sábado, 29 de setembro de 2012

NUM OLHAR PERDIDO



Eu faço manuscritos
Hermeticamente desenhado no papel branco
Ou de qualquer outra cor urgente
Num olhar fixo.

Busco no verbo o lirismo
Não faço poema sem poesia
Dentro de um coração apaixonado
Num olhar místico.

Talhado no tempo entre o dia e a noite
Vou lapidando palavras dentro da geografia
Como um rio que nasce sem rumo e morrer misturado ao mar
Num olhar abstrato.

Fervo as imagens na janela que me abre o mundo
Retrato o espaço nos passos de uma dança acasalada
Não explico o inexplicável apenas bate meu coração
Num olhar perdido.

Não faço rabiscos
Tudo já está escrito nas estrelas
Dentro de um coração solitário
Num olhar oblíquo.

Busco a leve respiração ofegante
Amante das belas artes nua
Dentro de um mundo caótico mergulhado nas nuances da esperança
Num olhar caleidoscópio.

Faço manuscritos
Escritos debaixo da lua e suas tristes estrelas mortas
Abro minha própria caixa de pandora
Num olhar lúdico.

Faço rabiscos
Dentro da realidade que me procura por obrigação
Mergulho no abismo que me abre a porta da paixão
Num olhar fosco.

Talhado no tempo entre o dia e a noite
Vou lapidando palavras dentro do amor
Como terra arrida que vai sendo preparada para a primavera
Num olhar mágico...

MAURO ROCHA 28/09/2012

Um comentário:

Vivian disse...

...encanto-me quando encontro
pessoas tão íntimas da poesia!

escreves com a alma e isso
é lindo demais!

parabéns, alma poética!

bj