sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

ÁPICE

Adentro no amanhã
Percebo que é hoje
A boca com gosto de hortelã
Ao meu lado um anjo com pele de avelã
Triste daqueles que estão sós...
A poesia escala paredes
Estampada no jornal, brinca, dá risada
Talvez ninguém tenha percebido, mas, o mundo mudou
Não sei se imagino ou choro de dor
As estações chegam atrasadas
Percebo quando tudo acontece
Diante do espelho da sala
Felizes daqueles que estão juntos...
Felicidade é algo relativo
O anjo que rasga o meio-dia
Não é o mesmo que consola a noite
Felizes daqueles que estão sós
Triste daqueles que estão juntos, mas, sós...
Tudo é contraditório no minuto seguinte
A poesia chora com teus olhos
A poesia sorri com teus lábios
A poesia seduz com teu ser...

Adentro no amanhã
Para saber que é hoje
O ontem que não quis
O dia, a tarde, a noite...
Visto-me com o manto sagrado
De joelhos subo as escadas
Para chegar no ápice de tua alma
Numa fusão cósmica
O dia se arrasta
A tarde chapa
A noite cala...
Ficamos com as estrelas...
A poesia ama
E eu a ti.

MAURO ROCHA 11/01/2008




Nenhum comentário: