quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

EQUINÓCIO


Perdi-me na noite
Quem se atreveria a me buscar?
Minha alma afoita mergulhou no mar
Minha vida louca não sabe nadar...
 
Meus ossos quebrados
Meus dias mastigados
As horas passam penduradas na parede
O solstício de verão me traz neve...
 
Certifiquei-me que a roupa está no varal
Certifiquei-me que hoje não é carnaval
Atravesso o chão seco e rachado
Atravesso o nevoeiro com um olho farpado
 
Minha alma não reflete no espelho e os vampiros estão à espreita
Minha loucura é sensualmente perfeita para um dia sem sol
Perdi-me na noite junto a um poema escrito a luz do dia
Perguntava-me se era um sonho ou porque eu tinha acordado suado e sem lençol?
 
Nem todo mar é salgado e nem toda pergunta fica sem resposta
Foi numa eclíptica que observei o equinócio da minha poesia
Foi num feixe de luz que acordei ao meio dia com o sussurro do vento
Foi morrendo que descobri porque vale a pena cada dia acordado...

 
Meus ossos quebrados
Meus dias mastigados
Quadro a quadro visto de mosaico à cidade
O solstício de inverno me traz um vento quente...
 
Perdi-me na noite
“Que a lua o tenha”
Minha alma afoita mergulhou nas ondas do rio que encontra o mar
Minha louca vida aprende a cada dia que o importante é amar...
 
Nem todo doce é mel e nem toda maré é de azar
Foi num dia desses que tirei meu bilhete da sorte
Foi num dia desses que eu estava na presença da morte
Foi num dia desses que esse poema foi jogado ao mar...
 
MAURO ROCHA 16/01/13

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