas aldeias
Circulo o mundo num clic
Rabisco poemas numa bic...

Mas o que procuram minhas mãos?
Formas geográficas no escuro...
O silêncio no doce murmúrio
Que faz palpitar o coração...

A cidade corre nas veias
Navego num mundo caótico
De binóculos avisto sereias
Enquanto degusto Martini seco...

Nas calçadas do centro
Saias desfilam ao vento
Olhos cruzam olhos
Em breves sorrisos...

A noite se enche de estrelas
Ninguém quer vagar sozinho
Entre taças escolha o melhor vinho
Não esqueça os sonhos, abra suas asas...

A felicidade dança com o amor
Na melodia triste da vida
Anjos cuidam da dor
Enquanto a saudade distrai o dia...

O vento não sopra mais nas árvores
Está tudo tão mudado
A cidade se perde nas suas cores, amores, bares
Junto à suculenta mordida do doce pecado...

Mas o que procuram meus olhos?
Formas geométricas de teu mundo
Na clarividência dos amores mudos
Enquanto degusto Martini seco...


MAURO ROCHA 21/01/2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

CHUVA DE LÁGRIMAS

O que acontece no RIO?
Tanto choro, tanta desilusão
E em são Paulo não é diferente
Tanta morte, algo sem noção

É o grito da terra
Que roda o mundo
Nesse alerta
Não dá para ficar mudo.

São tristes as histórias
As percas, as demoras
E a Terra continua o aviso
Mundo afora

E toda semana é uma notícia diferente
Terremoto, furação, enchente
Chuva de granizo, geada, e muita morte
É muita história triste

Que a rima é uma só
A poesia fica com dó
E vamos rezando
Para que algo mude

E que nossa Terra amada
Tão castigada
Mas que devolve em dobro
Não morra de desgosto


O que acontece no RIO
É uma tristeza e dá calafrio
E em são Paulo não é diferente
Tanta morte, tanta dor, tanta gente...

Que vamos rezando
Para que algo mude...

16/01/2011 MAURO ROCHA

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

NO MEO DA LUA

Meio dia, o sol quente e a peleja
O trabalhador suspira
Hummmm!Uma cerveja...

MAURO ROCHA 10/09/2010

sábado, 8 de janeiro de 2011

VIA AGRESTE

Pique-pega,
Piquenique na janela
Com palavras realistas
Com palavras fascistas
Vista, veja, via leste
Minha alma na estrada
Folhas no ar
Morda a maçã
Os pecados eu resolvo no divã...

Hoje é outro dia
Acorde só de manhã
Se suas asas não estão quebradas
Se o céu não é só uma palavra
O tempo brinca de girar no sol
Então cate sementes de girassol
E jogue para pássaros que migram
Para fugir da estação
Vista, veja, via agreste
Minha alma na estrada
Palavras
Morda os lábios
Os pecados eu resolvo no divã...

Mauro Rocha 28/12/2010

sábado, 1 de janeiro de 2011

NUVENS DISPERSAS

O relógio toca a trilha do tempo
O vento nos cabelos da amada
O horizonte perdido no olhar fechado
O beijo na praça da igreja

E tudo é contado diante dos espelhos
O mundo cheio de cacos
A chuva tateia o corpo dela
A lua incendeia amantes na janela

A palavra me traz o verbo
A estação me traz o inverno
Como é ser e não estar?
Como é conviver e não ficar?

Tem dia que a saudade aumenta
Tem dia que o poema está na marcha lenta
O sol esquenta o rosto
A lua ilumina o corpo

O relógio é o termômetro do tempo
A palavra constrói o poema
Minha janela está aberta para o mundo
Como é belo o sorriso dela

Dentro da cidade e seu caos urbano
Na linha moderna da vida moderna
Os caminhos se cruzam num piscar de olhos
A amada deitada no horizonte... Amada...


O relógio dança no compasso: tic, tac
O tempo viaja, mas sempre está presente
Passado, futuro, claro, escuro, a mente
Viaja no beijo da noite... Splash, ploc, plac

Tudo se resume num papel
Os olhos claros de estrelas no céu
Parado, no vento, estou eu
Acelerado o vento, que não é meu...

Mauro Rocha 28/12/2010