sexta-feira, 25 de junho de 2010

DISTANTES OLHOS DISTANTES

Ando
Às vezes corro
Vivo
Às vezes morro

Moro no planalto central
Tão comum como a aurora boreal
De manias inofensivas
De um olhar quadriculado nas despedidas

Ando
Às vezes paro
Silêncio
Às vezes falo

Colho versos em teu corpo frutífero
Deito em abismos e contemplo a tempestade
De um jeito tímido
Vou contemplando à tarde

Ando
Pela cidade e suas curvas
Vivo
Dos dias de lua e das noites nuas

Às vezes corro
Para ficar em dia
Às vezes morro
No tédio da mídia vazia

Às vezes paro
Diante de tua beleza estonteante
Às vezes falo
Dos jardins raros com borboletas e copo de leite

Escrevo
Às vezes rabisco
Leio
Às vezes assisto

E a lua contempla minha loucura
E eu contemplo tua nudez
Nos delírios da madrugada
Invento palavras para saciar minha timidez

E a poesia se faz no olhar
E do beijo se faz o amar
E do mar vem às estrelas
E no horizonte um mundo de riquezas...


MAURO ROCHA 25/06/2010

13 comentários:

Majoli disse...

Meu amigo, apaixonei-me por demais por essa poesia, uma das mais belas que você fez.

"E a lua contempla minha loucura
E eu contemplo tua nudez"

"E a poesia se faz no olhar
E do beijo se faz o amar"

Quanta magia...amei, amei, amei.

Você é um poeta encantador.
Beijos com admiração.

Chris B. disse...

Amigo Mauro,

Por vezes falo.. outras vezes penso, mas o que sinto está guardado bem aqui dentro! Lindo teu poema...

Beijos com muito carinho poeta!

Deia disse...

Poeta, " E a poesia se faz no olhar" - acho que você sintetizou nessa singela frase o que todos nós, artistas das palavras, sentimos. Lindo poema! Um beijo, Deia.

Noslen ed azuos disse...

...mais um belo poema meu amigo, daqueles que começamos a ler e é ele, o poema, que na verdade nos decifra.

abração
ns

Marilu disse...

Querido Amigo, lindo poema, doce, eleva-nos a flutuar e a amar. Tenha um lindo final de semana...Beijocas

Marilu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gilmar disse...

"Ando
Pela cidade e suas curvas
Vivo
Dos dias de lua e das noites nuas"

Essa declaração poética só faz constatar o quanto o enigma feminino inspira os versos, porque antes inspirou o que vai na alma.

E cada verso seu passeio por universos distintos e ao mesmo tempo conexos. É como se a alma do poeta estivesse a descobrir, em cada pedacinho do que pulsa ao redor, a musa da inspiração.

Uma linda poesia, Mauro!

Um bom final de semana!

Elaine Barnes disse...

Achei interessante ler o início do poema,escrevi quase a mesma coisa no meu. Sintonia maluca! rs...
Muito lindo principalmente
"E a lua contempla minha loucura
E eu contemplo tua nudez
Nos delírios da madrugada
Invento palavras para saciar minha timidez"
Essa riqueza que o mundo oferece,quando vencemos nossa timidez o desbravamos com amorosidade e aproveitamos as oportunidades. Lindo de viver! Montão de bjs e abraços

Ravnos disse...

Devo dizer, pois me sinto obrigado, que senti falta de uma poesia, falta da beleza das palavras, com sentido.
[Risos]
Pois Sidarta em seu raciocinio tem razão, é necessário esperar (ter paciencia), jejuar (não se queixar de não ter o que deseja) e pensar (planejar). Ao menos, vejo dessa forma, há quem deva ver de outras...

Um grande abraço.

Anônimo disse...

Bom dia, Mauro

É com grande alegria que viemos te convidar, mais uma vez, a participar conosco da blogagem coletiva do mês de Junho, cujo tema é

"O que você faria se, por um dia, se tornasse alguém do sexo oposto?"

A blogagem tem início hoje e vaí até sexta-feira, dia 02 de Julho.
Ficaramos muito felizes em tê-lo conosco novamente!

Beijo grande!

Sanzinha

Carla disse...

às vezes vivo nos versos da poesia, outras morro no sentir dos dias...lindo adorei ler neste meu regresso
beijos em desalinho

Mari Amorim disse...

gostei muito,
excelente final de semana,
Boas energias,
Mari

Chris B. disse...

Passo para deixar um abraço especial meu amigo, e desejar um lindo fim de semana.

Beijo.