quarta-feira, 30 de abril de 2008

O DESPERTAR

Pelos montes desço
Em tuas costas largas
Sorrisos e palavras
Confudem a música
Que reflete o sol
essa lua sobre mim...
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MAURO ROCHA 1988

PROSAS

É verdade
E também é mentira
Que o amor desaba
E a vida desatina.
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Comprei mil velas para tua cruz
Dei um mergulho na piscina
Do amor a gente se lava
Da vida só a morte convida.
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É verdade
E também é mentira.
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MAURO ROCHA 1989

terça-feira, 29 de abril de 2008

FEBRE

As lágrimas transbordam
O rosto inunda
O dia passa
A noite consola
O amanhã chega
O sorriso ilumina...
A realidade é continuar a andar...

MAURO ROCHA 29/04/2008

ESCREVO

Escrevo o que sinto
Com a alma em cinzas
Vagando por este vento sinistro
Derramo meu pranto
Em noites longas
Com o corpo em chamas
Plantando palavras
como quem ama.

MAURO ROCHA 1988

segunda-feira, 28 de abril de 2008

INFINITO DESEJO

O vazio...
Que reflete no espelho
Mostra os ponteiros
Que na parede insiste em caminhar
No tempo que perdi
Quando deixei de te olhar...

MAURO ROCHA 28/04/2008

sexta-feira, 25 de abril de 2008

BLACKLOTUS

*Gostei da citação no blog do Cripta do Ravnos que diz: “Uma tulipa branca. Uma flor alva em meio a escuridão.” * E a partir disso fiz esse poema:


Dos jardins suspensos
Aos palácios exuberantes
Colho uma tulipa vermelha...com formas de taça e cor de sangue
Colho uma tulipa amarela...para combinar com teu jeito singelo
Colho uma tulipa rosa...da cor de tua pele e do formato de teus lábios
Colho uma tulipa roxa...para combinar com teu vestido lilás
Colho uma tulipa branca...uma flor alva em meio a escuridão
Pois dentro desta tulipa branca está meu coração...

MAURO ROCHA 25/04/2008

TOQUE BRILHANTE

Não tenho tempo para chorar
Não tenho tempo para ficar triste
Não tenho tempo para amar
Não tenho tempo para nada
Pois o nada não existe
Sou apenas uma alma
Que anda na noite fria
Quando se permite...

MAURO ROCHA 25/04/2008

TEMPESTADE FRAGMENTADA

Quem sou eu ?
O lagarto da noite
Ou o camaleão vestido de dia ?
A tempestade sinuosa transborda meus olhos
Fragmentos da vida espalham-se no chão
Esgotadas as opções grito para a dor
Fragmentos do amor espalham-se na imensidão
Faço teatro, escolho a face do dia
Faço teatro, escolho lágrimas vizinhas
E tudo faz parte de um jogo mundano
Nem todos os espelhos são redondos
Que chance eu tenho contra seu olhar?
Que chance eu tenho contra seu sorriso?
Que chance eu tenho se estou no meio do abismo?
Quem sou eu?
O fruto de tua benevolência
O louco na tua ausência
O simplesmente composto
A outra face do teu rosto
A metade do inteiro...


MAURO ROCHA 25/04/2008

quinta-feira, 24 de abril de 2008

PASSEIOS NOTURNOS

...E tudo fica silêncio
E silenciosamente o silêncio...
Fica mais gostoso
O sono chega
A alma passeia
Entre tantos mundos
Que às vezes ficamos mudos
E não sabemos se foi sonho
Ou foi pesadelo ?
Ou é a realidade que nos acompanha até no travesseiro...

MAURO ROCHA 24/04/2008

quarta-feira, 23 de abril de 2008

GIRANDO O MUNDO

As ruas estreitas, as ondas carregam o mar
A lua perfeita, a cidade a bailar
A sua esquerda estrelas a te guiar
A sua direita a vida que não para de se transformar
Abrace o dia
Dê bom dia ao sol
Aporte em seu corpo
Navegue em seu coração
As coisas começam quando a vontade vem
As coisas começam quando você quer e diz amém
A vida está ai e as cartas estão na mesa
O túnel do amor é cheio de surpresas
Mas você pode saborear a paixão de sobremesa...

As ruas estreitas, o cheiro da maresia
O mergulho na piscina, acorda que já é dia...

MAURO ROCHA 23/04/2008

sexta-feira, 18 de abril de 2008

48 BSB 48

Do tamanho do céu
Dos traços no chão
Fez-se a cidade
Corpo, asas, avião
Quarenta e oito anos na verdade
Tão pouco tempo e maltratada
Mas sem perder o charme
Com sua beleza ímpar
Traços delicados
Enfeitada de estrelas
Pulsa no coração...central
...Capital
...Candanga
...Que encanta...
...milhões...



MAURO ROCHA 21/04/2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ORVALHOS

A chuva que fina chove
Molha o solo, molha as árvores,
Que tudo faz crescer
A chuva desatenta também molha
Minha alma e a faz tremer
Nas noites solitárias
Onde não há lareiras nem teus braços a me aquecer
Onde não há espaço nem tempo para morrer...

A chuva que fina chove
Acompanha a madrugada
Acompanha a solidão
Que segue a estrada de tantas almas molhadas...

A chuva que fina chove
Chora por você...

MAURO ROCHA 17/04/2008

ESPELHOS REFLETIDOS

A rosa cansada de sua beleza
Convocou todos no jardim
disse que iria partir
suas pétalas iriam para uma mesa
seus espinhos morreriam ali...

A rosa cansada de sua beleza
só queria desabrochar...

MAURO ROCHA

1988/89

MIN...UTO, MINUTO.

Minuto
nada,
Min...
tudo,
...uto
rápido,
Luto
passa,
Susto
cada,
Outro
minuto
Minuto.
min...uto.

MAURO ROCHA

1987/88

quarta-feira, 16 de abril de 2008

SOMBRAS DA LUA

Quero beber as pequenas loucuras
Quero sonhar os grandes segredos
Quero mergulhar nos flamejantes desejos
Quero me cobrir das estrelas de janeiro
Quero filmar o dia por inteiro
Quero cinco e não três pedidos
Quero navegar no infinito
Quero tratados loucos
Quero estender a mão e cair no abismo
Quero as pegadas do tempo
Quero a poeira do vento
Quero o quinto elemento
Quero minha alma no fogo
Quero o tudo dentro do nada que é tudo...

Mas deixo tudo isso
Pelo teu sorriso
Que me deixa mudo...


MAURO ROCHA 16/04/2008


terça-feira, 15 de abril de 2008

ENVELHECIDA EM BARRIL

A morte e seus segredos seculares
A morte e suas explicações inexplicáveis
A morte, por ela mesmo
Tentamos tanto entender
Mas chega na hora e não entendemos ...

A morte...



MAURO ROCHA 15/04/2008

segunda-feira, 14 de abril de 2008

FÁBULAS FABULOSAS II

O cavaleiro com sua armadura blindada
Segue os caminhos e as estradas
Dorme com os sonhos da madrugada
Em derrotar os dragões
E achar torres de donzelas aprisionadas...

O cavaleiro acorda diante de seu computador
E percebe que o jogo de RPG nem começou
Mas também sabe que existem histórias de amor
E que existem donzelas presas em torres com seus dragões
Que hoje são chamados de solidão...

O cavaleiro então
Sai com seu carro prateado
Atrás de suas aventuras e emoção
Atrás de sua donzela entre caminhos e estradas
Para entregar a ela sua dedicação e seu coração...


MAURO ROCHA 14/04/2008

SOL DE MAR

O cinema me traz imagens
De um tempo surreal
A estrada me traz caminhos
De longínquas cidades
O teatro me traz vidas,
Vidas multiplicadas...

Eu trago a noite
Para vivermos a madrugada

Tu me trazes o dia
Para eu cair na realidade...

MAURO ROCHA 14/04/2008

SOLITUDE MATUTINA

Hoje não tem poesia
Hoje não tem alegria
Hoje só têm nuvens
E suas melancolias
Hoje só têm nuvens
Pastando no dia...

Hoje não tem poesia
Hoje não tem você...

MAURO ROCHA 14/04/2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

MENU PRINCIPAL

Sexta, que beleza
Com fim de semana de sobremesa
Saudades minhas que são tuas
O sol, a lua, o mergulho na rua
Convido para um vinho, uma cerveja, um bar
Sábado está chegando
Domingo tem que aproveitar...

Sexta
Sex

O dia , a noite, teu olhar
Estrada perdida
Coisas da vida
De frente pró mar...

Tá...
Sex...
Sexta...
...E o que vem de sobremesa???

MAURO ROCHA 11/04/2008



quinta-feira, 10 de abril de 2008

ALTA FREQUÊNCIA

Silêncio...
A noite orquestra

Silêncio...
A lua observa

Silêncio!!
Os humanos dormem...


MAURO ROCHA 10/04/2008

FÁBULAS FABULOSAS

A dama na janela espera seu cavalheiro
Como nas histórias medievais
Aonde os príncipes encontram suas princesas...

A dama na janela espera seu cavalheiro
Porque ela acredita em contos de fadas
Mas hoje em dia não há cavalos nem armaduras...

Com muita sorte uns com a cara lavada
Mas muitos são mesmo uns caras-de-pau
Porém na janela ela tem a esperança de um ideal...

Cavalheiro, mas não ao extremo
Rude, mas de olhar sereno
Poeta, mas não precisa ser necessariamente escritor
Para seu bel-prazer, um belo espécime e reprodutor...

A dama na janela espera pelo seu cavalheiro
Mas não por muito tempo, pois ela é moderna
E vai a luta...



MAURO ROCHA 10/04/2008





quarta-feira, 9 de abril de 2008

VENENO PÁLIDO

Calo
Diante do que vejo...
Na janela aberta minhas mãos estão jogadas
Vejo a rua vestida de outono e você parada
Enquanto tua alma segue os movimentos do vento...

Falo
De mim e do meu desejo
De todos os infernos astrais e do beijo
De teu vestido de outono e da rua parada
Enquanto o vento brinca com folhas desalmadas...

Calo...diante de ti
Loucura que alimenta minha alma...

Falo.


MAURO ROCHA 09/04/2008


ESCORPIÃO ESCARLATE

Quando abro os braços
Imagino minhas asas
Mergulho na noite
Que teus olhos proporcionam...

Quando fecho os olhos
Imagino outro mundo
Mergulho no dia
Que teu corpo disponibiliza....

Quando atravesso a noite e chego no dia
Pouso na poesia
Imagino você
Com suas asas de querubim...

MAURO ROCHA 09/04/2008





terça-feira, 8 de abril de 2008

TEMPESTADES RELATIVAS

O tempo chora minhas lágrimas
Através da chuva noturna
O tempo corre com minhas pernas
Através dos ponteiros do relógio
O tempo brinca com meus pensamentos
Através das peças que me prega
O tempo envelhece
Com as rugas da minha pele
O tempo está diante do espelho
Refletindo minha alma...

MAURO ROCHA 08/04/2008

NOITES MÁGICAS

Um bom jazz
E um vinho
Um bom blues
E um vinho
A essa altura
Já estamos conversando
Com os passarinhos...

MAURO ROCHA 08/04/2008

segunda-feira, 7 de abril de 2008

MERGULHOS

Siga o curso do teu rio
Chegue ao mar e descubra
Que tudo que se passa
Ou fica como lembrança
Ou vira experiência.


MAURO ROCHA 07/04/2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

OLHARES ESTRANHOS

Vou me ausentar
Por inteiro
Ou talvez metade
Como a laranja cortada
Ou em pequenos pedaços
Para que alguém ache o caminho...

Vou me ausentar
De minha alma
Vagar por labirintos
De abismos falsos...

Vou me ausentar
De tudo
Porque no momento tudo,
Tudo não é nada
E nada é o mais próximo de minha existência...

MAURO ROCHA 04/04/2008

CAMINHOS E ESTRELAS

Dedicado a minha Mulher e esclusivamente a ela, como todos os poemas que faço, pois quando faço penso nela, por mais que ela ache que não, apenas quero demostrar o quanto a AMO, e digo aos quatro ventos e agora com esse espaço a TODO O MUNDO, Mulher EU TE AMO!!


O amor e suas artes e manhas
Seus disfarces e jogos
E todos os dias têm que alimentá-lo
E todos os dias têm que dizer bom dia!!
E como num jardim de pedras
Tem que perceber sua leveza,
Sua graça, sua delicadeza...


O amor e a pessoa amada
Posso dar a lua
Ou apenas jogá-la na estrada
Posso dar as estrelas
Ou apenas cobrir a madrugada
Posso dar amor
Mas sem esperar retornos afáveis...

O amor se baseia em coisas simples
Dar e receber faz parte do contexto
Amar é verdadeiro
O ser humano ama
Escondido, exagerado, explicito,
Ama
E a poesia clama, chama, reclama,
Canta, chora, emociona,
Ama...

A pessoa amada
Tem que ser cortejada
Tem que ser regada
Tem que ser amada
Como eu te amo...

MAURO ROCHA 04/04/2007




quinta-feira, 3 de abril de 2008

NAVEGAR EM TEUS VERSOS

Manhã de um dia qualquer
Convido-a para um café
Diante do sol e nuvens curiosas
Em uma paisagem bucólica
Ou em avenidas uniformes...

Manhã de um dia qualquer
A poesia vestida de diva
Percorre as linhas da mão
Atravessa os caminhos do coração
Lacrimeja a folha
Navega em versos...

Manhã de um dia qualquer
Ou todas as manhãs se quiser
Acordo-te com um beijo
Acordo-te com desejo
Ou apenas observo teus movimentos...

...E transformo em poesia
Para navegar em teus versos...

MAURO ROCHA 03/04/2008

quarta-feira, 2 de abril de 2008

....SUSSURROS....

Mudar...
Como as estações
É preciso ser outono
Para virar verão
É preciso ser inverno
Para desabrochar primavera, então!
...Muda

que te espero na estação.

MAURO ROCHA 02/04/2008

terça-feira, 1 de abril de 2008

ABRIL

Mentira, verdade
Índio, cidade
E os dias passam calmos...


Mauro Rocha
21/01/2004