quarta-feira, 22 de agosto de 2007

MOMENTOS HIATOS

O sol brilha em sua direção, a manhã levanta-se despretensiosa
Os carros estacionam, jovens se apaixonam, jovens quebram o coração
Em momentos hiatos, morro, vegeto, deleto o texto sem direção
As ruas estão cobertas de pegadas, as xícaras estão apostas, o chá será servido!

O livro da estante resume as frases, é permitido viver noites profanas
Da minha janela vejo a soberana lua, o mundo têm fome, um prato e um livro não basta,
O povo tem que saber que o pensamento é livre, e o que faz a diferença é a consciência...
viva!

Jogo a maçã, morda com todo o gosto, do pecado ao veneno, do prazer ao gozo...
Estamparam rostos similares, muitos marcham para lugar algum, espero na esquina.
Guarde seus sonhos, suas roupas desfila em becos sujos, cartazes anunciam-se a tua procura
Guarde seus pesadelos, a televisão abstrai teus pensamentos, caixões anunciam tua morte.

O sol brilha em todas as direções, a lua reflete a solidão do dia
Corra, pule, brinque, abra a porta do futuro, teus sonhos estão lá
A noite nunca foi tão escura, sons de violinos confundem o vento
Só queria dizer em seus doces anos que o mundo acaba, hoje!
Hoje eu abro a cortina e vejo um jardim florido
Teu perfume seduz os coiotes famintos, está na hora do jantar

O ano é do javali, tragédias são esperadas, os urubus ficam atentos
O mundo é outro, o rádio confessa dores e tristezas vividas no sertão
O sorriso tímido da noite é meu novo disfarce
Estendo a mão, morreram mais duzentos no Iraque
Missão impossível: a nova ordem é a paz!
A televisão lança suas futilidades, o povo consome a voracidade fugaz...

Hoje tem sol, amanhã tem lua, domingo não tem nada
Segunda eu trabalho, tenho que consertar as estrelas
Momentos hiatos parados na construção
Escreva seu nome em hebraico
Que eu te dou meu coração mosaico...

O sol brilha em sua direção, borboletas enfeitam os jardins
O que eu quero do mundo é esse teu sorriso tímido
Caixas em formato de coração e noites para dormir
Sonhar com os anjos e acordar ao teu lado
Para que os dias não tenham fim...

MAURO ROCHA 20/08/2007





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