quarta-feira, 1 de agosto de 2007

3054

Um dia como outro dia, um dia...
Acorda-se, toma café, toma banho, pergunta-se: para que acordar?
E o dia segue, os afazeres seguem , o almoço vem, sozinho ou acompanhado
Ou mesmo sem tempo para almoçar.Liga para a esposa, para o filho, para a mãe,
Para o namorado, para ninguém, cuida das coisas tenho que viajar.
Cuida de você, pega meu carro na oficina, paga conta de luz o dinheiro está no criado mudo
Mudo-me semana que vem, vou ver uns parentes, volto para minha terra...
O destino joga suas cartas em seu tabuleiro de taro
Tudo misturado, tudo embaralhado, todos com seu valor...

O destino revela suas cartas enquanto a morte observa
Anjos do dia choram diante dos fatos, vai ser difícil fazer entender, o porquê?
A tarde insiste em terminar, o vôo segue tranqüilo, todos felizes ou não
Sonho a serem realizados, esqueci de pôr comida para o gato, vou ver meu irmão
Briguei com meu namorado mas vou pedir desculpas ao chegar, vou ligar e dizer: desculpa paixão.
Tenho que fechar aquele negócio, que bom que fui contratada, espero que não chova
Ainda vou pegar uma escala, o céu está lindo, parecem formigas aqui de cima...

O destino joga suas cartas na mesa, depois de muito pensar, novos foram escolhidos
O vôo não aterriza, quica, cai fora da pista, vai direto para o prédio em frente e tem gente
A morte contabiliza, o destino traz a tragédia
Os vivos se desesperam, o país reflete, muitos questionam, outros se questionam:
O que eles fizeram? Tinha criança! Onde está Deus? Porque Deus!! De quem é a culpa?

O destino joga suas cartas de taro ou será mais um jogo de xadrez
A esperança nunca morre, mas a fé é abalada enquanto anjos consolam almas assustadas
Vai ser difícil fazer entender, vai ser difícil fazer entender, o porquê?
Diante da morte, Senhor, eu só tenho você...


Mauro Rocha 24/07/2007

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