quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O ESPELHO QUE NÃO VEJO


Olho para o amanhã e vejo você me chamar
Olho para a noite e vejo você chorar
Somos fantasmas
Somos páginas viradas
 
Vago pelo mundo
Carregando as pedras nos ombros
 
Vejo tudo em preto e branco
A dor é relativa
As feridas eternas é o que castiga
 
Onde estão minhas origens?
No negro de olhos azuis?
No índio nu!
No branco que veio do sul?
 

Ou na mistura de todos eles
Passada por gerações
Numa árvore sem explicação
Sem idade, identidade, apenas o destino traçado na mão...
 
Olho para o espelho e não me vejo
Sou apenas um fantasma
Procurando respostas no meio da madrugada
Tentando entender minha morte passiva
 
Figura decorativa de vida cotidiana
Figura frenética da vida cibernética
Vive os dias por obrigações mundanas

Vive a noite das fantasias humanas
 
Somos fantasmas modernos
Não morremos ou somos enterrados com ternos
Somos apenas mais um na multidão
Somos nicknames fugindo da solidão...
 
 

MAURO ROCHA 31/08/2012

 

5 comentários:

chica disse...

Lindo poema e inspiração.Somos mesmo assim...abraços,chica

Sônia disse...

Muito bom Mauro!


Bom dia!

Paula Barros disse...

A inquietação do ser fazendo nascer um belo poema.

Bandys disse...

Ola Mauro,

Eu adorei.

Somos fantasmas modernos
Não morremos ou somos enterrados com ternos
Somos apenas mais um na multidão
Somos nicknames fugindo da solidão...


Triunfal esse final.
Inspiração, 10.

Beijos e um restinho de quinta com paz.

Só em Palavras disse...

Ei! Tenho uma foto com a sua ao lado rsrs.
Belo poema, estou chegando aqui,
ja seguindo e volto depois que ler mais um pouco de voce.
Te aguardo entre meus versos.
Bjs