terça-feira, 4 de setembro de 2012

STRATUS


Veja...
A folha em branco já é um poema
Liquido, cheio de formas e dilemas.
Esperando o toque suave do lápis
Ou o toque encorpado da caneta
Que desenha as letras lisérgicas do poeta
Que no seu delírio noturno descreve o dia
Que descreve a nudez da cidade
Ou apenas observa as curvas na linha do horizonte...
 
Vejo
A primavera em teus olhos
Choro
No desejo de tuas pernas
 
Quebro a vidraça, mato a traça.
Pinto teu corpo de luz neon
Transformo em vídeo-clips o beijo
E a folha continua branca...
 
Mesclada à noite brilha outono
Crisântemos amarelos enfeitam a mesa
Instintos misturam vinho e desejo
A amanhã grita gralhas e gaivotas
 
A cidade adormecida se agita
No rodopio de nuvens stratus
O poeta traga seus versos amargos
A folha em branco provoca verbos insanos
Dor, sangue e lágrimas.
Risos, amor e palavras.
O poema tatuado e sem nome
Consome a alma e se alastra pela cidade...
Veja
A folha em branco já é um poema...
 
MAURO ROCHA 23/08/12

 

3 comentários:

Majoli disse...

Lindo poetar Mauro!
Ver na folha em branco, o poema...e seus versos se fizeram através de sentimentos.

Obrigada pelo carinho de sua visita ao meu blog.

Abraços.

Bandys disse...

Mauro,
saudades!

Gosto da maneira que você brinca com as palavras e desenha lindamente o seu poema.

Beijos

Some não tá?

fus disse...

Un maravilloso poema, donde cada verso, nos deja un nuevo sentimiento.

un saludo

fus